“Os proprietários estão entendendo a importância de planejar suas garantias locatícias”, afirma Diretor Executivo da CSI Seguros
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Os bancos privados no Brasil estão aumentando suas reservas para cobrir uma inadimplência de 40% a 60% em 2020, por conta da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus. Se até as grandes instituições financeiras estão se precavendo, os proprietários de imóveis alugados também estão sentindo o impacto e preparando-se para a inadimplência dos inquilinos. Se antes, escolher qual era a melhor garantia locatícia parecia mais uma etapa de um processo burocrático, a perspectiva de inadimplência de inquilinos fez acender uma luz vermelha, trazendo atenção para o tema. Para tratar sobre garantias locatícias e seguros imobiliários, o Imobi conversou com Flávio de Baère, Diretor Executivo da CSI Seguros.
IMOBI: Como a CSI Seguros está observando o movimento de inadimplência no mercado?
Flávio de Baère: Pessoalmente, eu esperava que agora já teríamos mais casos de inadimplência. Sim, percebemos que aumentou os pedidos de abertura de sinistro, mas imagino que esse é um efeito que vamos ver com mais intensidade mais para frente. Isso pois muitas pessoas ainda estão renegociando seus contratos, priorizando o pagamento de algumas contas, mas não sabemos se será o suficiente para manter os pagamentos de aluguéis regularizados. Acredito que serão nos meses de maio, junho e julho que poderemos ter uma análise mais exata do impacto.
IMOBI: A CSI Seguros está recebendo pedidos de orientação?
Flávio: Sim, já recebemos pedidos de corretores, imobiliárias e clientes sobre orientações, pedidos de negociação, indicações de qual a forma mais segura de proceder em contratos com seguro-fiança…. Também percebemos um sentimento de insegurança nos contratos com fiador.
IMOBI: E como vocês estão gerindo esses pedidos?
Flávio: Nossa sugestão agora é que, na negociação do contrato, seja atrelada a substituição da garantia. Assim, substituímos o fiador pelo seguro-fiança. É uma modalidade que dá certeza e segurança para o proprietário. Quando se tem o fiador e o inquilino vira inadimplente, para receber as mensalidades atrasadas, o proprietário tem que entrar com um processo judicial, o retorno só vai vir no final do processo e tudo isso pode demorar anos. Com o seguro-fiança, o contrato fica mais seguro.
IMOBI: Esta é uma situação nova?
Flávio: Sim, pois em uma situação normal, a preocupação do proprietário é alugar o imóvel: não se importa se é fiador, caução, seguro-fiança. Não se pareciam tão palpáveis as diferenças entre garantias. Agora, neste ambiente de incerteza, o proprietário começa a olhar com mais atenção. Se preocupa com a renda do inquilino, com a garantia e com a sua segurança.
IMOBI: E como tem sido a recepção dos proprietários?
Flávio: Os proprietários estão entendendo e absorvendo melhor a mensagem de que é importante pensar e planejar seu seguro. Claro, muitos estão precisando passar por este ambiente desfavorável, mas acabou sendo uma oportunidade que se abriu através da crise para o nosso negócio. Ainda, reforçamos o seguro-fiança gratuito, para o inquilino. Nessa modalidade, o proprietário arca com o seu seguro, de acordo com as suas exigências.
IMOBI: Você acha que este movimento vai perdurar pós pandemia?
Flávio: Isso já vinha sendo uma tendência. A gente sempre trabalhou muito forte na conscientização das imobiliárias e dos proprietários, mostrando por A + B que o seguro-fiança vale a pena. Muitos proprietários ainda não veem o seguro-fiança com bons olhos, pois costumava ser uma modalidade muito cara e o custo era um impeditivo. Agora, o mercado se reformulou, se tornou um produto palatável. E os proprietários deverão ter mais consciência da importância de um seguro-aluguel bem planejado, pensado e que se enquadre nas suas necessidades.
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