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Gestão de aluguéis na mira da Lastro, proptech que chega em momento desafiador

Em um ano marcado por desafios para as proptechs, vai ficando cada vez mais clara a necessidade de projetos sustentáveis. A partir disso, as ideias focadas em entregar soluções relevantes, como a gestão de aluguéis, ganham força com a expectativa de obtenção de retorno e espaço no mercado imobiliário. 

Neste contexto, ideias como a da Lastro terão de passar por uma verdadeira provação. A startup surge com planos ousados, voltados para automatização da gestão de portfólios de aluguel. A proposta chamou atenção de investidores, que aportaram US$ 4 milhões em rodada seed.

Dificuldade na gestão de aluguéis motivou surgimento da Lastro

A proptech foi criada pelos sócios Allan Paladino, ex-GoWork, rede de escritórios compartilhados; José Thomaz Pereira, ex-Blackstone, gestora de fundos; Pedro Milanez, ex-Nubank; e Alain Michel, fundador da rede Mundo Pet. Seu principal cartaz é permitir que o gestor fique livre de tarefas recorrentes e use o seu tempo para outras atividades mais urgentes e importantes.

José Thomaz Pereira, Allan Paladino e Pedro Milanez, fundadores da Lastro. Foto: Divulgação

A ideia da plataforma veio de uma conversa entre Paladino, Pereira e Michel, quando enfrentavam dificuldades na gestão de aluguéis em seus negócios. Com a sensação de que faltavam soluções tecnológicas para atender essa demanda, se juntaram a Milanez para transformar a ideia em produto.

O Imobi Report conversou com o CEO da Lastro, Allan Paladino, para entender melhor a proposta da companhia e conhecer seu modelo de negócio.

Allan Paladino, CEO da Lastro

Imobi Report: Que operações a Lastro busca simplificar? E quais são as atividades em que ela não se envolve?

Allan Paladino: Diferentemente de outras proptechs, a Lastro acredita que as imobiliárias são uma parte fundamental do ecossistema do mercado, e que o know-how de mercado e relacionamento humanizado oferecido por elas não pode ser substituído pela tecnologia. 

Por isso, a Lastro busca aumentar a eficiência das imobiliárias, automatizando certos processos repetitivos envolvidos na administração financeira das locações. Entre eles, o acompanhamento de prazos dos contratos, a cobrança de aluguel e encargos e o monitoramento de obrigações do inquilino.

A Lastro não se envolve na corretagem de imóveis para locação ou venda, na gestão do relacionamento entre proprietário e inquilino, nas solicitações de manutenção do imóvel e na coordenação do processo de vistorias de entrada e saída.

Imobi Report: Diante da crise de muitas proptechs, a estruturação do negócio é um ponto essencial para a conquista e manutenção de clientes. Como a Lastro precifica seus serviços e garante a sustentabilidade do negócio? 

Allan Paladino: A Lastro cobra de seus clientes um percentual do valor total processado pela plataforma (aluguel e encargos). Nesse percentual estão englobados a licença de uso do software, os serviços financeiros acoplados (emissão de boletos, repasses etc.) e o suporte prestado pelo time da Lastro aos clientes.

O valor exato varia conforme o portfólio de contratos quantidade de contratos, valor médio do aluguel, etc.), mas buscamos sempre oferecer uma redução de custo às imobiliárias, quando comparados ao cenário padrão (custo atual do software ERP + custos bancários + custo de pessoal dedicado à administração financeira).

Imobi Report: Há uma expectativa sobre crescimento e expansão da Lastro?

Allan Paladino:  Com os US$ 4 milhões captados na nossa mais recente rodada, estamos em uma posição confortável para elevar nossos investimentos no produto, desenvolvendo novas funcionalidades que facilitem ainda mais a vida dos gestores de locação, e aumentar as equipes de operações e vendas. Nossa expectativa de crescimento é chegar em 2023 com R$ 1 bilhão em TPV (valor total de aluguel e encargos processados pela plataforma). 

O mercado endereçável de aluguéis pagos anualmente é de R$ 340 bilhões. Pensando nisso, temos planos de expandir o time, que atualmente conta com 16 pessoas, investir na construção de novas funcionalidades e na ampliação dos canais de vendas.

Imobi Report: Como acontece a integração da Lastro com a operação da imobiliária?

Allan Paladino: São cinco os principais passos para a integração. O primeiro é o da adesão: o cliente envia os contratos de locação para o time da Lastro, que os cadastra e parametriza dentro da plataforma. Em seguida, liberamos à imobiliária o acesso a um painel de controle online.

A terceira etapa é a transição. A Lastro ou a imobiliária notifica os inquilinos sobre a transição da cobrança para nós, que entregamos facilidades e alternativas de pagamento para os locatários.

O quarto momento é o da cobrança, em que a Lastro assume a responsabilidade por todas as etapas do processo financeiro, incluindo o cálculo dos valores de aluguel e encargos de acordo com as regras dos contratos, a cobrança dos inquilinos via emissão de boletos, código PIX ou cobrança no cartão de crédito, a envio da cobrança por email ou Whatsapp, o recebimento e conciliação dos valores, o repasse para os proprietários e o pagamento de despesas como IPTU e condomínio. 

Também fazemos o monitoramento de inadimplência de IPTU e condomínio, nos casos em que esse pagamento fica como responsabilidade dos inquilinos, e o monitoramento de prazos de contrato, como reajustes, vencimentos, mudança de valores etc.

Por fim, a Lastro faz a prestação de contas, enviando mensalmente o relatório de cada proprietário e disponibilizando esses dados em seu painel de controle online.