Compartilhar, alugar, dividir: tendências do imobiliário segundo a Forbes
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A Forbes tem um Conselho do Mercado Imobiliário – uma organização para executivos sêniores cuja participação depende de alguns pré-requisitos. Entre eles, estar localizado nos Estados Unidos e ter 1 milhão de dólares em receita ou financiamentos. Onze conselheiros foram convidados para listar tendências do mercado imobiliário que devem afetar corretores e investidores nos próximos anos. Listamos e traduzimos as tendências que mais nos afetam em terras brasileiras.
Senso de comunidade e as moradias compartilhadas: com o crescimento do coliving e do cohousing, aumenta a demanda por áreas comuns – realmente – úteis. Uma conselheira inclusive aponta que, com mais pessoas trabalhando de casa, uma tendência é oferecer coworking no próprio condomínio, algo que já vemos em vários empreendimentos por aqui.
Tecnologia de construção, construções modulares e inteligência artificial: uma indústria mais rápida, sustentável e competitiva é possível com o apoio de novas tecnologias e o ecossistema de startups.
Boom das construções para alugar e dos aluguéis de curta duração: aqui, trata-se do crescimento da construção de imóveis que não têm como objetivo serem vendidos, mas sim alugados. No Brasil, algumas incorporadoras já fazem este movimento, como a Vitacon e a MRV. Outra tendência apontada é dos aluguéis de curta duração, por meio de plataformas como o Airbnb.
Millennials estão comprando imóveis: esta geração é apontada como melhor educada e mais diversa que as gerações anteriores. Com as mulheres ganhando melhores salários, também pode significar dois “provedores” por família = mais renda para adquirir a casa própria.
Aos curiosos, link para a lista completa, em inglês.
Incorporadoras
Além da multipropriedade e dos fundos imobiliários, há uma terceira modalidade similar. É o crowdfunding. Também conhecido como “vaquinha”, consiste em um grupo de investidores que se une para financiar projetos imobiliários. Em entrevista ao programa Fundos Imobiliários, da Infomoney, Paola Torneri Porto, do Núcleo de Real Estate da USP, explica como funciona o formato de investimento no Brasil.
Em Portugal, uma das plataformas que oferece este tipo de modalidade é a “Querido, Investi numa Casa!”. Os interessados podem financiar imóveis com investimentos a partir de 50 euros.
A marca de surf Mormaii anunciou que passará a investir em empreendimentos imobiliários. O projeto, chamado Île Mormaii, consiste em condomínios residenciais previstos para o Rio Grande do Norte, Bahia, Ceará, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. No projeto, a marca promete trazer o estilo de vida cercado de liberdade e natureza para a moradia.
A MPD Engenharia lançou o programa Invista Seu Aluguel. Neste, os inquilinos podem pagar o aluguel por até 30 meses e depois reverter o valor pago como entrada para compra do mesmo imóvel.
A Selic agora é de 5% ao ano. O Copom não só anunciou o corte, como já sinalizou que em dezembro deverá vir mais um, fechando 2019 com a meta para juros básicos do Brasil em 4,5% ao ano.
A Caixa cortou, novamente, o piso de juros de financiamento imobiliário. Válido para os contratos feitos a partir de amanhã, 6 de novembro, a taxa mínima será de 6,75% ao ano +TR, enquanto a taxa máxima será de 8,5% + TR. Um levantamento do Melhortaxa mostra que, em um financiamento de R$ 400 mil com a nova taxa, o tomador economiza até R$ 42 mil.
O Governo Federal tem cerca de R$ 500 milhões em atraso com empreiteiras do Minha Casa Minha Vida. A dívida é, na maioria, com construtoras da Faixa 1 do programa. Segundo a CBIC, os atrasos ameaçam diretamente 200 mil trabalhadores, de 512 empresas responsáveis por 900 empreendimentos. O Ministério do Desenvolvimento Regional disse que parte de uma nova liberação de recursos à pasta, na ordem de R$ 600 milhões, deve ser usada para reduzir os atrasos.
O Senado aprovou, no final de outubro, a volta da tributação especial para imóveis de até R$ 124 mil, enquadrados nas duas primeiras faixas do MCMV. Ainda deve ser sancionada pelo presidente, mas prevê que as construções que pagavam, até então, 7% de imposto federal, passem a pagar 4% de tributação.
Até o final de 2018, as incorporadoras pagavam 1% sobre o faturamento. No começo deste ano, este benefício acabou, gerando uma injustiça tributária. Fez com que empreendimentos com unidades de até R$ 100 mil passassem a pagar 7% de imposto, enquanto empreendimentos de classe média e alta se encaixam em uma outra regra, pagando 4%. O texto aprovado engloba o retorno da tributação especial para contratos assinados até 2018.
Imobiliárias
Ainda no segundo semestre de 2019, financiamentos imobiliários com recursos de poupança cresceram 54,5% e somaram R$ 7,6 bilhões. Segundo a Abecip, em setembro os financiamentos tiveram uma alta de 54,5% em relação ao mesmo mês do ano passado.
Experiência de consumo: para atrair e humanizar o relacionamento com os clientes, imobiliárias do Rio Grande do Sul oferecem de cerveja artesanal personalizada até café com nomes de bairros. Matéria do portal O Sul mostra os exemplos das imobiliárias Infinity, de Torres, e Ghisleni, em Gramado.
O grupo imobiliário Apolar investiu R$ 1,5 milhão em startups. Com 50 anos recém completados, aposta em tornar-se aceleradora de novas empresas focadas em serviços para o segmento. “A Rede Apolar motivou a criação de muitas outras empresas e agora olha para novas tecnologias focadas em atender esse nicho”, comenta o executivo do grupo, Jean Michel Galiano, à Revista Amanhã.
Imobiliárias afastam pedidos de vínculo de emprego em ações empregatícias. Até o momento foram 14 ações judiciais públicas para o reconhecimento de vínculo de emprego de corretores de imóveis contratados como autônomos, além de um processo para cumprimento de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Nos processos, o Ministério Público do Trabalho pede uma indenização por danos morais coletivos que varia entre R$ 400 mil e R$ 6 milhões. O MPT alega que os corretores de imóveis, contratados como autônomos, são na realidade empregados. Já as imobiliárias argumentam que a lei que regulamenta o setor permite a contratação de autônomos. Por ora, em nenhum dos casos houve condenação de alguma empresa.
Tecnologia
A tradicional imobiliária inglesa Sotheby’s fechou uma parceria com a empresa de tecnologia Magic Leap. Agora, corretores poderão oferecer uma experiência de realidade aumentada para seus clientes com óculos da marca. Ao visitar um imóvel, os compradores conseguem visualizar diversas opções de decoração, como mostra este vídeo.
Pré-construídas, casas que são montadas fora de seus respectivos terrenos podem ser mais baratas e mais sustentáveis. Conhecidas como construções offsite (fora do local, em tradução livre) já são 90% dos empreendimentos na Dinamarca e na Suécia. Uma matéria da Forbes traz o exemplo da startup americana Plant Prefab, que trabalha com imóveis pré-fabricados e um belo design.
Incorporadoras de alto padrão estão investindo cada vez mais em garagens para carros elétricos. A tendência é maior em imóveis mais caros por conta do valor ainda alto do carro elétrico no Brasil. Apesar disso, algumas construtoras já têm previsão de lançamentos em vários bairros que contam com a tecnologia.
A tendência mundial é que os centros proíbam carros particulares. Em Oslo, Noruega, o centro é fechado desde 1970. Outras cidades já aderiram, como Madri, Florença, Paris, Toronto e, mais recentemente, São Francisco. Mas a proibição não deve vir sozinha, pois demanda planejamento que envolva ciclovias, transporte público e segurança nas ruas para garantir um bom fluxo de pedestres nas regiões centrais.
Mundo
Há algo grandioso acontecendo no Chile. Os protestos que começaram no final de outubro tiveram como gatilho o aumento nas tarifas de transporte público (te lembra alguma coisa?). Um grupo de estudantes de arquitetura aproveitou a onda de protestos para criticar a diminuição dos apartamentos, desenhando plantas de 17m² na Plaza Italia, em Santiago, principal palco das manifestações. Estes pequenos imóveis têm um valor aproximado de 50 a 60 milhões de pesos, algo em torno de R$ 300 mil
António Costa foi reeleito primeiro ministro em Portugal e prometeu “erradicar todas as carências habitacionais” até 2024. O governo promete intervir no mercado imobiliário, renovando as políticas de acesso à habitação e erradicando habitações consideradas indignas. Entre as propostas, está a criação de uma Bolsa Nacional de Alojamento Urgente, assim como um parque habitacional público acessível.
Ainda em terras lusitanas, a Urbiwise é uma nova plataforma de base de dados sobre o mercado imobiliário. Nascida em Portugal, usa análise de dados e inteligência artificial para oferecer informações quantitativas sobre imóveis. Uma reportagem do Dinheiro Vivo explica: “a plataforma permite saber, sem custos, quanto vale o metro quadrado de uma casa, quer seja o vendedor, comprador, senhorio (proprietário) ou inquilino”. A rentabilidade da companhia vem da venda de informações para empresas interessadas no mercado imobiliário, fundos de investimento e corretores.
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