Tendências do mercado imobiliário: porque você deve manter o otimismo
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As tendências do mercado imobiliário no Brasil dão vários motivos para o setor manter o otimismo. Para gerar novos negócios, uma coisa é certa: é preciso deixar para trás o clima de incerteza das eleições.
Fontes consultadas pelo Imobi Report relataram certa diminuição no volume de negócios nas últimas semanas – fato relativamente comum em períodos de transição de governo, mas que se verifica num tom acima do esperado. O Índice de Confiança da Construção, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), por exemplo, caiu 5,3 pontos em novembro, para 95,6 pontos, o menor patamar desde março deste ano.
Na opinião de especialistas do mercado, é preciso sacudir a poeira, arregaçar as mangas e focar no que realmente importa: viabilizar negócios com criatividade, apostando na qualificação de argumentos para contornar objeções.
Virada de chave
“O pessimismo em época de eleição é um fenômeno mais psicológico do que prático. Não há mudanças em vista na política econômica que justifiquem uma depressão no mercado imobiliário”, afirma Daniel Claudino, analista do mercado imobiliário e consultor da CUPOLA.
De acordo com Claudino, é perceptível que parte do próprio mercado ficou com alguma frustração por conta das eleições. “Porém, quem escolhe gastar energia em se frustrar acaba abrindo oportunidade para outros profissionais com mais sede. Os criativos, que procuram alternativas, sabem que o dinheiro não acaba, ele apenas muda de mãos”, completa.
A visão é compartilhada por Luiz Kechichian, CEO do grupo Mirantte, com sede em São Paulo e atuação internacional. Ele considera, inclusive, que a robustez do imobiliário deve viabilizar um 2023 com muito espaço para o giro de negócios.
“Independente dos resultados das eleições, nosso país é muito maior do que tudo isso. Não sei de onde vem e porque essa onda de pessimismo de alguns profissionais do segmento. O imobiliário é um grande motor para o crescimento do país e para geração de empregos. Nisto, inclusive, o Brasil hoje se destaca com relação aos outros países”, aponta.
Segmento que teve grandes desafios na construção, a habitação popular, considerada como base da pirâmide da produção de imóveis, também indica ter um horizonte positivo. “Com o cenário político definido, a equipe de transição do presidente eleito tem defendido a inclusão de novas formas de produção de moradias para a baixa renda, além do programa Minha Casa Minha Vida”, destaca Eduarda Tolentino, sócia e presidente do conselho da BRZ Incorporações.
Ela avalia ainda que a retomada acenada pelo novo governo dá uma boa perspectiva para este perfil de produto, que concentra o volume de vendas na construção. “A pauta sobre a prioridade da habitação para a baixa renda, que até então perdeu o poder de compra de imóveis, na política habitacional do governo eleito é nítida, o que nos faz olhar para o ano de 2023 no setor da construção civil com certo otimismo”.
Como contornar objeções ligadas à economia
Muitos clientes pessimistas sentarão à sua mesa temendo pelo futuro da economia. Porém, não é exatamente isso o que mostram alguns indicadores. Fique ligado em alguns dados que podem ajudar a virar negócios.
A inflação brasileira deve fechar o ano abaixo de 6%, resultado melhor do que as estimativas para países como Estados Unidos (8%), além da zona do Euro (já ultrapassou os 10%) e Reino Unido (também já acima dos 10%, maior índice em 40 anos). De acordo com o relatório Focus, do Banco Central, o mercado financeiro prevê que o IPCA seguirá baixo em 2023 – a projeção é de 5,02% no ano.
O controle da inflação no Brasil está diretamente ligado à taxa básica de juros. O mesmo boletim Focus prevê que a Selic seja reduzida dos atuais 13,75%, para 11% ao final de 2023 e para 8,25% no final de 2024, movimento que tende a favorecer o mercado imobiliário no médio e longo prazo.
Vale lembrar que o Banco Central é independente para definir as políticas de juros e controle da inflação, sem ser submetido aos interesses dos governos de plantão. E não há qualquer indicativo que essa autonomia será alterada na próxima gestão em Brasília.
Outro lembrete importante é que os juros do crédito imobiliário são os menores disponíveis no mercado. Além disso, o cliente pode sempre buscar uma renegociação com seu banco ou solicitar portabilidade para uma instituição com condições mais vantajosas.
Mesmo que a economia oscile, a importância do imóvel não muda
Com ou sem crise no país, o cliente que tem dinheiro na mão quer sempre garantir que fará o melhor investimento possível. Neste cenário, o que fazer para combater um eventual mau humor do mercado?
“Investir na incorporação imobiliária ou alugar algum imóvel que você possua vai proteger de forma direta o poder de compra do seu dinheiro”, recomenda Francisco de Paula, diretor comercial da URBS Trend, imobiliária digital de Goiás.
Enquanto as aplicações no mercado financeiro são mais sensíveis às decisões políticas relacionadas à economia, o imóvel é menos impactado e é assegurado constitucionalmente pelo direito de propriedade – que, ao contrário de muito material de desinformação que tem circulado em redes sociais, não sofre qualquer risco de ser flexibilizado.
Segundo Francisco, os lançamentos que estão acontecendo após as eleições estão com boa velocidade de vendas na URBS. “Nós temos vários fatores, como segurança, potencial de valorização, proteção da inflação, benefícios fiscais, e outros que indicam que o mercado imobiliário traz uma garantia de rentabilidade, seja para quem está trabalhando no mercado, ou, para quem está adquirindo um patrimônio”, explica.
Outro argumento forte em favor do investimento em imóveis é que, mesmo em cenários de crise, a demanda por moradia continua alta. Em praças que vivem crescimento populacional, isso ganha ainda mais relevância no longo prazo, mantendo os mercados de locação e vendas relevantes.
Vale lembrar que o déficit habitacional no Brasil, estimado pela Fundação João Pinheiro em parceria do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), é de 5,8 milhões de moradias.
“As pessoas vão continuar formando família, precisando de moradia. Hoje, há uma escassez muito grande de imóveis para locação. O imóvel é um bem indispensável e investidores estrangeiros, inclusive, estão de olho neste segmento dentro do Brasil. Esta carência e o câmbio favorável praticamente asseguram que mercado vai girar, independente do pessimismo de alguns profissionais e imobiliárias. A questão é, justamente, saber quem vai ocupar este espaço que nosso mercado está abrindo agora”, analisa Daniel Claudino.
Um case de criatividade para fortalecer a marca
O bom relacionamento com clientes é apontado por especialistas como a ferramenta mais importante para gerar negócios. Com foco nisso e de olho em oportunidades, como a Copa do Mundo, é possível encontrar alternativas para posicionar e reforçar sua marca.
Foi isso que fez a Justo Imóveis, de São Leopoldo (RS). Deixando para trás a ressaca das eleições presidenciais, a imobiliária chegou com tudo para a Copa. Contando com o engajamento dos 35 colaboradores da equipe, foram viabilizadas diversas parcerias e criada uma grande festa para o primeiro jogo do Brasil na competição.
Gustavo Justo, diretor da imobiliária, conta que uma rua da cidade foi fechada para a realização do evento e, em parceria com dois bares, mais de 3 mil pessoas se reuniram para acompanhar a partida. Além da emoção do jogo, os participantes foram diretamente impactados pela marca da empresa.
“Fazemos uma ação em toda Copa do Mundo mas, desta vez, o trabalho foi mais intenso. Enviamos press kits, fizemos contato com influenciadores digitais e saímos na mídia de forma orgânica. Buscamos patrocínios que praticamente zeraram custos da estrutura que foi montada. O resultado é que transformamos uma ação da imobiliária em um evento de toda a cidade”, comemora.
No local do evento, a imobiliária criou a Arena Justo e o Camarote Justo, em que 150 clientes escolhidos a dedo foram convidados. No espaço, foram servidos petiscos, realizados shows e também o sorteio de brindes. O anúncio dos vencedores, no microfone, foi feito pelo próprio diretor da imobiliária.
“Em uma ação como essa, atrelada a um evento que naturalmente cativa o público, reforçamos nossa marca e focamos no relacionamento. Os clientes estão muito felizes e deram ótimos feedbacks. Várias pessoas estão até querendo pagar para poder garantir presença no camarote”, relata Justo.
O diretor conta também que está sendo realizada a captação de imagens dos eventos, para a produção de materiais e valorização dos patrocinadores. Com o sucesso do jogo de estreia, o barulho não deve parar por aí.
“Se meu candidato não ganhou uma eleição, eu não posso parar. Tenho que seguir minha vida e fazer acontecer”, ressalta Justo.
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