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Novo modelo amplia financiamento a 80% do valor do imóvel 
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Novo modelo amplia financiamento a 80% do valor do imóvel 

10 out 2025
Angela Matos
Angela Matos
4 min
Novo modelo amplia financiamento a 80% do valor do imóvel 

Mudança amplia o limite do SFH para R$ 2,25 milhões e permite financiar até 80% do valor do imóvel; especialista Murilo Arjona destaca crédito associativo como diferencial competitivo no setor.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta sexta-feira (10), durante o evento Incorpora 2025, em São Paulo (SP), o novo modelo de crédito imobiliário do país. A medida amplia o limite do Sistema Financeiro da Habitação (SFH) de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões e permite o financiamento de até 80% do valor do imóvel, com foco na classe média. A iniciativa também reformula o uso da poupança como fonte de recursos para o setor habitacional, em um movimento que deve ampliar o acesso ao crédito e aquecer o mercado nos próximos anos.

Governo Federal aposta em modernização e ampliação do crédito

O novo modelo anunciado pelo Governo Federal tem como objetivo modernizar as regras de direcionamento do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Atualmente, 65% dos recursos captados na poupança são obrigatoriamente destinados ao crédito imobiliário, enquanto 20% ficam com o Banco Central (depósito compulsório) e 15% são livres para outras operações.

Com a reforma, haverá o fim dos depósitos compulsórios e o total dos recursos depositados na poupança passará a ser referência para o volume de crédito habitacional concedido pelos bancos. A expectativa é que a Caixa Econômica Federal financie 80 mil novas moradias até 2026.

Segundo o governo, o novo modelo aumenta a competição entre instituições financeiras, permitindo que bancos que não captam poupança também possam conceder crédito habitacional em condições equivalentes às demais, por meio de instrumentos como LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários).

A transição será gradual, com início ainda este ano e plena implementação prevista para janeiro de 2027. Até lá, as regras atuais do direcionamento obrigatório de 65% permanecem em vigor. “Na medida em que mais valores são depositados em poupança, mais crédito será disponibilizado para financiamento imobiliário”, informou o governo em comunicado oficial.

Crédito associativo e qualificação profissional

Durante o evento de lançamento do empreendimento Essence, da Construtora Make It, em Curitiba, o especialista Murilo Arjona falou sobre como vender mais com financiamento imobiliário. Ele destacou o crédito associativo como uma ferramenta estratégica para ampliar vendas e reduzir riscos para compradores.

Arjona apontou que cerca de 90% dos imóveis novos no Brasil são vendidos com algum tipo de financiamento, e que o domínio técnico sobre crédito é o principal diferencial do corretor moderno. Ele também reforçou que o mercado imobiliário brasileiro ainda é jovem, representando apenas 10% do PIB nacional, contra 65% nos Estados Unidos e 30% no Chile – e que há espaço para expansão até 2040, quando o país deve atingir 30% do PIB em crédito imobiliário.

“O mercado imobiliário brasileiro tem muito espaço para crescer. A previsão é que o país dobre o volume de vendas dos últimos 60 anos em apenas 15”, afirmou Arjona.

Entre os temas abordados, o especialista destacou que o crédito associativo oferece maior rentabilidade e segurança jurídica ao comprador. Em um exemplo prático, ele mostrou que um imóvel de R$ 350 mil pode gerar R$ 18 mil de economia quando financiado por meio de crédito associativo, em comparação ao modelo tradicional de repasse.

“Quando se compara o custo do juro de obra com o INCC, percebe-se que o crédito associativo é mais vantajoso. Além disso, ele reduz riscos, já que o contrato é assinado no início da obra”, explicou.

O corretor como consultor no novo ciclo do mercado

Com a modernização do crédito imobiliário e a ampliação do teto do SFH, o corretor de imóveis ganha papel central no novo ciclo de expansão do setor. Arjona defende que o profissional deve atuar como consultor financeiro, preparado para explicar e comprovar o valor das modalidades de crédito e seus impactos na rentabilidade e na segurança do cliente. “O corretor é o dono da negociação, não o cliente. Vender é um dever ético quando o produto é bom para o comprador”, afirmou.

Entre as ferramentas apresentadas, Arjona ensinou scripts para lidar com objeções comuns, como “financiamento é caro” ou “não cabe no meu orçamento”, mostrando estratégias que envolvem valorização imobiliária, uso inteligente do FGTS e amortização antecipada.

A soma entre o novo modelo de crédito do Governo Federal e a profissionalização dos corretores tende a criar um ambiente mais competitivo e tecnicamente exigente no mercado imobiliário. “O conhecimento é o que transforma a negociação em uma oportunidade real para ambos os lados”, concluiu Arjona.

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