[194] Desaquecimento: proptechs enfrentam inverno implacável
Resumo
O tema da semana foi o desaquecimento das protechs, que enfrentam um inverno implacável. O CUPOLA Summit também foi destaque na semana.
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O segundo grande encontro da comunidade imobiliária vem aí! Depois do sucesso do evento de 2022, o ICXP agora é CUPOLA Summit, um evento imersivo focado na experiência do público como real participante do encontro. A conferência foi oficialmente lançada e você pode se inscrever aqui. O CUPOLA Summit acontece nos dias 12 e 13 de maio de 2023, em Curitiba (PR), com um pré-evento opcional no dia 11 de maio. Confira todos os detalhes no Imobi Report.
As aventuras acabaram. Ao mesmo tempo em que o inverno está chegando ao hemisfério norte, lar dos grandes investidores, tempos mais duros estão assolando as proptechs, sejam gringas ou brasileiras.
Desta vez, para sobreviver, as companhias já não podem se aquecer queimando dinheiro. Fragilizadas em termos de caixa, startups de todos os segmentos já não têm recursos à disposição para um cash burn (dinheiro perdido pelos investidores).
O que explica a retração dos investidores é uma conjuntura complexa. Nos Estados Unidos, a crise no modelo de iBuying provocou perdas próximas a US$ 1 bilhão para a Opendoor, plataforma digital para compra e venda de imóveis que serviu de modelo para companhias como a Loft. Enquanto isso, os juros subiram (tanto lá como aqui), estimulando aplicações conservadoras e afugentando investimentos de maior risco.
No Brasil e na América Latina, o noticiário não poupou as proptechs ao longo do ano, reforçando sinais de crise. Demissões, fusões e troca de participação por recursos fizeram parte de uma rotina turbulenta. Na semana passada, correram informações sobre a desvalorização da Loft. A startup negou, mas é inegável que a confiança dos investidores não é a mesma quanto à sustentabilidade financeira das proptechs.
Uma questão importante no comparativo global é o formato das companhias brasileiras em relação aos EUA, por exemplo. Lá fora, as empresas são de capital aberto, oferecendo maior transparência. Localmente, no entanto, o modelo de capital fechado (comum a todas as grandes techs do segmento) contribui para ressabiar investidores.
Algumas adequações de tamanho e modelo das proptechs já aconteceram ao longo do ano, com enxugamento do orçamento para marketing, comissões equiparadas às das imobiliárias e mais rigor na avaliação de crédito, por exemplo. Chegou a hora de mostrar ao mercado compromisso com a sustentabilidade do negócio. Caso contrário, a torneira seguirá fechada.
Imobiliárias
Depois de uma disparada no auge da pandemia, o IGP-M aliviou. É bem verdade que a correção de dezembro pode elevar o índice para até 5,90%, porém, até novembro, o índice acumulou alta de 4,98%. Caso feche o ano abaixo dos 5%, este será o menor resultado da inflação do aluguel dos últimos oito anos. Já o IPCA, que ganhou espaço recentemente como índice de reajuste, subiu 5,35% em doze meses.
Um estudo do portal Imovelweb mostrou que são necessários 17,5 anos para recuperar o dinheiro investido em imóveis na cidade de São Paulo. A rentabilidade imobiliária caiu 5,5% em comparação com 2021, o que indica um cenário positivo para o investidor, pois está levando menos tempo para que o capital investido seja recuperado.
Pé no freio. A Caixa Econômica Federal está reduzindo o volume de concessão de financiamentos imobiliários com recursos oriundos das cadernetas de poupança nas últimas semanas do ano. A decisão vem após o banco estatal ter superado as expectativas de empréstimos e se deparar com menor disponibilidade de recursos nas cadernetas para novas operações. Neste cenário, bancos privados despontam como alternativa para financiamentos.
O principal objetivo de quem recorre ao crédito com garantia de imóvel no Brasil é reorganizar as próprias dívidas. Essa é a finalidade de 54% das pessoas que buscam o home equity, de acordo com um levantamento realizado pela Credihome, plataforma de crédito imobiliário do Grupo Loft.
Sua empresa já se preparou para a resolução 4.909? A norma do Conselho Monetário Nacional determina que incorporadoras e loteadoras deverão registrar seus recebíveis em uma entidade autorizada pelo Banco Central a partir de janeiro de 2023. Saiba mais no portal do Imobi Report.
O desenvolvimento contínuo da equipe é fundamental para o crescimento de qualquer negócio. Para evidenciar essa importância, o entrevistado desta semana do Modo Avião é Alexandre Oliveira, da AE Patrimônio, de Sorocaba (SP). Conheça a história da imobiliária e saiba mais sobre essa trajetória de crescimento.
O despejo para uso próprio é um antigo mecanismo utilizado para recuperar um imóvel. Mas você conhece todas as peculiaridades dessa norma? Em artigo exclusivo no Imobi, Jaques Bushatsky comenta os principais pontos apontados pela lei e a melhor forma de lidar com esse direito.
Desocupação precoce nos imóveis. Imobiliárias têm relatado casos de inquilinos que assinam contrato e logo desistem da locação, muitas vezes sem sequer pagar o primeiro aluguel. O que fazer nessas situações? O tema é discutido no podcast do Imobi Aluguel, que tem como convidado Silvano Tucci, CEO da plataforma de seguros imobiliários SegImob.
Está começando a alta temporada de locação: janeiro a março é sinônimo de grande volume de negócios para as imobiliárias, o que exige organização e esforços de captação. Além disso, as empresas do setor devem se desdobrar para manter as unidades em desocupação – processo que também aumenta no final do ano. O Imobi Aluguel desta semana fala das práticas mais efetivas para reter clientes e reduzir o famigerado churn. Clique para assinar e acessar esta e todas as 90 edições já publicadas.
Uma aliada poderosa para vender imóveis. O conteúdo sobre linguagem corporal produzido pelo Imobi Report bombou e virou tema do podcast Semana Imobi da semana passada. Michel do Prado comenta os conteúdos mais acessados da newsletter na semana e recebe a jornalista do Imobi Report, Fernanda Bertonha, para falar sobre o tema da linguagem corporal e não-verbal.
Escolher onde morar não é uma decisão simples e isso todos nós sabemos. Um fator que, no entanto, nem sempre se fala é a influência da vizinhança. Na edição desta semana do Imobi Vendas, vamos entender a interferência da comunidade sobre a escolha do novo imóvel e mostrar como convencer o cliente a comprar sem negligenciar essa particularidade.
Lucas Felt entrou na corretagem imobiliária por uma indicação de um amigo que possuía um estúdio de música. Na época, ele tinha uma banda e o sonho de trabalhar ali. O dono do estúdio o levou para um plantão de vendas, e a partir de lá, começou a sua jornada. Conheça mais sobre a história no episódio desta semana do podcast Vem Pra Mesa, com Sergio Langer.
Incorporadoras
Carrefour avança mais uma casa, literalmente. A rede reinaugurou a sua loja de número um no Brasil, erguida bem ao lado da original, que será demolida para dar lugar a um conjunto de prédios residenciais e comerciais avaliado em R$ 3 bilhões. A transformação exemplifica o novo plano de negócios do Carrefour Property, braço de negócios imobiliários do grupo varejista francês, que tem 50 projetos de complexos multiusos a serem desenvolvidos nos próximos dez anos.
Setembro teve destaque no número de lançamentos em São Paulo (SP). Durante o período, foram lançados 35 empreendimentos, somando 7.795 unidades residenciais. A maior parte dos imóveis possui dois dormitórios. De acordo com o mapeamento realizado pela Brain Inteligência Estratégia, o mês se destaca por ter o segundo melhor desempenho do ano, atrás apenas de junho.
Adquirir uma casa, um apartamento ou até mesmo uma sala comercial não é uma decisão que se toma por impulso. Desde a ideia de fazer esse investimento até a ação prática da compra, todo consumidor passa por uma jornada que envolve planejamento, avaliação e ponderação. Veja no Imobi Report a importância de contar com uma agência especializada em marketing para incorporadoras.
Pela primeira vez na América Latina, uma construtora vendeu um apartamento por meio de um anúncio do TikTok. Apenas 14 dias após uma ativação orgânica na rede social, a brasileira Econ Construtora realizou a venda de um apartamento no valor de R$ 279 mil.
A Gafisa comunicou na última sexta que não seguirá com uma oferta pública primária de ações ordinárias com esforços restritos, optando por um aumento de capital privado, no valor de até R$ 150 milhões. No final de setembro, a construtora disse que avaliava uma oferta de ações, mas que a realização da operação dependia de condições macroeconômicas e do mercado de capitais.
O que antes era praticamente só pedra, está virando um espaço de expansão imobiliária na Ilha de Vitória (ES). A Tervap, que faz parte do Grupo Incospal, está na fase final de um grande desmonte de rochas em uma área de 46,1 mil metros quadrados, no bairro Santa Lúcia, área nobre e valorizada da capital capixaba.
Techs
A Loft perdeu 70% do seu valor? Com o chamado “down round” (precificação para baixo de uma empresa após uma rodada de investimento), o “valuation” da startup caiu de US$ 2,9 bilhões para US$ 1 bilhão, de acordo com a reportagem da Bloomberg. Diante da informação da perda de valor de mercado, a Loft se posicionou após ser procurada pelo Imobi Report. Confira.
O outro lado da moeda. Além de oferecer a plataforma, desde o ano passado a Loft também fornece para imobiliárias parceiras a tecnologia acumulada em seus quatro anos de vida. E, para 2023, a startup prepara um novo pacote de soluções tecnológicas para ajudar parceiros a venderem mais.
Parcerias inesperadas e aquisições expressivas movimentam o mês de novembro no mercado imobiliário. QuintoAndar, Terracotta Ventures, Central Capital e a proptech Tabas são algumas das empresas que apresentaram mudanças relevantes no último mês. Confira as novidades na coluna “De Mudança”, do Imobi Report.
A Housi, startup que oferece “aluguel por assinatura” junto a uma extensa oferta de serviços, acaba de incluir a GetNinjas em sua lista de 200 empresas parceiras. O app de contratação de serviços está integrado por meio de API à Housi e possui mais de 580 tipos de serviços disponíveis e mais de 2 milhões de profissionais cadastrados.
E tem outro player de aluguel digital com parceria nova: a startup de habitação Yuca, a incorporadora Idea!Zarvos e a gestora de recursos Paladin fecharam acordo para compor um portfólio com 300 apartamentos residenciais para locação nos próximos dois anos. Este tipo de negócio entrou de vez na mira dos investidores de peso nas cidades grandes.
Proptechs e fintechs estão desenvolvendo soluções para diminuir as burocracias na hora de garantir o aluguel. Uma delas é o Alpop, startup que se propõe a incluir no mercado de locação formal 39 milhões de trabalhadores informais e 63 milhões de negativados, além de estudantes e autônomos. O Estadão traçou um perfil da empresa, que se reposicionou no mercado como fintech.
Mundo
O imobiliário tem enfrentado desafios por todo o planeta. O regulador de valores mobiliários da China lançou cinco medidas visando facilitar o financiamento de capital para as empresas imobiliárias, no mais recente esforço de fortalecer esse mercado. Na Alemanha, tem correção de preços a caminho. Nos EUA, o mercado desaqueceu e o número de imóveis anunciados caiu. Já no Canadá, a escassez de moradias e o aumento das taxas de juros mantêm a compra de casa própria fora do alcance de muitos, além de aumentar a pressão sobre os proprietários para elevar o aluguel.
Na COP 27 (Conferência das Partes da ONU de 2022), realizada em novembro, no Egito, governos de mais de 200 países discutiram medidas de mitigação das emissões de gases de efeito estufa. No contexto do mercado imobiliário, a redução das emissões de carbono na construção civil e a habitação verde acessível foram as principais discussões presentes na conferência.
Robôs estão comprando casas em massa para alugar. É isso mesmo que você leu. A novidade da vez é uma modalidade de locação residencial que está surgindo nos EUA e inclusive tem dificultado a compra da casa própria por americanos de baixa renda. Os proprietários-robôs são administradoras que compram casas por meio de análises de dados e depois as disponibilizam para locação residencial por gerenciamento remoto, sem praticamente qualquer tipo de interação humana.
Portugal vive a história às avessas. A comunidade de brasileiros vivendo legalmente na Terrinha chegou a 250 mil em junho, novo recorde, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras. A presença de brasucas em terras lusas é mais notável onde a disputa pelo mercado imobiliário é acirrada. Na Avenida Liberdade, onde o metro quadrado do imóvel residencial custa 11 mil euros, os brasileiros representam 13% dos estrangeiros com imóveis na região.
A procura de escritórios na Europa está 9% acima da média dos últimos 5 anos, de acordo com a análise da consultora imobiliária internacional Savills. Entre os mercados com melhor desempenho estão Lisboa, Colônia (Alemanha) e Praga (Rep. Tcheca).
Estamos de Olho
Cônjuges podem vender imóveis sem a autorização do outro. A Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 5022/20, que altera o Código Civil para permitir que um dos cônjuges venda bens imóveis sem a autorização do outro sempre que o imóvel contar com cláusula de incomunicabilidade (que o separa do patrimônio comum do casal). Mas atenção: a legislação em vigor só permite a venda sem autorização do cônjuge quando o regime de partilha adotado é o de separação absoluta de bens.
Mês de baixa. O índice de fundos imobiliários da B3 fechou o último pregão de novembro em alta de 0,57%. No mês, porém, o índice não escapou de um tombo de 4,1%, no pior resultado mensal do ano. O início da transição do governo eleito de Lula, rumores para o comando do Ministério da Fazenda e a apresentação da minuta da PEC da transição mexeram com o mercado.
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, enviou na última semana um projeto de lei à Câmara Municipal para adiar pela terceira vez o envio da proposta de revisão do Plano Diretor. A nova data limite pedida pelo Município é 31 de março de 2023. O Plano Diretor determina as regras e os incentivos de desenvolvimento urbano da capital paulista até 2029.
Começa o verão e, com ele, a temporada dos golpes em casas alugadas para temporada, especialmente em regiões litorâneas. Falsos corretores de imóveis, em Santa Catarina, prometiam casas luxuosas em praias famosas, mas não passava de enganação. Os bandidos, inclusive, chegaram a clonar sites de corretoras de imóveis. Importante ligar o alerta sempre que há ofertas muito vantajosas em relação aos valores médios de mercado.
Tudo certo! Continue acompanhando os nossos conteúdos.
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