Mercado imobiliário no metaverso já movimenta a economia e desperta interesse dos investidores
Resumo
Terrenos virtuais são comercializados no metaverso através de moedas fictícias equivalentes a 15 mil dólares ou mais.
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O metaverso tem se tornado um assunto cada vez mais comentado entre as pessoas. Esse novo espaço coletivo e virtual compartilhado é constituído pela soma de “realidade virtual“, “realidade aumentada” e “Internet”, e tem ganhado uma proporção cada vez maior nas redes sociais e no interesse das pessoas. Dentre os novos interesses, o mercado imobiliário tem se tornado um dos tópicos mais comentados entre pessoas com interesse em serem proprietárias de imóveis virtuais, sendo comercializados através das moedas virtuais – levando em consideração que cada metaverso pode utilizar a moeda de sua preferência – que equivalem a, pelo menos, 15 mil dólares.
Segundo Robinson Silva, Head do GRI Club Real Estate Brazil, o interesse dos investidores pode ser relacionado a três principais motivos: Especulação imobiliária e valorização daquele terreno no futuro, sendo o principal, compra de terras para locar para outras empresas que realizam eventos dentro do metaverso e, por último, a oportunidade de criar negócios que geram receitas e podem se tornar cada vez mais rentáveis.
A ideia de investir chama ainda mais atenção quando empresas e pessoas públicas apostam também, como é o caso da Meta, Nike e até mesmo alguns artistas que têm investido milhões de dólares em terrenos e casas, com o intuito de comercializar ainda mais o espaço, tornando-as atrações de interesse público e promovendo eventos. Embora a ideia de ter um imóvel virtual possa ser estranha, os usuários têm se adaptado muito facilmente e investindo, também, em acessórios e móveis para casa, sendo todos objetos digitais. Além disso, empresas estão apostando nos espaços para realização de reuniões de negócios, criando uma conexão com pessoas de diversos países dentro de seu próprio imóvel virtual.
Mas como pode-se esperar, adquirir terrenos dentro de uma realidade virtual também envolve processos burocráticos e, alguns advogados entendem que, por ainda ser considerada uma novidade, alguns aspectos jurídicos ainda precisam ser adaptados para a nova realidade. “É preciso estar ciente dos direitos imobiliários ao comprar ou vender um imóvel, o processo é menos demorado do que no mundo real e físico, mas ainda é preciso ter cuidado. Não existe ainda uma legislação, o que acontece é uma aquisição que faz parte da compra e venda de direitos por meio de regulamentação do código civil”, explica Fernando Zilveti, tributarista da Zilveti Advogados. “Os usuários que pensam em comprar terrenos ou imóveis precisam entender sobre a tributação pela venda e por meio de capital. Além disso, é preciso estar cientes que as NFTs garantem o direito de propriedade dos cripto ativos, sendo assim, você pode também transferir sua propriedade dentro do metaverso”, complementa.
De acordo com Fábio Tadeu, sócio diretor da Brain Inteligência Estratégica, esse é um mercado que irá crescer muito ainda, conforme os termos forem se consolidando. “Muitas pessoas estão à procura de experiências virtuais, mas é preciso saber que envolve um risco muito grande em comprar imóveis tão caros em um ambiente não real”, comenta Fábio. “Em uma compra pelo metaverso, apesar de possuir algumas questões burocráticas, outras deixam de existir, como é o caso do lastro oficial ou das regras de quantas vezes o patrimônio líquido de uma empresa pode ser comercializado, por isso é preciso entender os riscos que se corre. É normal que o negócio surja antes da legislação e após as empresas terem investido muito dinheiro, precisam se adequar às novas regras”, comenta. Por fim, Fábio finaliza dizendo que, no futuro, os imóveis podem valer dinheiros reais, podendo ser trocados por bens e serviços no mundo real, o que tem feito com que as pessoas tenham ainda mais interesse em investir.
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Para Bruno Sindona, CEO da Sindona Incorporadora, embora seja tentadora a ideia de investir em imóveis virtuais, é preciso viver o momento presente. “O metaverso poderia trazer várias aplicações saudáveis e pró-humanidade, mas, na verdade, o que vemos são obras de arte ou terrenos comprados para virar publicidade. Tudo gira em torno do consumo. Nós já estamos vivendo o metaverso, quem vive no meio digital já está à parte do que é a vida real e humana, de problemas práticos e solucionáveis”, comenta. “E a grande contradição é que a humanidade já tem a tecnologia necessária para acabar com os principais problemas do planeta e acaba procurando formas de solucionar problemas que sequer existem. E transmitir essa realidade alternativa para o setor imobiliário, na minha opinião, é um crime gigantesco de concentração de renda e geração de um capital falso. É necessário rediscutir as nossas prioridades”.
Apesar de movimentar a economia e demonstrar um grande potencial para investimentos, o futuro do mercado imobiliário no metaverso ainda é incerto, isso por que não é possível determinar com certeza que daqui alguns anos a procura por imóveis e terrenos irá continuar, ou se essa é apenas uma bolha na qual a sociedade se interessa no momento. Por isso, é muito importante estar ciente das decisões tomadas ao investir e se jogar de cabeça no universo.
*Via assessoria de imprensa
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