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[221] Imóvel com subsídio: chegou a vez da classe média

Você certamente vem acompanhando as novidades sobre o Minha Casa Minha Vida, que deve trazer novidades importantes em breve. Como veículo de referência do mercado imobiliário e em contato direto com fontes que acompanham a tramitação do projeto, nosso papel é ir além da frieza do texto que aguarda a sanção do presidente. Vamos, portanto, trazer um pouco mais sobre as percepções do mercado.

Primeiro, é essencial dizer que muitas construtoras já comemoram a nova faixa 1. São imóveis de ticket menor, que devem chegar até R$ 170 mil. Estes não passam pela mão de imobiliárias e corretores de imóveis, mas são contratados e 100% subsidiados pelo governo para atender a famílias com maior vulnerabilidade. Em grande quantidade, isso garante um importante fluxo de caixa para o setor de construção, que vinha machucado com o custo dos insumos e, não por acaso, desacelerando lançamentos.

A faixa 1 ainda deve contar com novidades importantes que mudam a dinâmica do mercado, levando empreendimentos menores para regiões mais próximas dos centros das cidades, facilitando o acesso aos equipamentos públicos. 

Outro ponto que faz o imobiliário esfregar as mãos é a abertura para os bancos privados e sinalização de que imóveis de até R$ 350 mil poderão ser contemplados no programa (o que pode chegar até R$ 500 mil futuramente). Isso porque, pelos planos do programa, está desenhado um tripé de sustentação do crescimento, com aumentos de teto de avaliação, subsídio e aumento da faixa de renda elegível para o programa. Juros reduzidos e subsídios para imóveis destes perfis podem mudar o jogo.

“Podemos estar diante de um período como nunca visto no mercado imobiliário. O Brasil tem um déficit habitacional enorme e toda movimentação que acontece no crédito faz o mercado ter uma explosão de negócios. Essas novidades fazem surgir um grande potencial”, diz Guilherme Diamante, CEO da Squad Realty, que atua em contato direto com dezenas de incorporadoras de todo o país, em análise para o Imobi Report.

Por fim, outro grande diferencial do novo MCMV é a inserção da classe média, historicamente menosprezada pelos programas habitacionais. “Quem está na base da pirâmide já tinha subsídio no antigo MCMV. Quem está no topo da pirâmide não precisa de subsídio. Contemplar um público inédito e numeroso é uma mudança e tanto”, pontua Diamante.

Obviamente, tudo isso depende não somente das intenções do novo MCMV. O contexto político e macroeconômico necessita de maior estabilidade para que, além da demanda do público e da capacidade construtiva, seja possível pagar a conta.

Vendas e Locação

Dados concretos para confirmar aquilo que o mercado já sentia: a locação está em crescimento em todas as regiões do Brasil. O percentual de imóveis alugados subiu de 18,5% para 21,1% entre 2016 e 2022, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada pelo IBGE. As maiores porcentagens de residências alugadas estão no Distrito Federal (35,6%), Goiás (27,3%), São Paulo e Mato Grosso (25,3% cada).

A pesquisa também dá clareza para dois movimentos importantes: o avanço dos microapartamentos e a relevância do público sênior. A proporção de residências com apenas um morador está aumentando e já representa 15,9% do total de lares, ou 3,7 pontos percentuais a mais que em 2012. E o público acima de 60 anos se destaca, representando 41% do público que mora sozinho.

O aumento da procura pela locação gera escassez e, como consequência, maior custo. Segundo levantamento do FipeZap, o preço médio do aluguel subiu 16,52% nos últimos 12 meses, fazendo comer poeira os números do mesmo período para o IPCA (+3,94%) e IGP-M (-4-47%). Das 25 cidades pesquisadas, chamam atenção especialmente Florianópolis, com alta de 37,83%, e Goiânia, com 36,98%.

Psicologia como ferramenta para o corretor de imóveis virar a chave na carreira. Conheça as técnicas usadas por Lucas Golbert, fundador da Private Imóveis, referência no alto padrão de Porto Alegre. Em conversa com Rodrigo Werneck, Golbert revela no podcast Modo Avião segredos para conquistar resultados, como o aprofundamento em temas como psicologia, persuasão e gestão.

Como impulsionar negócios no mercado imobiliário com ajuda da inteligência artificial. A CUPOLA publicou um e-book gratuito que ensina técnicas para aumentar a conversão e reúne 10 ferramentas de IA que podem otimizar o trabalho de marketing de imobiliárias, construtoras e incorporadoras, além de corretores de imóveis.

Outra oportunidade da CUPOLA para quem quer fechar mais negócios é a Imersão Gestão de Vendas Imobiliárias. O encontro reúne executivos de imobiliárias de rápido crescimento para compartilhar estratégias e mais de 50% das vagas já foram preenchidas. Saiba mais clicando aqui.

Você já ouviu falar na expressão “o básico que funciona”? No mercado imobiliário, ela também tem espaço quando o assunto é estratégia de relacionamento e é essa relação que exploramos no Imobi Vendas da semana. Já o Imobi Aluguel explica os critérios usados pelos birôs de crédito (como Serasa e SPC Brasil) para avaliar a capacidade de pagamento dos clientes. O score é mesmo capaz de identificar os inquilinos que serão maus pagadores? Saiba tudo sobre e Locação e Venda de imóveis assinando o Imobi Premium

  • Imobiliário se aproxima das mulheres para turbinar vendas.
  • Short stay: condomínios podem proibir a prática?
  • Na Zona Sul do Rio, aluguel sobe 65% em 2 anos.
  • No Vem Pra Mesa, Sergio Langer recebe Guilherme Wohlke.

Construção e Incorporação

MRV reconquista confiança do mercado. A construtora registrou alta de 47,8% no VGV médio mensal em abril e maio em comparação ao segundo trimestre completo do ano passado, para R$ 731 milhões. Em incomum divulgação, a empresa também afirmou que o volume representa alta de 20,6% frente à média do primeiro trimestre inteiro deste ano.

Cauã Reymond entra para o mercado imobiliário baiano. Trata-se de uma parceria entre a incorporadora baiana Alia Empreendimentos e a Biosphere, marca que tem o ator como um dos sócios. A união das empresas vai resultar em um condomínio que será construído na região do Imbuí, inspirado por um conceito de moradia baseado no lifestyle do ator.

Mea culpa. A construtora São José, responsável por erguer um prédio de luxo no Itaim-Bibi sem permissão da Prefeitura de São Paulo, assumiu a culpa pela irregularidade em reunião com o MP. A São José reforçou que não agiu com a intenção de desobedecer à lei, já que seguiu o projeto aprovado em 2015, e assegurou que o caso é pontual. Também ressaltou que nenhuma unidade foi vendida, o que tem causado prejuízos.

A nova versão de revisão do Plano Diretor de São Paulo irá retomar o trecho proposto pela gestão Ricardo Nunes para vagas de garagem em prédios perto de metrô, trem e corredor de ônibus. A mudança prevê um desestímulo a mais microapartamentos na cidade e, ao mesmo tempo, um incentivo para que grandes unidades tenham mais de um espaço para estacionar.

A ABRAINC realiza hoje o 4º Fórum de Inovação e Liderança da Incorporação. O evento promoverá debates e disseminará conhecimentos por meio de pesquisas e estudos inéditos para esmiuçar o ecossistema de startups, produtos e serviços inovadores e tecnológicos a serviço do mercado imobiliário. A adoção de conceitos transversais de ESG e inovação será um dos temas centrais. 

  • Egesa Engenharia é proibida pela CGU de participar de licitações.
  • Construtora projeta faturar R$ 300 mi com residencial em SP.
  • Inadimplência assombra mais um fundo imobiliário.

Techs

Novidade em IA. Com o objetivo de aumentar a capacidade de aprovação dos contratos de aluguel, a startup Alpop lançou sua própria inteligência artificial. A ideia da ferramenta, denominada “Tupinambá”, é apoiar imobiliárias e inquilinos na jornada de locação, além de facilitar o acesso social à moradia, ajudando o público que não consegue ter seu cadastro aprovado pelos meios tradicionais.

A Planet Smart City, que projeta um VGV de R$ 300 milhões em 2023, anuncia como objetivos cuidar do déficit habitacional a nível global e criar novos projetos sustentáveis de moradia. A empresa já criou sete projetos de moradias populares com infraestrutura de alto padrão no Brasil. Saiba mais sobre as ambições da proptech.

Mundo

Mais cidades ao redor do mundo estão impondo restrições aos aluguéis de curta duração. Na semana passada, Florença, na Itália, anunciou a proibição de novas listagens do Airbnb no centro histórico da cidade. As regras devem ser estendidas a todo o País. A popular ilha de Penang, na Malásia, também proibiu as acomodações ao estilo Airbnb. Países como Espanha, França, Portugal, Reino Unido e EUA já haviam adotado algum tipo de restrição.

A China estuda um pacote de medidas de estímulos para o mercado imobiliário, à medida que cresce a pressão sobre o governo para impulsionar a segunda maior economia do mundo. Os reguladores avaliam reduzir a entrada necessária para financiamentos imobiliários em bairros periféricos das grandes cidades, além de baixar as comissões de corretores e flexibilizar restrições de compra.

O mercado imobiliário de Portugal passou por um boom nos últimos dois anos e brasileiros viram uma oportunidade de investir em imóveis para ganhar com aluguel (em euro). Segundo o Instituto Nacional de Estatística de Portugal, o preço dos aluguéis de moradias no país europeu saltou 10,6% no último trimestre de 2022, em relação ao mesmo período de 2021.

Estamos de Olho

Ciclo do bem. A Tellus, gestora de recursos especializada no setor imobiliário, concluiu a captação de R$ 1,4 bilhão para investir em imóveis que serão alugados para hospitais e clínicas de saúde. A previsão é que as aquisições aconteçam ao longo de dois a três anos.

Moradia compartilhada vira tendência. O preço elevado dos imóveis cada vez mais empurra brasileiros para a convivência em espaços compartilhados. O estilo de moradia é mais comum entre estudantes universitários e jovens nos primeiros anos de carreira, que dessa forma conseguem dividir os gastos de aluguel, condomínio e contas.