DestaquesOpinião Como viver o ESG na prática Atualizado 6 de setembro de 20226 de setembro de 2022 AutorSusanna Marchionni Compartilhar: O Brasil, atualmente, possui um déficit habitacional de 5,8 milhões de moradias, segundo a Fundação João Pinheiro. A crise econômica agravada pela pandemia da Covid-19 fez com que um problema crônico do país se agravasse ainda mais. Infelizmente, as pessoas em situação de pobreza não possuem o mínimo de estrutura para viver de forma digna. Eu já havia percebido esta questão quando analisava lugares para investir, por volta de 2017, e observei no país a chance de contribuir para o desenvolvimento da população. Mas o maior desafio era: como fazer isto? Quando Giovanni Savio e eu fundamos a Planet, em 2015, um de nossos propósitos era de nos diferenciarmos no mercado através de iniciativas que fossem além de meramente construir residências e ganharmos dinheiro com isto. Queríamos trazer uma moradia às pessoas, para que elas se sentissem pertencendo ao lugar onde vivem, e chamar, do fundo do coração, de seu lar. Tudo isto feito de maneira ética e preocupada com a questão ambiental. Se o conceito lhe parece familiar, é porque ele está bastante em voga: ele resume, na prática, o que é o ESG, sigla em inglês para meio-ambiente, social e governança, que é utilizada no ambiente corporativo para orientar diretrizes empresariais nestes âmbitos. Logo, sabíamos que investir em soluções arquitetônicas e de infraestrutura acessíveis a uma população que, normalmente, não teria condições de habitar seria um grande feito, mas não deveria ser o único. Cito o exemplo da a Smart City Laguna, em São Gonçalo do Amarante, no Ceará. Além de desenvolver casas a preços que, normalmente, estariam acima do seu preço atual, também organizamos a infraestrutura de modo que vários problemas futuros, como trânsito ou alagamento, estivessem já previamente resolvidos. Recentemente, Laguna recebeu a visita de representantes do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente para conhecer nossas soluções inteligentes e pleitearmos um suporte financeiro da instituição para implementarmos energias sustentáveis. Estamos competindo com projetos de países como Colômbia, Marrocos e Índia. Trabalhos como este têm uma responsabilidade social enorme. O fato de um programa da ONU ter selecionado a Smart City Laguna e se interessar em conhecer pessoalmente a maneira de como oferecemos moradias acessíveis nos mostra que estamos no caminho certo. Tal como imaginamos em 2016. Sobre Susanna Marchionni: Susanna é a CEO da Planet Smart City no Brasil e co-fundou a empresa em 2015, ao lado de Giovanni Savio, CEO Global. Ela tem 27 anos de experiência no setor imobiliário e é a força motriz da empresa no Brasil, liderando a disseminação do conceito de cidade inteligente inclusiva no país. Susanna é responsável pela expansão da empresa no Brasil nos próximos anos.