Como o setor imobiliário pode impactar positivamente a sociedade?
Resumo
Acesse o Imobi e veja o artigo de Elisa Tawil sobre a responsabilidade do setor imobiliário em realizar ações que promovam a sociedade.
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Essa é uma pergunta que faço com bastante frequência e acredito que todos nós, que atuamos de forma direta ou indireta neste setor, deveríamos revisitar periodicamente.
Segundo dados da Abrainc, a construção civil movimenta cerca de R$ 500 bilhões anualmente e gera 4 milhões de empregos na cadeia.
Um dos setores que começavam a se recuperar no ano passado, com crescimento de 1,6%, e dava mostras de avanço neste ano, o setor da construção reduziu em 2,4% a produção de riquezas para o país entre janeiro e março deste ano.
De acordo com previsão da CBIC, havia expectativa de crescimento de 3% no ano e contratação de 200 mil pessoas a mais em relação a 2019. A queda só não foi maior porque o mercado imobiliário se mantém ativo mesmo durante a pandemia e as obras não foram paralisadas na maior parte do país, uma vez que a atividade foi considerada uma das essenciais para a economia.
Como reforçou Luiz Antonio França, presidente da ABRAINC, em entrevista para a revista Istoé: “O exemplo mais recente é do ano passado (2019), quando verificamos que o PIB brasileiro teve uma variação de 1,1% e o PIB da construção civil de 1,6%. Quem puxa PIB, puxa emprego. É uma mão de obra que tem qualificação, mas não é extremamente qualificada. O setor consegue empregar muita gente quando vem o crescimento de obras. Por isso, quando a gente olha os empregos formais no Brasil no ano passado, constata que 11% eram do segmento da construção” .
No atual cenário, com a taxa de desemprego atingindo 14,3% na quarta semana de agosto, o maior nível desde o início da pandemia, ao todo 13,7 milhões de pessoas estão desempregadas no nosso país, como informou o IBGE.
Sem dúvida é um índice alarmante. Contudo, o dado que mais me chamou atenção nos último dias é que o desemprego na pandemia atingiu ainda com mais força as mulheres trabalhadoras do Brasil. De acordo com um levantamento do Ipea, o contexto que vivemos conta com a menor participação das mulheres no mercado de trabalho em 30 anos.
A participação feminina, que vinha em uma tendência de alta nas últimas três décadas, caiu para apenas 46,3% entre abril de junho de 2020. É evidente que o contexto da pandemia com o isolamento social, a perda da rede de apoio e a demora no retorno às aulas são os principais fatores para tal cenário.
E o que o mercado imobiliário tem a ver com isso?
Segundo dados da pesquisa exclusiva elaborada pelo Mulheres do Imobiliário com a behup, as mulheres influenciam 62% dos cônjuges na decisão de compra do imóvel. Além disso, as mulheres valorizam mais o auxílio de uma imobiliária ou corretor de imóveis do que os homens, cerca de 10 pontos percentuais a mais.
Em relação à reputação (portfólio, certificações e selos de qualidade), as mulheres também apresentam maior destaque percentual na valorização destes indicadores antes da conclusão de compra do imóvel.
Num setor com tamanho impacto na economia do nosso país, que é composto por 51,8% de mulheres, esses dados mostram o quanto precisamos nos preocupar com o impacto social que o setor imobiliário pode – e deve – trazer para a economia do Brasil.
Junte A com B
O setor imobiliário movimenta e mobiliza de forma significativa a economia e os índices de emprego no nosso país. Vivemos um momento sem precedentes. Nossos recursos naturais estão sendo – literalmente – queimados. E as mulheres estão, em sua maioria, fora do mercado de trabalho.
Mulheres que valorizam mais o papel das imobiliárias e dos corretores. Mulheres que valorizam o portfólio, a reputação e a preocupação com a qualidade e certificação das empresas que atuam no setor.
Um estudo sobre diversidade, conduzido pela consultoria internacional McKinsey em empresas na América Latina, comparando gênero e dados financeiros, mostra que as companhias que possuem pelo menos uma mulher em seu time de executivos são mais lucrativas. Isso porque elas têm 50% mais chance de aumentar a rentabilidade e 22% de crescer a média da margem obtida.
O destaque da liderança feminina em países que melhor performaram face à luta contra a Covid-19 foi matéria em diversos países, e venho apontando esse fato em meus textos, artigos e publicações.
A forma de liderar destes países que se destacaram na pandemia tem algo em comum: a preocupação com continuidade da sua nação, com a saúde e com os recursos necessários para isso.
No momento sem precedentes da história recente, um setor com tamanha representatividade precisa – e deve – se engajar com a mesma intensidade.
Como e por onde começar?
Ações afirmativas de incentivo ao emprego de mais mulheres, por exemplo, via capacitações acessíveis e programas direcionados exclusivamente para elas.
Ampliando o horizonte e buscando certificações ambientais para além dos empreendimentos, incluindo a operação das empresas e stakeholders (grupos de interesses), como as certificações Empresas B e Capitalismo Consciente.
E sabe por quê? Porque nós valorizamos essas medidas, convertendo não só em forte influência na decisão de compra, como mostramos que o modelo de liderança praticado pelas mulheres é efetivo, com resultados tangíveis, especialmente em tempos de crise.
E o que sua empresa tem feito a respeito?
Idealizadora e co-fundadora do movimento Mulheres do Imobiliário, LinkedIn Top Voices, colunista no blog Revista HSM (Empresas Shakti), idealizadora e host do podcast Vieses Femininos.
Consultora estratégica para o Real Estate e mentora de negócios.
Tudo certo! Continue acompanhando os nossos conteúdos.
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