O papel humano na transação imobiliária, para ZAP+, Loft e QuintoAndar
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“Tecnologia a gente resolve na hora”, improvisou o apresentador Fernando Sztrajtman, VP comercial do ZAP+, após uma falha no áudio da transmissão do Conecta Imobi, nesta quarta-feira (20), segundo dia do evento.
Seria apenas mais um ruído, comum em eventos online, não fosse este o painel que reuniu os líderes do própio ZAP+, Marcos Leite, do QuintoAndar, Gabriel Braga, e da Loft, Mate Pencz. Justamente o triunvirato que está redefinindo o mercado imobiliário brasileiro e que, neste encontro inusual, tratou de colocar à mesa sua visão sobre o futuro do mercado e o papel da tecnologia e dos humanos (leia-se corretores de imóveis e imobiliárias) neste novo cenário que se apresenta.
Encontros como esse não são exatamente novidade – corre a informação de que o trio tem um grupo de whatsapp em comum -, mas não deixa de ser um trunfo do zap+ reuni-los pela primeira vez no Conecta. O tempo restrito do encontro, de cerca de 30 minutos, e o olhar desconfiado de parte da audiência, porém, faz com que seja preciso ler nas entrelinhas e fora do “discurso oficial” o que, de fato, importa ao mercado como um todo.
E este é o exercício que compartilho aqui, a começar pelo que eu chamaria deste “ato falho” expresso no início do texto.
Foram 3 as perguntas feitas aos convidados: 1) dores e fricções na jornada do consumidor imobiliário; 2) tecnologia x humano nesta jornada e 3) visão para os próximos anos. A segunda pergunta é central para extrair algo da estratégia de cada um destes players. E o destaque, neste sentido, coube a Mate Pencz, da Loft, que tratou de iniciar sua fala já saudando corretoras e corretores de imóveis, a quem ele se dirigiu diretamente antes mesmo de cumprimentar os companheiros de painel.
Pencz chegou a citar nominalmente Ricardo Abreu, sócio-diretor da Abreu Imóveis, de Natal (RN), e Luiz Henrique Fuhro Souto, da imobiliária Fuhro Souto, de Pelotas (RS). Ele também fez questão de mencionar a recente aquisição da Credpago pela Loft e o entendimento de que 100% das transações por meio da sua plataforma ocorrem através de corretores de imóveis.
Tecnologia na base, humano na ponta
Cada um a seu modo, os representantes das três empresas colocaram sua leitura a respeito do papel humano nas transações imobiliárias, santo graal para o qual ZAP+, QuintoAndar e Loft estão orientadas.
Enquanto a Loft enxerga um modelo baseado em tecnologia, mas com interface humana na ponta, no relacionamento com o cliente, Marcos Leite, do ZAP+, entende que corretores de imóveis e imobiliárias devem focar no seu core business, e deixar com a tecnologia todo o restante.
Leite defendeu que a tecnologia deve contribuir para que a captação e a venda de imóveis ocorram de forma mais rápida e eficiente, enquanto corretores de imóveis devem “segurar a mão do cliente” na hora da transação. “O toque humano vai ficar”, disse.
Gabriel Braga, do QuintoAndar, foi na mesma linha. Sugeriu que a tecnologia é uma ferramenta para as tarefas repetitivas, processo que podem ser “comoditizados”, enquanto que ao corretor de imóveis cabe conectar e empatizar com o cliente.
Obviamente que toda essa discussão tem como pano de fundo uma desconfiança crônica que o chamado mercado tradicional tem para com essas empresas, expoentes da nova economia. Enquanto o ZAP+ teve uma crise recente em razão de sugerir a desintermediação em um anúncio direcionado a proprietários de imóveis, o QuintoAndar administra as dores e delícias de ter sido pioneiro entre as imobiliárias digitais. Se, por um lado, gozou de farta exposição como ícone da “uberização do imobiliário”, por outro, talvez tenha deixado correr solta a ideia de que veio para substituir as imobiliárias, e não apoiá-las.
Neste sentido, Loft parece se apropriar de um lugar de mais proximidade com corretores de imóveis e imobiliárias. Se manterá essa posição ou sofrerá algum tipo de revés como seus concorrentes, o tempo irá dizer.
Tudo certo! Continue acompanhando os nossos conteúdos.
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