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Entenda porque as construtoras de porte médio podem ser a bola da vez

O ciclo desafiador do mercado imobiliário, marcado por juros altos e investimentos cautelosos, provoca avaliações diversificadas por parte dos grandes players. Ao mesmo tempo em que construtoras e incorporadoras mantêm o otimismo e apontam um início de ano com vendas acima do esperado, o setor de construção civil teve queda nas atividades entre janeiro e fevereiro.

Na comparação com o primeiro bimestre de 2022, caiu de 47,8 pontos para 45,4 o Índice do Nível de Atividade, divulgado pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) nesta semana. Com isso, pela primeira vez nos últimos 10 trimestres, o setor revisou para baixo a sua estimativa de crescimento, passando de 2,5% para 2%.

Os dados refletem um momento de mais estudo no mercado de incorporação, em que as grandes construtoras podem rever os rumos de atuação.

CBIC atualiza grau de confiança das construtoras

O índice de confiança dos empresários da construção no primeiro trimestre deste ano registrou 50,8 pontos, o que significa 5,1 pontos abaixo dos 55,9 registrados no primeiro trimestre de 2022. 

O presidente da CBIC, José Carlos Martins, apontou como fatores para a redução de expectativas a perda de recursos da caderneta de poupança, motivada pela migração para outros investimentos mais atrativos por causa da elevada taxa de juros, e a falta de atualização dos valores para construção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Ele apontou que o teto do valor dos imóveis financiados pelo FGTS está defasado em consequência do aumento do custo da construção.

A economista Ieda Vasconcelos, da CBIC, afirmou que a pesquisa mostra que as expectativas dos empresários estão menos intensas. “A expectativa indica que a construção crescerá pelo terceiro ano consecutivo acima da economia brasileira. Entretanto, pela primeira vez, nos últimos dez trimestres, o setor revisa para baixo o percentual de incremento de suas atividades. A expansão de 2023 deverá ser a menor dos últimos três anos, mas acontecerá em cima de um patamar mais elevado”, afirmou. 

Como as construtoras médias podem se aproveitar deste momento?

Como a queda dos juros e outros fatores macroeconômicos não estão ajudando o setor a deslanchar para valer, as grandes construtoras podem estender seu momento de correção (que ganhou especial força no último trimestre de 2022, quando diversas companhias tiveram resultados negativos).

“Uma grande incorporadora é como um navio transatlântico, que precisa de tempo prolongado para reajustar sua rota. Ou seja, se o jogo do mercado muda, essas empresas gigantes não conseguem acompanhar, pois têm uma estrutura complexa e não podem se transformar com tanta rapidez”, analisa Caio Lobo, responsável pelo perfil O Incorporador e Diretor de incorporação e sócio da Mitro Construtora e Incorporadora.

Ele aponta, portanto, que as companhias menores possuem uma vantagem estratégica e podem aproveitar o momento do mercado para tracionar seu crescimento.

“As incorporadoras gigantescas terão o momento de correção. Já as pequenas e médias, se conseguirem manter suas equipes, têm potencial para chegar voando ao ciclo de expansão do mercado. Existe uma lição histórica com o case da Encol, uma gigante que quebrou. Por isso, temos hoje várias construtoras grandes com a ideia de reduzir seus tamanhos e passar a investir em mercados locais de maneira mais qualificada. Conhecendo a fundo as praças, é mais fácil sair da briga por terrenos caros e criar produtos de boa liquidez”, pontua Lobo.

Um papo com visão de mercado privilegiada

Dicas para novos incorporadores, insights sobre crescimento sustentável e mercado imobiliário fazem parte do episódio mais recente do podcast Modo Avião, com a participação de Caio Lobo.

Na conversa com Rodrigo Werneck, CEO e estrategista-chefe da CUPOLA, ele também revela como fez para tornar sua incorporadora sustentável e competitiva no mercado de Goiânia (GO).

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