Presidente Cofeci
Imobi Report

#097 Entrevista exclusiva com presidente do Cofeci

Você, leitor, não precisa ser corretor de imóveis para conhecer o Cofeci. O Conselho Federal dos Corretores de Imóveis, que nasceu em 1962, tem como objetivos representar e fiscalizar a profissão de corretor de imóveis no país. O Imobi Report entrevistou João Teodoro da Silva, presidente do Cofeci há 20 anos, para tratar de temas como fiscalização das plataformas digitais, as expectativas para o mercado imobiliário em 2021 e a sucessão na cadeira da entidade.

Mas o destaque da entrevista é referente à formação e capacitação profissional. João Teodoro reconhece que boa parte dos cursos de Técnico em Transações Imobiliárias (TTI), requisito para exercer a profissão, deixa a desejar – ele chega a afirmar que há muita “picaretagem” no meio. O dirigente, porém, se exime de culpa ao dizer que a avaliação educacional das escolas de corretagem não é competência legal do Cofeci. Para combater o problema, a estratégia é pressionar o Congresso Nacional para alterar a Lei que regulamenta a profissão, de modo a exigir diploma universitário e um curso de proficiência (semelhante ao da OAB) para o exercício da profissão.

Apesar da retórica do dirigente, as escolas de TTI continuam em proliferação – somente em dezembro do ano passado, 24 novos cursos foram credenciados pelo próprio Cofeci. Para resolver o gargalo da falta de atualização de boa parte dos corretores, o plano do presidente da entidade é firmar convênios para oferecer cursos à distância.

Confira a entrevista aqui.

Imobiliárias

Todos os anos, entre dezembro e fevereiro, a procura por imóveis para alugar é superior a outros períodos. No entanto, 2020 e 2021 estão sendo anos atípicos e há dados que indicam de que forma a chamada alta temporada de locação está sendo impactada pela pandemia. O Imobi conversou com imobiliárias, startups e institutos de pesquisa para analisar e comparar números do período.⠀

A alta de preços do aluguel residencial em 2020 fechou em 2,77%. Já o o IGP-M, que costuma balizar o reajuste dos aluguéis, ficou bem mais alto: acima de 23%. A discrepância entre os dois valores é refletida em um mercado no qual os proprietários aceitam negociar o reajuste  do aluguel para não perder bons inquilinos.

Uma reportagem do Globo explora o tema e traz o exemplo de imobiliárias de diferentes portes e suas decisões referentes ao reajuste do aluguel. Na matéria, Jaques Bushatsky, diretor do Secovi-SP, não recomenda trocar de índice permanentemente: “É preciso cuidado nessa ideia de aposentar o IGP-M porque o índice do passado não diz nada sobre como ele será no futuro, e o indicador já esteve negativo em alguns momentos. É preciso ter cautela e estudar outras iniciativas”.

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), restabeleceu a proibição de despejos por inadimplência no Rio de Janeiro, enquanto durar o estado de emergência decorrente da pandemia. Segundo o Decreto 47.428, este estado vai até o dia 1º de julho de 2021. O Extra ouviu especialistas contrários e favoráveis à decisão.

Já na locação comercial, a taxa de vacância cresce. Segundo a consultoria Buildings, em São Paulo o índice fechou o 4° trimestre de 2020 em 17,29%. No Rio de Janeiro, em 24,05%.

Incorporadoras

Um mês após aprovação pelo Congresso Nacional, o projeto de lei que cria o programa Casa Verde e Amarela recebeu sanção do presidente Jair Bolsonaro, na semana passada, mas com alguns vetos. Com isso, as regras do regime tributário aplicáveis às construtoras submetidas às regras do Minha Casa Minha Vida não serão estendidas ao Casa Verde e Amarela, por exemplo. O G1 publicou um resumão, detalhando as regras do novo programa habitacional. 

A maior construtora do país, impulsionada pelo MCMV, a MRV registrou recorde anual de vendas em 2020, o melhor ano da história da empresa. De acordo com resultados operacionais preliminares, a construtora comercializou 52 mil unidades em 2020, totalizando R$ 8,7 bilhões em venda bruta. A companhia teve um salto de 49% nas vendas no quarto trimestre de 2020 em relação ao mesmo período do ano anterior, mesmo registrando um grande recuo no número de lançamentos. 

Junto com a MRV, outras incorporadoras demonstraram resultados expressivos em seus balanços de quarto trimestre. Este é o caso da Mitre, que atingiu R$ 463 milhões de VGV no período, com venda de 56% das unidades lançadas. No acumulado do ano, os resultados também foram positivos, com crescimento de 31,6% nas vendas líquidas, totalizando R$ 607,8 milhões. Com isso, as vendas líquidas da companhia ficaram 11% acima das estimativas do BTG Pactual

Com aumento de 50% nas vendas líquidas no quarto trimestre, em comparação com o mesmo período do ano anterior, a Moura Dubeux se firmou como referência no Nordeste. Em todo o segundo semestre de 2020, a incorporadora obteve R$ 791 milhões, sendo R$ 516 milhões referentes somente ao quarto trimestre. Para 2021, a meta da companhia é dobrar o resultado obtido no ano passado. 

Já a Cyrela foi considerada uma das empresas mais bem posicionadas para captar a tendência positiva para os segmentos de média e alta renda no Brasil, de acordo com o banco Safra. Em 2021, o VGV de lançamentos da incorporadora deve chegar a R$ 4,5 bilhões, segundo analistas de mercado – em 2020, esse valor foi de R$ 3,8 bilhões.

A Eztec, por sua vez, é uma das incorporadoras que registraram resultados negativos no quarto trimestre. A companhia somou R$ 282,3 milhões em vendas líquidas no período, uma queda de 48% em relação ao quarto trimestre de 2019

Criada no ano passado, para o desenvolvimento e aquisição de imóveis para locação, a subsidiária Gafisa Propriedades vai se separar do restante da companhia neste ano. Para isso, a nova empresa buscará fontes adicionais de recursos, seja com IPO ou estruturação de fundos imobiliários. 

Depois de um recuo de 2,8% em 2020, a estimativa da CBIC é que a construção civil tenha um crescimento de 4% em 2021. Se estiver correta, isso significaria o maior avanço no setor em 8 anos. Mas, para isso, as incorporadoras terão de apostar em soluções inovadoras, como já fizeram em 2020. A presença de empresas da construção civil no ambiente virtual, por exemplo, teve crescimento de 20% no ano passado, seguindo tendência observada também em outros setores.

Quais as vantagens de comprar um imóvel na planta? Para as incorporadoras, a resposta é muito óbvia, mas será que essas informações estão chegando ao cliente final? Matéria publicada no Estadão mostra as “armadilhas que o comprador precisa evitar ao adquirir um apartamento na planta”. O conteúdo serve como referência para as incorporadoras, com dicas do que não deve ser feito nessas transações. 

Apesar da queda de 10,2% do IFIX em 2020, o mercado de fundos imobiliários está em ampla recuperação e deve ser uma boa oportunidade para investidores em 2021. No podcast “O que eu Faço?”, da CNN Brasil, analistas de investimentos falam sobre as perspectivas no mercado de fundos imobiliários para 2021

Techs

O mercado imobiliário brasileiro deve ganhar mais um portal de imóveis. A La Haus, startup que atua na Colômbia e no México, levantou um investimento de  35 milhões de dólares e pretende usá-lo para atender outras cidades latinas – entre elas, Rio de Janeiro e São Paulo. Com modelo de negócio inspirado na Zillow e em proptechs chinesas, a plataforma tem foco na compra e venda de imóveis, com algoritmos de recomendação próprios e mecanismos para acelerar o contato com financiamentos.

A Brasil Brokers está estudando a possibilidade de fazer uma oferta pública primária de ações para acelerar seu processo de transformação digital. Já listada na B3, a empresa pode fazer essa movimentação para arrecadar recursos, mas deve informar seus investidores a cada etapa.

O QuintoAndar começa a atuar no Nordeste no início deste ano. Os proprietários que pretendem disponibilizar imóveis para locação em Recife e Salvador já podem começar a cadastrar-se. Já o acesso aos inquilinos deve vir em fevereiro.

Ainda sobre o unicórnio, o QuintoAndar lançou bolsas de estudos de programação para pessoas negras. Segundo a startup, o projeto é parte de um projeto para estimular a diversidade dentro do seu time.

Estamos de Olho

Em março de 2020, quando tiveram início as medidas de isolamento social no Brasil e no mundo, o número de buscas no Google para os termos “home office” e “teletrabalho” aumentou 100%, de acordo com o Google Trends. Essa nova modalidade de trabalho parece ter agradado muita gente, já que pelo menos 17 milhões de pessoas almejavam essa flexibilidade em 2018, dois anos antes de a pandemia começar. Matéria publicada no Terra faz um balanço sobre essa mudança no mundo do trabalho. 

Quem trabalha no mercado imobiliário sabe que janeiro costuma ser um período de muita apreensão pelo maior registro de desastres naturais, principalmente enchentes e desabamentos. Ainda que as imobiliárias não tenham responsabilidade quanto a esses acontecimentos, é importante que elas estejam preparadas para dar suporte a seus clientes, quando necessário. Por isso, o Imobi trouxe um conteúdo com algumas dicas de como oferecer apoio aos clientes em momentos como esses. 

Outro conteúdo publicado no Imobi nesta semana mostra como as imobiliárias e incorporadoras devem deixar seus preconceitos de lado para não perder leads qualificados, achando que eles não têm potencial para se tornar clientes de fato. Fontes ouvidas pela reportagem mostram como os vieses inconscientes podem ser prejudiciais para garantir bons negócios no mercado imobiliário. 

Outro fator muito importante para garantir boas vendas e contratos de locação é apostar na qualidade das fotos do portal de sua imobiliária. Pensando nisso, a CUPOLA promove, amanhã (dia 20/01), às 19h, um webinar sobre Fotografia Imobiliária, mostrando como as fotos profissionais geram mais negócios e por que as imobiliárias devem se preocupar com o tema em 2021. A inscrição é gratuita.

Quer saber mais sobre as notícias do mercado imobiliário, mas de uma forma diferente? Todas as semanas, a equipe do Imobi Report comenta os destaques da semana no podcast Semana Imobi. Para acompanhar os conteúdos do portal em primeira mão e saber tudo o que está rolando no mercado, também vale a pena ficar de olho nos perfis do Imobi nas redes sociais: FacebookInstagram e LinkedIn