Inman Connect NY 2022: insights para um mercado imobiliário pós-pandêmico
Resumo
Octavio Pontedura e Rafael Sorrigotto, sócios da Refúgios Urbanos compartilham seus insights sobre o Inman Connect NY 2022. Confira!
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Nossa volta a New York, no mês passado, para o Inman Connect NY 2022, após dois anos do nosso último contato – durante a realização da edição de 2020 –, trouxe inúmeros insights de um mundo pós pandêmico.
Mais do que isso: aproximou as questões e dificuldades enfrentadas entre Brasil e Estados Unidos, o que fez com que o conteúdo e discussões levantadas e desenvolvidas neste ano tivessem até um encaixe melhor ao nosso mercado e problemas atuais do que vimos e falamos em 2020, quando enxergávamos ainda uma grande distância entre as melhores práticas do mercado imobiliário americano em relação ao brasileiro.
Questões relacionadas a índices econômicos, taxas de juros, dificuldades e encarecimento do crédito: são esses temas macro que hoje nos “unem”, se é que assim podemos dizer. Isso traz à tona a necessidade de (ainda mais) especializar o mercado imobiliário.
“High Tech, High Touch“
Esse foi o primeiro e um dos mais marcantes conceitos que absorvemos do evento como um todo. E não se vê esse conceito apenas pela simples tradução, mas numa análise em maior escala. Em dois anos, saímos de um discurso preocupante e muito negativo para os corretores e imobiliárias, com o crescimento e investimentos em larga escala das iBuyers (empresas que se utilizam de dados e muita tecnologia para maximizar o número de transações imobiliárias e aumentar a liquidez do mercado) para uma cena bem inesperada e curiosa do discurso da Vice Presidente da principal iBuyer americana, a Zillow, dizendo que o corretor é a parte mais importante da transação, falando de qualidade no treinamento e crescimento do corretores.
Pois é. A tecnologia passou tão rapidamente nas falas do evento de protagonista do mercado imobiliário para protagonismo no apoio ao trabalho do corretor imobiliário. É o uso da tecnologia, inteligência e dados para trazer segurança, assertividade e eficiência ao trabalho do corretor. De maneira alguma substituindo-o, como se pensava até então. Afinal, uma casa não se vende sozinha e a tecnologia não consegue resolver uma equação que é de confiança, expertise e afetiva, para além, claro, de negócios.
Aliás, a assertividade foi assunto recorrente nos painéis e bate-papos por lá. Num cenário desafiador para o mercado como um todo, parece lógico imaginarmos que se destacarão os corretores mais bem preparados para tempos difíceis. Mais do que isso: irão se destacar os que conseguirem alcançar índices de assertividade em todas as etapas do negócio. Usar toda a inteligência tecnológica, as análises macroeconômicas e de mercado para buscar oportunidades. Desde a prospecção de imóveis para transações futuras, definição estratégica desse produto frente ao mercado, execução e acompanhamento das ações.
Claro, sem deixar de lado o atendimento exímio e habilidade em sanar dúvidas e incertezas de todo o processo – mais do que comum, nesse cenário, o cliente definindo entre comprar, alugar ou nenhum dos dois – levar os recursos para um investimento ou coisa que o valha. E estará nas mãos do corretor trazer dados de mercado, de suas transações e histórico de vendas para suportar a argumentação e trazer segurança e confiabilidade ao seu cliente.
“Accuracy makes money”
Aqui, está o segundo grande conceito apreendido no evento.
A assertividade vem de processos, de estratégias bem delineadas e, ainda mais, de um posicionamento consolidado. Pronto, temos aqui mais um tema recorrente e super relevante durante os períodos do evento: cultura da empresa e o trabalho focado em nichos. A cultura organizacional permeia toda a comunicação, ações e negócios das imobiliárias e tem reflexos diretos na visão, missão e valores – tanto o que se diz quanto o que se faz. O que deveria ser indissociável, sabemos não ser – mas, num cenário de super qualificação de mercado – a reputação da marca é de extrema importância. Essa, que garante boas indicações e o planejamento de um negócio de fato sustentável – afinal, sempre se está nascendo, casando, separando e partindo para outros planos – a demanda do mercado imobiliário pelo morar nunca para! Está nas mãos de cada um conquistar essa recorrência de negócios e continuidade de relacionamentos.
Essa cultura organizacional leva a marca a espaços únicos e, num mercado concorrido, qualificado e em certa crise com indicadores de taxas de juros preocupantes nas capas dos jornais, a especialização no atendimento e negócio é uma estratégia de longe muito assertiva: “Get in where you fit in!”. Esse, aliás, nos remeteu a algumas trocas e palestras do ICXP 2022, promovido pelo Imobi Report em março deste ano, em Curitiba, em parceria com a CUPOLA.
Cruzamos o continente em mais de nove horas de voo para ouvir muito do que já falávamos por aqui. Mas é sempre bom trocarmos e sentirmos que o direcionamento está correto, validado por outros mercados e profissionais que assim direcionam também. Confiabilidade, ética, uso da inteligência de dados para qualificar e agilizar o trabalho do corretor, organização de processos e foco nas oportunidades, qualificação profissional e especialização de mercado… tudo isso resume bem o que trocamos em New York. Postura profissional que garante qualidade no trabalho, atendimento e longa jornada de sustentabilidade nos negócios. Por fim, a frase que martelamos de cá, ouvimos também por lá: “PUT THE RELATIONSHIP IN FRONT OF THE COMISSION!“.
Octavio Pontedura
Nascido em Londrina, vive em São Paulo há mais de duas décadas. Formado em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), seguiu carreira corporativa por boa parte da vida, trabalhando em empresas multinacionais de renome que o fizeram rodar o mundo. A paixão por novos desafios o fez viver na África por dois anos, mais precisamente em Acra, em Gana, onde gerenciava a área comercial de uma grande empresa de tintas. A fascinação por História, Arquitetura, Design e Interiores sempre esteve em seu radar e, por entender que era possível somar sua experiência profissional a essas paixões, decidiu dar um basta na carreira corporativa e se tornar corretor de imóveis. Apaixonado por Arquitetura e pelas histórias que se desenrolam dela, é corretor e sócio da imobiliária Refúgios Urbanos, à frente da equipe que atua na região de Higienópolis, Santa Cecília e arredores.
Rafael Sorrigotto
Sócio da Refugios Urbanos, é formado pela UNESP, cursou pós-graduação na FIA Business School, em Negócios do Mercado Imobiliário. Após anos trabalhando com incorporação e desenvolvimento imobiliário, procurava um novo desafio que o fizesse continuar na área, mas que lhe permitisse sair de trás da escrivaninha e voltar a ter contato direto com a arquitetura. A resposta perfeita aos anseios foi integrar o time da Refúgios Urbanos, da qual se tornou sócio. O que mais gosta de fazer é caminhar pelo centro da cidade em busca de novas oportunidades e descobertas. Em São Paulo, mora no Centro, bem no olho do furacão, onde tudo acontece e a cidade pulsa. E foi nesse cenário que escolheu criar seus dois filhos, que têm suas aventuras contadas no blog Dois Pais.
Tudo certo! Continue acompanhando os nossos conteúdos.
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