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50 fintechs para o mercado imobiliário ficar de olho

Fintechs (ou financial techs) são startups que trabalham pela inovação dos serviços financeiros. Só em 2019, foram mais de 53 bilhões de dólares investidos nessas novas empresas, em todo o mundo. Pelo quinto ano seguido, a Forbes listou as 50 fintechs mais promissoras do mercado. 

Fintechs não devem ser confundidas com proptechs, as startups do imobiliário. Mas como o mercado da moradia envolve grandes transações financeiras, as fintechs têm bastante sinergia com o mercado imobiliário. Dessa lista ali de cima, a Forbes fez uma seleção das startups que usam tecnologia para repensar a compra, venda e posse de imóveis. Sete, no total. Duas delas já apareceram aqui no Imobi: a Opendoor e a Divvy. Listamos outros destaques abaixo:

Better.com: a plataforma nova iorquina funciona como uma avaliadora de financiamentos de bancos e outras fintechs. Seu software faz pré-aprovação para interessados em comprar um imóvel em menos de três minutos.

Cadre: Cadre pretende simplificar o investimento em imóveis comerciais. A startup angaria dinheiro on-line e usa análise de dados para obter acordos melhores em seus investimentos.

Roofstock: plataforma de compra de imóveis para locação, que categoriza as ofertas pela rentabilidade. O grande diferencial é que boa parte das casas já tem inquilinos. A startup atua em 25 estados americanos.

Unison: define-se como uma startup de coinvestimento. A pessoa interessada em adquirir um imóvel recebe um valor da Unison, que irá receber parte da valorização da casa, quando vendida. Funciona também para quem já tem imóvel, similar ao home equity. Caso os proprietários desistam de vender o imóvel, podem comprar a parte da startup depois de três anos.

Incorporadoras

Desde o início do ano, temos observado notícias sobre a recuperação da construção civil. E chama atenção o movimento de entrada de novas construtoras residenciais na Bolsa, depois de praticamente uma década sem novidades. A Canopus, de Minas Gerais, protocolou o registro na CVM para lançar seu IPO. Já a pernambucana Moura Dubeux, primeira construtora nordestina listada na Bolsa, movimentou R$ 1,25 bilhão em sua oferta inicial.

A Cyrela está atenta a este movimento. A incorporadora foi o primeiro IPO do imobiliário brasileiro, em 2005, e vê riscos de que a capitalização de mais construtoras inflacione o preço dos terrenos. Para o Seu Dinheiro, o diretor financeiro da Cyrela, Miguel Mickelberg, disse o seguinte: “Pensamos que a entrada de outros competidores vai requerer uma escolha melhor dos terrenos, diante da possibilidade de alta nos preços”.

Já a Gafisa, outra grande construtora na Bolsa, toma ações para se recuperar do mau desempenho de 2019. Entre elas, a aquisição da Upcon, em operação que foi aprovada pelo Cade na última semana. A incorporadora paulista tem uma meta de VGV de mais de R$ 1 bilhão para este ano, com foco em empreendimentos de médio e alto padrão em São Paulo.

A Caixa divulgou várias novidades na última semana. Começou por reduzir os juros do crédito imobiliário indexado pela TR para empresas, agora com taxas anuais a partir de 6,5%. Também lançou duas linhas de crédito novas: uma indexada pelo IPCA e uma ligada ao CDI.

Para o imobiliário, o banco lançou dois produtos específicosuma modalidade de Apoio à Construção, que permite o financiamento do custo total da obra, e a Plano Empresa, que permite o financiamento a partir da execução de 80% do empreendimento. Para o presidente da Caixa, essas opções são “muito mais efetivas para o mercado” e seriam uma das soluções para lidar com as demandas das construtoras em relação ao Minha Casa Minha Vida…

… que deve ser a prioridade do novo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. Depois da sua solenidade de posse – que foi concorrida e acompanhada pelos presidentes dos três poderes, bom número de deputados e servidores públicos – o novo ministro afirmou que sua prioridade será reformular o programa.

Marinho disse considerar o “acervo de discussões” do seu antecessor. Mas também prometeu reunir-se com o ministro da Economia, Paulo Guedes, com o presidente da Caixa e com técnicos do ministério para definir um cronograma de trabalho. Alguns dias depois, o Ministério da Economia prometeu revisar o subsídio do FGTS para o MCMV já em maio.

Para quem quer entender melhor sobre o papel da pasta e do novo ministro de Desenvolvimento Regional, recomendamos esta matéria do Nexo.

Itapema, no litoral norte de Santa Catarina, está passando por um boom imobiliário. Fica próxima de Balneário Camboriú, a “Dubai brasileira”, e está vendo seu planejamento urbano mudar conforme as necessidades de aumento populacional, de turistas e de investidores. A Folha de S. Paulo fez um levantamento apurado de como o boom tem testado a infraestrutura da cidade.

Agenda

Vem aí o primeiro Datastore Hub Experience. Vai ser no dia 24 de março, em Campinas, SP, com a participação de nomes de peso do imobiliário, como Alexandre Frankel, CEO da Vitacon/Housi, Ernani Braga Assis, VP de RI e Novos Negócios do Grupo ZAP, e Gustavo Zanotto, CEO do Café Imobiliário, entre muitos outros painelistas. O evento tem curadoria de Daniel Rosenthal e é uma criação de Marcus Araújo, CEO da Datastore Pesquisas, que vai disponibilizar um relatório exclusivo de dados sobre demandas de 2020 aos participantes do evento.

O Datastore Hub Experience terá palestra inédita de Guga Stocco, considerado visionário da transformação digital, além de Thomas Brieu, criador do método da “Escutatória” para melhorar seus fechamentos de negócios, e de Ricardo Jordão, reconhecido por sua habilidade impressionante de vendas. Leitores do Imobi Report têm desconto na compra dos ingressos, basta usar o cupom EXCLUSIVO CUPOLA, válido até o próximo dia 20.

Imobiliárias

Retrofit e moradia estudantil têm atraído novos investidores. Com a proposta de atender universitários de classe média alta, empresas estão reformando prédios antigos que serão locados exclusivamente para o público estudantil. O retrofit tem vantagens para o investidor em razão do prazo mais curto do projeto: o início das locações cai de até três anos para alguns meses. 

A Uliving é especializada na gestão de edifícios exclusivos para a “hospedagem estudantil”. A empresa levou quase seis anos para aprimorar o desenho dos seus prédios, que oferecem unidades com aluguel entre R$ 1 mil a R$ 5 mil, de quartos compartilhados a quitinete individual. Também atuam neste segmento a Share, a Amora Imóveis, a Prolifico e a Kasa 99.

O governo federal planeja arrecadar R$ 36 bilhões com a venda de 4 mil imóveis da União, até 2022. Entre as propriedades estão 60 apartamentos funcionais de Brasília, além do icônico edifício “A Noite”, localizado no Rio. Só neste começo de ano, o governo já vendeu R$ 18 milhões em imóveis.

O estoque da “imobiliária estatal” inclui ainda os chamados terrenos de marinha. Há por volta de 300 mil imóveis no Brasil nos quais a União tem 17% da titularidade. Edifícios históricos como o Copacabana Palace e a antiga sede da Embaixada dos Estados Unidos, no Rio de Janeiro, são alguns deles. Os particulares que detêm os outros 83% dos imóveis – e somente eles – poderão comprar a parte da União e, com isso, deixam de pagar a taxa anual de foro. A Gazeta do Povo explicou a proposta e a origem histórica dessa taxa de foro.

Para competir com o Airbnb, a CVC está trazendo para o Brasil uma empresa de aluguel de imóveis por temporada. As acomodações disponíveis terão perfis diversos, desde um pequeno apartamento, com apenas um quarto, até as grandes mansões. O serviço será distribuído por parceiros em outros países e pelas marcas da CVC. O projeto deve iniciar pela Região Sul, seguida de São Paulo, Rio de Janeiro e Nordeste do país. 

A Landing, startup com sede em São Francisco nos EUA, oferece aos seus clientes uma mudança de apartamento por assinatura. Seu público-alvo é composto por profissionais de 25 a 40 anos. Funciona como uma espécie de clube, que cobra uma taxa anual de 199 dólares, mais o aluguel, para que os clientes possam trocar de apartamento a qualquer momento, sem custo adicional. A startup oferece apartamentos mobiliados em nove cidades dos EUA, incluindo Nova Iorque, São Francisco e Austin.

Tecnologia

O SoftBank decidiu reduzir os planos para a segunda edição do Vision Fund. A meta era arrecadar 108 bilhões de dólares, mas o CEO do Softbank, Masayoshi Son, se viu forçado a investir apenas o capital de sua própria empresa, dada a falta de interesse dos investidores. O fracasso no IPO da WeWork e a desvalorização da Uber, ambas investidas pelo Vision Fund, são apontados como razão para a fuga dos recursos. (inglês)

Neste vídeo do Wall Street Journal, explica-se porque os investidores estão mais exigentes e como os unicórnios podem estar tendo suas crinas cortadas.(inglês).

Quem deveria lançar seu IPO em 2020, mas que pode ter que segurar as pontas é a Airbnb, de novo ela. No ano passado, trouxemos alguns problemas que a marca tem vivido, normalmente relacionados com a segurança dos imóveis listados pela plataforma. E 2020 começou com mais reveses, por conta do coronavírus: a Airbnb decidiu suspender suas hospedagens em Pequim até o dia 29 de fevereiro. A queda na receita da empresa na China é de aproximadamente 80%, o que freou os planos para o IPO, que deve ocorrer – se ocorrer – somente no segundo semestre. (inglês)

Mundo

Para garantir moradia acessível, Lisboa poderá fazer um iRent “do bem”. O projeto da Câmara de Lisboa consiste em alugar casas no mercado para depois sublocá-las por preços mais acessíveis.

Ainda sobre casas acessíveis, o Nexo trouxe uma lembrança de quando o Brasil congelou os aluguéis por dois anos. Promovido por Getúlio Vargas, em 1942, levou a um colapso de negócios com foco no aluguel. A iniciativa privada reduziu a construção de novas unidades em uma época em que as grandes cidades já recebiam fluxo migratório de zonas rurais. Isso inclusive favoreceu a origem das primeiras favelas de São Paulo e Rio de Janeiro. Vale a leitura.

Em 2019, Nova York também passou por uma profunda reavaliação da política habitacional. As leis de aluguel foram alteradas, beneficiando os inquilinos e dificultando o despejo. Para esse ano, foi decretada mais uma mudança: os inquilinos não precisarão mais arcar com taxas de corretagem. Agora, quem arca com o valor é o proprietário, quando locar seu imóvel com a intermediação de corretores, como no Brasil com as imobiliárias. (inglês)

Estamos de Olho

Em Los Angeles, a casa mais cara da cidade tem novo dono. O fundador da Amazon, Jeff Bezos, desembolsou a quantia de 165 milhões de dólares para comprar a propriedade. Situada em Beverly Hills, a mansão foi projetada na década de 1930 para Jack Warner, ex-presidente da Warner Bros. Segundo fontes do The Real Deal, o negócio foi fechado a bordo do Rising Sun, o iate do antigo proprietário, o magnata da indústria fonográfica, David Geffen. E o Estadão fez a conta: a compra consumiu apenas 0,125% da fortuna de Bezos, que é estimada em 131 bilhões de dólares. É como se alguém que ganhasse 60 mil dólares por ano gastasse apenas 75 dólares em uma casa

Em 2019, o bilionário também pagou uma pequena fortuna em multas de estacionamento durante uma reforma em sua mansão em Washington, DC. As infrações de 16,8 mil dólares, equivalentes a R$ 71,3 mil, foram cometidas pela equipe contratada pelo empresário para transformar um antigo museu em sua residência. As multas foram registradas entre 2016 e 2019. Cerca de 23 milhões de dólares foram gastos com a reforma.

Embora o mercado imobiliário mostre sinais de expansão, o Secovi de SP é cauteloso e indica que 2020 será um ano de estabilidade. A mudança no Plano Diretor da capital e a hesitação do governo federal na condução da agenda das reformas do Estado podem frear a expansão nos lançamentos e vendas de imóveis. Para o sindicato, o ciclo de recuperação no setor está completo e é preciso manter “o pé no chão”. 

Na região Norte de SP, manifestantes Guaranis ocupam um terreno vizinho a aldeias indígenas em protesto contra a construção de 11 torres do MCMV. Segundo relatos apurados pelo UOL, os indígenas denunciam o corte de centenas de árvores antes do licenciamento ambiental e a violação de outros requisitos legais. A construtora Tenda, proprietária do terreno, afirma que cumpriu todas as suas obrigações, conseguindo uma liminar de reintegração de posse. 

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