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[220] A torneira do crédito imobiliário secou mais cedo?

Em sua praça, negócios estão sendo perdidos pela dificuldade na liberação de crédito? Nas últimas semanas, imobiliárias e corretores pelo Brasil se depararam com o burburinho de que a torneira pode secar mais cedo (em 2022, isso também aconteceu, mas só no último bimestre do ano).

O rumor ocorre simultaneamente ao aumento de saques da poupança e à redução dos recursos disponíveis para financiamentos – o chamado funding. Sob o ponto de vista econômico, este é um movimento natural, já que os juros altos estão dando relevância para outras aplicações financeiras.

Fontes consultadas pelo Imobi Report confirmam que as liberações pela Caixa Econômica estão rodando sim, mas, em alguns casos, demorando um pouco mais para sair. Parte disso se deve aos critérios mais rigorosos para aprovação de financiamentos, o que vem de algum tempo e dificulta também as vendas de imóveis econômicos – a renda exigida para aprovação de crédito no Minha Casa Minha Vida praticamente dobrou de 2018 para cá.

A restrição do crédito provoca alguns efeitos colaterais. Para os clientes de menor renda, aumenta a importância e a procura pelo aluguel. Para outros públicos, novas opções de financiamento, inclusive com a entrada de bancos digitais no crédito imobiliário.

Mas um novo ingrediente pode reformular o tabuleiro em breve: a queda da taxa básica de juros. Especialistas acreditam que isso pode acontecer no mês que vem, o que deve despertar o apetite de muita gente ansiosa para adquirir a casa própria.

Vendas e Locação

Custo zero para aquisição de clientes. Enquanto alguns corretores de imóveis estão sentados no salão de vendas sofrendo para captar clientes, outros estão, literalmente, correndo atrás e conquistando fechamentos. No podcast Modo Avião desta semana, conheça a estratégia de Isaias Silva, mais conhecido como “corretor corredor”, campeão de vendas que criou seu posicionamento a partir do esporte e estilo de vida.

Após dois anos, preço do aluguel cai pela primeira vez em SP. O valor médio de maio ficou em R$ 44,55 o metro quadrado, uma queda de 0,56% na comparação com abril. Os dados são do QuintoAndar, que prevê estabilidade nos valores para os próximos meses. A alta acumulada nos últimos 12 meses é de 12,08%.

Por outro lado, o valor médio dos imóveis residenciais segue acelerando mais que a inflação. Os imóveis de um quarto estão em destaque e puxaram a média para cima, subindo mais que o preço de unidades maiores, conforme os dados do FipeZap.

Até 36% de margem na hora de negociar um imóvel. O desconto generoso, que reflete o drama da precificação no mercado brasileiro, foi notado no mercado da cidade do Rio de Janeiro por um levantamento da plataforma Vandor, que cruzou dados da prefeitura e do Secovi-RJ.

Um tema que não para de esquentar no mercado brasileiro é o das multipropriedades. A modalidade apresentou 40% de crescimento nas vendas nos últimos 12 meses, com um aumento do valor médio das cotas negociadas e diversificação do público.

Afinal, ter um imóvel na praia, no campo ou na montanha está entre os sonhos de boa parte dos brasileiros. O crescimento das multipropriedades é baseado em solucionar esta lacuna e o formato de negociação tem muito a ensinar ao modelo de vendas tradicional. Saiba mais no portal do Imobi Report.

A pesquisa Raio-X do mercado imobiliário, primeiro mapeamento do setor no Brasil, ultrapassou a marca de 200 participações. Gestores de imobiliárias e corretores de imóveis podem participar de maneira anônima. A iniciativa é uma parceria da CUPOLA, hub de inteligência imobiliária, com o QuintoAndar. Saiba mais e participe.

O Imobi Aluguel desta semana fala do movimento de imobiliárias que planejam abrir garantidoras ou corretoras de seguros imobiliários. Conversamos com quem já entrou nesse segmento para saber se a rentabilidade compensa a energia adicional. No Imobi Vendas, o assunto da vez é o follow up invisível, uma estratégia capaz de gerar mais vendas por meio de conexões espontâneas. Conheça mais sobre os mercados de locação e de vendas de imóveis assinando o Imobi Premium.

Construção e Incorporação

Câmara aprova MP do Minha Casa Minha Vida. O texto do programa habitacional foi aprovado na última quarta-feira e precisa ser votado no Senado até a noite do dia 14 para não perder a validade. O relatório aprovado foi o do deputado Fernando Marangoni, com proposta que prevê reformas de imóveis inutilizados nas grandes cidades, o reajuste no valor de obras já iniciadas e o incentivo à construção de unidades próximas a grandes centros urbanos.

Proposta está mais humanizada do que nunca. Esta é a opinião do deputado Marangoni, especialmente pela volta da faixa 1 para famílias com renda mensal de até R$ 2.640. O texto aprovado também acaba com a exclusividade da Caixa no programa, abrindo espaço para outras instituições financeiras. Além disso, pelo menos 5% dos recursos do programa são para retomar construções paradas, reformas de imóveis e obras em cidades com até 50 mil habitantes.

Cara nova impacta ações das construtoras, especialmente do segmento de baixa renda. No caso da MRV, as ações saltaram 51% no acumulado de 2023. Outras construtoras também apresentaram desempenho favorável, com destaque para Plano & Plano e Tenda, com os papéis disparando 116% e 112% nos primeiros seis meses do ano, respectivamente. Trisul e Cyrela avançam 62,4% e 55,5%, na mesma ordem. 

Cliente rico na mira. Diante da subida dos juros dos financiamentos imobiliários e do aumento dos custos de construção, as incorporadoras que tradicionalmente desenvolvem residenciais para consumidores de média a alta renda têm concentrado seus lançamentos no topo da pirâmide social. Cyrela, Even, Eztec, Gafisa, Mitre e Tegra, entre outras, têm dado mais ênfase aos residenciais que partem de R$ 5 milhões.

Segue o projeto que libera prédios mais altos em SP. A Justiça negou a liminar pedida pelo Ministério Público de São Paulo que pedia a suspensão da tramitação do projeto de lei de revisão do Plano Diretor da capital paulista. A proposta que altera a lei urbanística foi aprovada em primeira votação e passará pela apreciação final em 21 de junho.

Pessimismo ronda o setor. Os empresários do mercado imobiliário no Brasil entraram em 2023 com uma perspectiva mais pessimista que a dos colegas de países vizinhos. Por aqui, 40% esperam piora da economia local nos próximos 12 meses, 47% acreditam em uma situação igual e só 13% projetam melhorias. Na média da América Latina, 30% esperam piora, 42%, igual e 28%, melhora. Os dados são de um levantamento realizado pelo GRI Club e pela consultoria Brain.

Techs

Aporte milionário. Seis meses após a  Superlógica anunciar o Gruvi, um superapp com viés B2B2C, em parceria com a Cyrela e a Intelbras, a Warburg Pincus anunciou um novo investimento na startup no valor de R$ 150 milhões. Esse é o segundo aporte feito pela gestora americana de private equity na Superlógica – em 2020 a injeção foi de R$ 300 milhões. 

O Grupo Loft quer estender sua atuação e se tornar também uma aceleradora. O objetivo é ajudar imobiliárias tradicionais a turbinar sua estratégia digital e escalar negócios. A primeira empresa a ser acelerada pela startup será a Revenda Imóvel, imobiliária da região Sul de São Paulo, com vendas anuais que ultrapassam os R$ 500 milhões.

Com o crescimento das redes sociais, tornou-se essencial para imobiliárias e construtoras desenvolverem um planejamento de conteúdo estratégico para alcançar seu público-alvo de maneira eficaz. Sem ele, marcas podem acabar transformando seus perfis em vitrines de posts sobre produtos e serviços, sem entregar informações de valor. Confira no Imobi Report um guia para desenvolver um bom planejamento de conteúdo.

Mundo

Para muitas pessoas na América Latina, não está sendo fácil encontrar uma casa para alugar devido à escalada de preços. De acordo com dados compilados pelo QuintoAndar, entre março de 2022 e março de 2023, o custo médio do aluguel de um apartamento subiu 126% em Buenos Aires; 12% na Cidade do México; 11,2% em São Paulo, 10,9% em Quito e 6,3% em Lima. Por que o aluguel subiu tanto na capital da Argentina?

Retrofit em alta. A gestora de recursos independente RBR Asset fechou a captação de um terceiro fundo para investir em projetos de retrofit de prédios e apartamentos residenciais na cidade de New York. Com esse novo fundo, a RBR levantou US$ 50 milhões e acelera sua estratégia de avançar em aquisições de empreendimentos nos EUA.

San Francisco reflete o impacto do home office no ecossistema urbano. Hoje o centro da cidade californiana talvez seja o menos movimentado de uma metrópole americana. Os prédios comerciais estão com 40% do nível de ocupação de antes da pandemia, e a parcela de imóveis comerciais vazios subiu de 5% em 2019 para 24%. A informação é da Kastle, empresa que cuida da segurança de edifícios.

Estamos de Olho

A Itaipu Binacional vai impulsionar a construção de moradias em Foz do Iguaçu (PR). A empresa realizará um leilão para venda de um lote com 48 imóveis desocupados com o objetivo de apoiar a construção de moradias populares e promover ações sociais.

No episódio mais recente do Vem Pra Mesa, Sergio Langer entrevista Cristiano Rabelo, fundador e CEO do Grupo Prospecta. Rabelo conta no podcast como a inteligência imobiliária pode ajudar empreendedores por todo o país, além de comentar avanços, metodologias e diversidade do mercado pós-pandemia.