Venda de imóveis novos tem maior alta desde 2014
Resumo
O mês de agosto foi de recorde na venda de imóveis novos no Brasil. Confira essa notícia e os destaques da edição desta semana no Imobi.
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O mês de agosto foi de recorde na venda de imóveis novos no Brasil. De acordo com a Abrainc, foram 13.156 unidades comercializadas, o que representa um aumento de 58,9% em relação ao mesmo mês do ano passado. Descontando-se os distratos, a alta nas vendas é ainda maior – 63,8% a mais em comparação com agosto de 2019. Esta é a maior alta registrada desde maio de 2014.
É claro que isso tem relação com a expansão do crédito imobiliário, que também tem batido recorde atrás de recorde. Só em setembro, houve alta de 70,1% no volume de crédito contratado, em relação ao mesmo período do ano passado, atingindo o valor de R$ 12,9 bilhões. Para quem quer entender melhor como a baixa nos juros está impactando o mercado imobiliário, o Estadão mostra em detalhes essa dinâmica.
Outra consequência do mercado aquecido é a evolução do número de empregados na construção civil, a maior em oito anos, segundo levantamento da CNI. O índice de confiança na construção civil também subiu, registrando alta de 3,7 pontos em outubro e, assim, atingindo 91,5 pontos, o maior valor desde setembro de 2014 (92,3 pontos). Essa maior confiança tende a estimular novos empreendimentos. A Trisul, por exemplo, projeta de R$ 2,8 bilhões a R$ 3,2 bilhões em lançamentos entre 2020 e 2021.
O copresidente da Cyrela, Efraim Horn, falou sobre a fórmula de sucesso da empresa no podcast MoneyLab. Entre as novidades adotadas pela incorporadora recentemente, está a utilização da solução da startup More Than Real, especializada em experiências de realidade aumentada para apresentar seu novo lançamento em São Paulo, o Living Unique.
No mercado de locação, O Globo destaca a parceria de incorporadoras com startups para oferecer serviços sob demanda, como wi-fi, locação de carro e até enxoval. Já o Estadão repercute o lançamento da oferta de cotas do fundo imobiliário JFL Living, similar ao modelo norte-americano dos Real Estate Investment Trusts (REITs).
Em live para o Valor, Gabriel Braga, CEO do QuintoAndar, analisa como a taxa Selic baixa ajuda, também, o mercado de locação. Gabriel aponta que os juros baixos trazem uma onda de investimento de pessoas físicas e fundos em imóveis para locação, o que profissionaliza o mercado. Quando questionado sobre um futuro IPO, o CEO afirmou que não é uma meta, embora esteja no horizonte da startup. A live pode ser assistida na íntegra.
Inspirado no Hudson Yards, em Nova York, um novo empreendimento na Marginal Pinheiros está sendo um grande sucesso de vendas. Com 58 mil m² de área residencial, o Parque Global, da Benx Incorporadora, já vendeu 176 unidades em um mês, de um total de 243, distribuídas em duas torres que já foram lançadas. O condomínio conta com shopping center e um complexo de inovação, saúde e educação.
Imobiliárias
A escalada do IGP-M continua em pauta na imprensa. Matéria da Exame informa que proprietários podem reajustar seus aluguéis em até 21%, mas reforça a recomendação de negociar. Um aumento tão brusco pode não ser positivo para proprietários. Para Adriano Sartori, vice-presidente de gestão patrimonial e locação do Secovi-SP: “Se o imóvel é ocupado por um bom inquilino, que sempre cumpriu em dia suas obrigações contratuais, o proprietário vai preferir negociar a ter de arcar com custos, como condomínio e IPTU. E, ainda, ter de buscar um novo inquilino”.
Depois dos contratos renegociados no início da pandemia, o reajuste pelo IGP-M deve gerar uma segunda onda de negociações, até o fim do ano. Para auxiliar as imobiliárias na preparação da equipe para este momento, a CUPOLA fará uma live sobre o tema nesta quarta, 4, às 20h.
Marcus Antonius Costa, CEO da FC ANALISE Digital, afirma que a negociação é um movimento que acontece independente da modalidade de garantia locatícia, mas, na locação com o fiador, existe uma relação de pessoalidade e confiança diferente: “Na pandemia, especificamente, todos estamos passando por um momento crítico e o inquilino pensa ‘vou fazer meu fiador passar por esse momento, receber um aviso que eu estou inadimplente, colocar em risco ele sofrer uma ação de cobrança, uma penhora online da sua conta bancária, prejudicar o nome dele no mercado?’ E ele acaba priorizando ainda mais o pagamento da locação”.
A Brognoli, imobiliária de Florianópolis, profissionalizou as indicações informais de imóveis. Agora, quem reside na capital pode indicar imóveis através do aplicativo da imobiliária, o Indicasse. A plataforma funciona para indicações de imóveis para aluguel ou venda, e a Brognoli já desembolsou mais de R$ 89 mil para recompensar os indicadores.
O que faz um despachante imobiliário? O perfil deste profissional não é homogêneo no mercado imobiliário: não são todas as imobiliárias que o contratam, nem todos os clientes que demandam suas funções, portanto, nem todos sabem o que este assessor imobiliário faz. O Imobi Explica.
Techs
A compra do Grupo ZAP pela OLX foi concluída. “Seremos muito mais relevantes para imobiliárias e incorporadoras, que investem em outros canais que não são tão eficientes. Conseguimos melhorar a experiência de todo o ecossistema”, disse Andries Oudshoorn, presidente da OLX Brasil, para a Exame. Para os usuários, o plano é uma melhora na experiência de busca, por meio de investimento pesado em inteligência artificial e machine learning.
Nesta mesma semana, a OLX firmou uma parceria com a EasyCrédito, para oferecer empréstimo pessoal para os clientes do site. O valor do empréstimo é de R$ 500 a R$ 35.000.
A Yuca e a Gafisa fecharam uma parceria, na qual a startup de coliving irá gerenciar imóveis no estoque da incorporadora. Além de retomar e se responsabilizar pela locação dos imóveis, estes também estarão na plataforma Yuca Invest e investidores poderão adquiri-los, recebendo o rendimento das locações.
A nova parceria integra um processo complexo de reestruturação, que começou ainda em 2019. Entre as novas ações, está a proposta da Gafisa de fusão com a Tecnisa.
Transformação digital
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Porto Seguro Soluções para Locação
O BCG lançou um estudo sobre o sucesso da transformação digital nas empresas. Gestores apontam que as transformações bem-sucedidas agregaram 66% mais valor e melhoraram suas capacidades corporativas em 82%. Oito em cada 10 planejam acelerar seus respectivos processos de transformação digital em resposta à crise sanitária.
Ainda de acordo com o estudo, são seis fatores que formam uma transformação digital de sucesso: adoção de uma estratégia integrada; compromisso de liderança dos cargos de gerência; implantar talentos de alto calibre no processo, mesmo que de áreas diferentes; mentalidade de governança ágil; monitoramento eficaz do processo; e tecnologia modular conduzida por negócios e plataforma de dados.
A OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico) lançou um relatório que traz a transformação digital como estratégia para impulsionar a produtividade no Brasil. A entidade, inclusive, sugere que o governo adote incentivos fiscais para estimular o processo nas empresas brasileiras.
Com a ascensão da inteligência artificial e machine learning, é preciso começar a discutir questões éticas que envolvem as máquinas. A Unesco iniciou um processo para elaborar o primeiro instrumento mundial de definição de padrões sobre a ética da inteligência artificial (IA). O Neofeed traz alguns destaques do documento: sugere-se a supervisão e determinação humana (assim, humanos são responsáveis pelos sistemas de IA), proporcionalidade (as tecnologias não devem exceder o necessário para atingir metas ou objetivos), administração do meio ambiente e da paz (os sistemas de IA devem contribuir para a interconexão pacífica de todas as criaturas vivas) e inclusão de gênero (não devem reproduzir as desigualdades de gênero evidentes na sociedade).
Mundo
Um estudo com jovens da Geração Z, nascidos entre 1997 e 2012, nos Estados Unidos, aponta que cerca de 90% desejam comprar um imóvel quando estiverem com 30 anos. E quais são suas cidades preferidas? Salt Lake City, Oklahoma City, Indianapolis, Cincinnati e Minneapolis.
Ainda nos Estados Unidos, um corretor de imóveis foi demitido depois de aparecer, em um vídeo, declarando-se racista. O corretor foi filmado falando “Eu sou um racista. Qual é o problema?”. Em ano de eleição presidencial marcada, entre outros tópicos, por manifestações antirracistas, a imobiliária em que o corretor atuava se manifestou e afirmou, em comunicado à imprensa local: “Ao saber deste vídeo, tomamos medidas imediatas para cortar sua licença, encerrando seu envolvimento conosco imediatamente e condenando seu comportamento”. A empresa também recomendou que sua licença fosse revogada do Departamento de Imóveis do Arizona.
Com o dólar em alta e as restrições para viajar para o exterior, brasileiros têm deixado de investir em imóveis na Flórida. Segundo Daniel Ickowicz, diretor de vendas da Elite International Realty, a entrada de investidores brasileiros no mercado imobiliário americano para compra caiu pela metade. Ele observa que brasileiros que já tinham imóveis estão aproveitando a alta da moeda para vender seus imóveis.
Uma das casas mais estreitas de Londres, com 1,6 metro de largura e menos de 8 metros de comprimento, está para vender por nada menos do que 7 milhões de reais. A localização é o que mais custa, em Shepherd’s Bush, mas a decoração e o jardim privativo também agregam valor.
Estamos de Olho
Mesmo com sete meses de pandemia no Brasil, ainda há muito o que se falar sobre o modelo de home office no país. Você já parou para pensar quem realmente tem acesso a essa possibilidade de trabalho remoto? Matéria publicada no Imobi mostra que o home office é, na verdade, uma tendência que revela desigualdades. Quem tem esta escolha, entretanto, está aproveitando para rever suas opções de moradia, optando por casas para adequar seu espaço de trabalho à nova realidade.
Enquanto isso, a vacância de escritórios cresce nos grandes centros urbanos. Em São Paulo, o número de devoluções já é maior do que o de contratações e o novo estoque (104,3 mil m²) é o maior desde 2018. Em Paris, as torres do movimentado bairro de La Défense parecem cenário de um filme de ficção científica, vazias como estão.
Os coworkings, por sua vez, apostam no modelo híbrido de trabalho como uma possibilidade de retomada. Para quem está voltando às atividades presenciais, a colunista do Imobi Report, Elisa Tawil, lembra os desafios de sair de casa e voltar a frequentar espaços públicos, explicando o que é “síndrome da cabana” e como ela se apresenta nos dias de hoje.
Na Piauí, o destaque da semana foi uma matéria sobre o esquema de compra e venda de imóveis do PCC. Levantamento realizado pela revista, com base em dados de cartórios de São Paulo, aponta que as transações realizadas pela facção criminosa movimentaram R$ 100 milhões em 28 anos. Entre os imóveis negociados estão terrenos, casas, apartamentos e salas comerciais na Grande São Paulo e na Baixada Santista.
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