O estádio da Copa que virou um centro comercial de alto padrão

A capital do Brasil ostenta um case de sucesso na rentabilização de espaços ociosos: um estádio da Copa do Mundo de 2014 virou um centro comercial de alto padrão.

A sacada surgiu a partir da observação de dois problemas: a crise do aluguel comercial e a ociosidade do segundo maior estádio do Brasil, a Arena BRB Mané Garrincha, em Brasília (DF). 

A exclusividade é o ingrediente principal desta receita inovadora. Mais de 70% dos camarotes do estádio já estão sendo utilizados como escritórios comerciais de negócios AAA.

Conversamos com Rafael Roda, sócio da Esfera Arena & Negócios, que realiza a operação de cessão dos camarotes. Rafael também é sócio da TRK Imóveis, que atua no alto padrão de Brasília e Goiânia.

Como transformar um estádio em um centro comercial

Imagine poder contar com um escritório boutique nos camarotes do estádio, na localização mais privilegiada de Brasília. Um espaço privado, com estacionamento e acesso exclusivo. Os cessionários destes escritórios, de quebra, ainda têm o direito de abrir e funcionar durante os eventos, permitindo que colaboradores e convidados possam acompanhar shows, jogos de futebol e eventos esportivos com vista privilegiada de dentro dos seus escritórios.

Foi este olhar absolutamente diferenciado que permitiu à Esfera colocar para rodar uma operação inusitada. A locação corporativa significou gerar uma receita recorrente e que, até então, sequer existia. 

A Esfera surgiu com a junção da TRK Imóveis, da R2, produtora de eventos que já contava com um escritório no estádio, e da Arena BSB, empresa cessionária do estádio. De acordo com Rafael Roda, sócio da Esfera, viu-se que o modelo do escritório da R2 estava funcionando e tinha potencial para expansão, sendo capaz de oferecer experiências únicas que só um ambiente como este poderia proporcionar. 

“Fomos visitá-los, conversamos sobre a possibilidade e desenhamos juntos um modelo de negócio para replicar. Então, apresentamos este plano para a concessionária do estádio, a Arena BSB, que venceu a licitação para administrar o estádio. A Arena BSB precisa rentabilizar esta operação, pois paga um valor mensal para explorar o estádio. A ideia foi muito bem aceita e fizemos um plano de negócios”, explica.

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Ideia de milhões

Rafael Roda conta que o modelo da operação trouxe resultados rápidos, embalados pelo arrefecimento da pandemia e o investimento de grandes empresas no retorno à estrutura presencial. “É um formato pioneiro no Brasil e um dos poucos que existem no mundo. Iniciamos no final do ano passado e a coisa acelerou bastante em poucos meses. Estamos trazendo grandes empresas, o negócio já virou. Já temos 70% de ocupação e estamos criando novas áreas dentro do estádio para locação”. O Instagram da Esfera conta com fotos e vídeos que mostram o espaço em uso.

O procedimento consiste na cessão de uso dos espaços, em um instrumento semelhante a um contrato de locação. O acordo válido por 2 anos, reajustado pelo IGP-M, tem uma vistoria de entrada e outra para saída. O cessionário fica livre para reformar e adaptar o espaço como desejar, montando área como open space ou sala de reuniões, mas precisa devolver o espaço conforme recebido no início do contrato. As metragens e valores são sob consulta e as conversas acontecem caso a caso.

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