O impacto do trabalho híbrido na saúde das mulheres do imobiliário
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O impacto do trabalho híbrido na saúde das mulheres do imobiliário

30 mar 2022
Elisa Tawil
Elisa Tawil
3 min
O impacto do trabalho híbrido na saúde das mulheres do imobiliário

No mesmo mês em que foi publicada a Medida Provisória que regulamenta as regras para o trabalho em home office, nós, do movimento Mulheres do Imobiliário, reforçamos a importância de atentarmos para a saúde mental nos ambientes corporativos, em especial, para as mulheres.

Entre as mudanças no trabalho remoto está a possibilidade de adoção do modelo híbrido (alternância entre o home office e trabalho presencial) e a contratação com controle de jornada ou por produção. Porém, o trabalho remoto e/ou híbrido desencadeou um aumento da síndrome Burnout e acelerou a deterioração da saúde mental para 45% dos líderes da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) ao redor do mundo. Os dados são da pesquisa realizada pelo Grupo Adecco, que ouviu 15 mil pessoas em 2021. Este é apenas um número dentre tantos outros recortes dessa síndrome que virou uma “pandemia dentro da pandemia”.

A síndrome do burnout é um fenômeno ocupacional, e que ocorre não só pelo excesso de trabalho, mas pela maneira como as relações são construídas no ambiente profissional. Hoje, é reconhecida como um fenômeno relacionado ao trabalho pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A aceitação dessa condição passou a valer no mês de janeiro de 2022, com a vigência da nova Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-11).

“O assédio moral e os constrangimentos são a segunda maior causa de dano mental nas empresas, como já mostram alguns estudos. E as profissionais mulheres são quase três vezes mais acometidas pelo burnout do que os homens”, pontua Ana Tomazelli, fundadora da ONG Ipefem – Instituto de Pesquisas & Estudos do Feminino. 

Pesquisa quer promover soluções 

Segundo a pesquisa Mulheres do Imobiliário realizada em 2021, mais de 60% das mulheres que trabalham no setor sentem que são interrompidas e desconsideradas nas suas decisões. Além disso, apesar das mulheres serem decisivas na compra do imóvel, não são as mais procuradas em uma possível negociação. Esses primeiros dados me fizeram sugerir que o Ipefem começasse pelo setor da construção civil: o Instituto acaba de lançar o IRA – Índice Regional de Assimetrias | Imobiliário & Construção – São Paulo Edition, em parceria com a iniciativa Mulheres do Imobiliário, com a Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (ASBEA-SP) e a InfraWomen Brazil. 

A pesquisa é gratuita, fica aberta até o dia 10 de Abril de 2022 e pode ser acessada pelo endereço https://ira-ipefem.questionpro.com/. Podem responder mulheres e pessoas de identidades não-masculinas que trabalhem no setor imobiliário e de construção no Estado de São Paulo. Isso inclui a cadeia de todo o segmento, como imobiliárias, corretoras, construtoras, incorporadoras, fábricas e lojas de materiais e acessórios de construção, profissionais do direito imobiliário, arquitetura e toda a cadeia envolvida.

Quem responder a pesquisa ganha a inscrição de um workshop com representantes do setor que vão apresentar os resultados e debater planos de ação em conjunto, no mês de maio.

Trazer a ira, a raiva pro centro da mesa, mas de um jeito construtivo, é uma provocação muito pertinente. Medidas como estas que ajudam a visibilizar a saúde mental e o zelo especialmente das mulheres e que buscam trazer caminhos e soluções possíveis. Por onde você escolhe começar?

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