Gafisa e Tecnisa: fusão pode criar segunda a maior construtora do país
Resumo
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Tecnisa e Gafisa rumo à fusão? Esta, certamente, foi a notícia da semana para o mercado imobiliário. A princípio, o que foi anunciado é que a Gafisa fez uma proposta não solicitada para junção dos negócios das duas incorporadoras, que teria sido recebida com surpresa pela Tecnisa. Mas, aos poucos, foram surgindo mais informações sobre as negociações…
Juntas, as duas empresas somam R$ 1,4 bilhão em valor de mercado. O objetivo da fusão, de acordo com a direção da Gafisa, seria criar uma empresa com potencial de realizar lançamentos que movimentam entre R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões por ano. Todos os detalhes da proposta podem ser consultados pela internet.
No dia em que a intenção da Gafisa em anexar a Tecnisa foi anunciada, as ações de ambas as incorporadoras tiveram queda. No entanto, o dia seguinte foi marcado por uma leve alta nos papéis, tanto da Tecnisa quanto da Gafisa.
As duas incorporadoras passaram por mudanças recentes. No caso da Gafisa, a reestruturação aconteceu após um processo de encolhimento, além de suspensão de lançamentos, endividamento elevado e mudanças na alta administração. Aliás, só agora, no terceiro trimestre deste ano, é que a Gafisa vai voltar a lançar projetos – a incorporadora não apresentava novos produtos desde 2018. Já a Tecnisa captou R$ 445 milhões no ano passado, direcionados ao pagamento de dívidas e compra de terrenos.
Incorporadoras
A MRV também está de olho na Bolsa. A incorporadora estuda o IPO de sua subsidiária Urba. Atuante em planejamento urbano e loteamentos, a companhia nasceu em 2012, como uma startup dentro da MRV.
Termina nesta semana o período para reserva de ações da Lavvi. Subsidiária da Cyrela, a incorporadora atua desde 2016 no mercado e fará sua estreia na Bolsa no dia 2 de setembro. A Cyrela está confiante com a retomada dos negócios pós-pandemia. “Foi uma crise rápida”, avalia o presidente do conselho de administração da incorporadora, Elie Horn.
Bancos estão adotando novas políticas para ajudar as incorporadoras mais cautelosas. A Caixa, por exemplo, está oferecendo a antecipação de até 20% dos recursos para a produção de obras já iniciadas, entre outras ações. Pesquisa aponta que a cada 10 empresas, 4 sentiram os efeitos negativos da pandemia no Brasil. Um dos setores mais atingidos foi a construção civil – o levantamento mostra que 31,9% das empresas do setor foram afetadas.
Os lançamentos que chegam ao mercado neste segundo semestre já vêm repletos de novidades, considerando as novas demandas dos clientes, para o período pós-pandemia. Uma das grandes apostas, é claro, é o espaço – algumas estão de fato aumentando o espaço interno, enquanto outras estão priorizando a flexibilidade das unidades e áreas comuns.
Aliás, a venda de imóveis novos foi maior do que o esperado, em julho, em São Paulo. De acordo com dados preliminares do Secovi-SP, as vendas atingiram 120% do previsto para o mês. Também há indícios de que o impacto da pandemia no setor foi menor do que o imaginado, corroborando a leitura de cenário da Cyrela. De abril a junho, as vendas líquidas das incorporadoras listadas na Bolsa caíram 20%, em comparação com o mesmo período do ano passado, patamar muito inferior aos 53% de queda dos lançamentos.
Os fundos imobiliários, por sua vez, registraram queda histórica. Desde janeiro, o IFIX acumula queda de 13%, puxada principalmente pelos fundos de shoppings e prédios comerciais. Já o crowfunding imobiliário, financiamento coletivo para construção de empreendimentos, está em alta.
Imobiliárias
A compra e venda de imóveis usados em São Paulo está bombando. Segundo levantamento do Secovi-SP, estas transações aumentaram 60% na primeira quinzena de agosto, em comparação com as duas últimas semanas de julho. Além disso, as etapas que antecedem a compra de um imóvel, como visitas e propostas, alcançaram o melhor resultado desde abril de 2020, quando o mercado começou a mensurar os impactos da crise sanitária.
Ainda com as boas novas, uma pesquisa da Datastore aponta o aumento da intenção de compra de imóveis. Os dados sugerem que há 11 milhões de famílias brasileiras de olho na casa própria. Destas, metade quer realizar a compra nos próximos 12 meses.
O índice FipeZap reforça a movimentação. A última pesquisa apontou que 43% dos entrevistados têm intenção de comprar um imóvel nos próximos 3 meses – maior índice de compra desde 2014. Dos compradores em potencial, 88% têm como intenção morar e 12%, investir.
Segundo o Banco Inter, a queda das taxas de financiamento, nos últimos meses, fez com que 5 milhões de novas famílias se tornassem elegíveis para financiar um imóvel. A expectativa da Abecip é um aumento de 12% no volume de financiamentos imobiliários em 2020.
Na modalidade de crédito pelo IPCA, a Caixa aumentou o percentual de comprometimento da renda de 20% para 22%. O presidente da Caixa afirmou que pode chegar a 25%, o que também aumenta o acesso aos financiamentos.
Provavelmente erros já conhecidos pelos nossos leitores, mas matéria boa para compartilhar com a equipe: a Casa Vogue lista quais são as 6 coisas que desvalorizam um imóvel na hora da venda.
O Congresso derrubou o veto do Presidente sobre despejos em meio à pandemia. Portanto, está restrita a concessão de liminar de despejo até o dia 30 de outubro de 2020, para ações que tenham sido abertas a partir de 20 de março deste ano. Na mesma votação, foi decidido que síndicos não podem proibir festas e uso de espaços nos condomínios.
Em São Paulo, mais da metade dos bares e restaurantes da capital não fará a travessia até o fim da pandemia e fechou as portas. Mesmo com proprietários negociando despesas, como o aluguel, a crise sanitária dura mais do que o esperado e a maioria dos empresários não teve acesso a crédito emergencial. No El País, a galeria de fotos: São Paulo, uma cidade para alugar.
Nesta quinta-feira, comemora-se o Dia do Corretor de Imóveis. Durante todo o mês de agosto, o Imobi vem comemorando este profissional tão importante para o mercado imobiliário. Confira três perfis e corretores diferentes: Kelly Silva, corretora de Catalão, Goiás, que criou o movimento “um cantinho para chamar de seu”; José Airton Cazzonato, corretor de Piracicaba, São Paulo, que, com 73 anos se define como um “corretor à moda antiga”; e Tomaz de Aquino, rumo aos 50 anos de mercado imobiliário em Pernambuco, com foco sempre na experiência do seu cliente.
Também no Imobi, nossa colunista Kariny Martins, sócia da CUPOLA, compartilha sua experiência em fazer o TTI e sugere algumas habilidades dos corretores – e outros profissionais – que dificilmente uma máquina será capaz de reproduzir. Leia mais aqui.
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Techs
A Zillow, plataforma imobiliária americana, lançou uma nova funcionalidade: agora, os clientes podem avaliar as incorporadoras que construíram seus imóveis. A prática de notas e comentários já é comum e conhecida na plataforma, mas agora as construtoras também serão ranqueadas. Segundo Lucy Wohltman, vice-presidente de novas construções na empresa, a Zillow foi fundada com o valor principal de “acender as luzes”’ e prover para os consumidores informações relevantes, que eles precisam para tomar o que provavelmente será sua maior decisão de compra da vida.
Andries Oudshoorn, CEO da OLX Brasil, participou do podcast Conexão CEO, do NeoFeed. No episódio, ele conta mais sobre o crescimento da plataforma e da expectativa pela aquisição do Grupo ZAP.
De abril até julho, o QuintoAndar viu uma alta de 400% nos contratos de locação fechados pela plataforma. Segundo a startup, os contratos voltaram aos níveis pré-pandemia, uma média de 5 mil novos contratos por mês.
A Pontte, fintech de crédito imobiliário, recebeu um aporte de R$ 160 milhões. Os novos recursos serão destinados para “ampliar a oferta de empréstimos, reforçar a equipe e investir em tecnologia”.
A InBuilt é uma startup que utiliza realidade aumentada para reformas. Com o aplicativo da InBuilt, os moradores podem fazer um “raio X” do imóvel, mostrando suas instalações elétrica, hidráulica e estrutural, o que evita dor de cabeça na hora das reformas. A startup recebeu um investimento da incorporadora Yuny, mas atende outras construtoras normalmente.
Na Wired, revista de cultura pop e tecnologia, uma reportagem (em inglês) explora as novas funcionalidades do QR Code. Com a ascensão de um mundo que evita o toque e contato físico, estes novos “códigos de barra” ganham espaço. No mercado imobiliário, a modalidade é um grande exemplo de experiência física somada à digital: o QR Code pode ser usado em uma placa de vende-se ou aluga-se, e o cliente interessado encontra mais informações digitalmente após escaneá-lo pessoalmente.
Na última edição, falamos sobre o IPO do Airbnb. Pois, agora, o Airbnb registrou o pedido de entrada na Blsa. Na mesma semana, proibiu a locação de imóveis listados na plataforma para realização de festas – antes, era opcional o proprietário autorizar ou não. Além das questões de segurança, o objetivo é evitar aglomerações em plena pandemia do coronavírus.
Mundo
O Reino Unido viu o maior número de contratos de venda dos últimos 10 anos em julho, logo após o fim do confinamento. Segundo a plataforma imobiliária inglesa Rightmove, o home office e o êxodo de Londres para regiões mais descentralizadas foram as principais causas.
Na Forbes, discute-se a abrangência do home office. No artigo, em inglês, são apontados dados como: na França, 83% dos trabalhadores já retornaram para o emprego presencial. Na Itália, 76%. E mesmo aquelas áreas nas quais é possível trabalhar remotamente, não necessariamente vão aderir a longo prazo – o que indica que não, não estamos vendo o fim dos escritórios.
O que esperar, então, para os escritórios no período pós-pandemia? Especialistas indicam que o foco das empresas em suas instalações serão as pessoas. Em alguns casos, os escritórios podem ser substituídos pela possibilidade de trabalhar em espaços coworking que sejam mais próximos das residências dos funcionários. O squad office (formato no qual formam-se células de equipes de trabalho) também é uma tendência.
Quais são as amenidades valorizadas pelos compradores de imóveis de alto padrão? Para três corretores da Sotheby’s International Realty, em entrevista para o Inman, são: maior espaço e privacidade; quintais e espaços externos para fazer refeições; áreas comuns multigeracionais (como centros de recreação, grandes salas de TV e piscinas); escritórios e bibliotecas privados e melhorados; e, finalmente, “luxo prático”. Ou seja, é preciso ficar atento em qualidade e menos itens de luxo sem necessidade prática.
Para sobreviver à urbanização da China sem altos custos de aluguel, jovens optam pelo coliving. O Arch Daily traz o exemplo de dois edifícios de coliving, cujo funcionamento é uma versão repaginada de uma república.
Estamos de olho
A vontade de reformar a casa é cada vez maior entre os brasileiros, por causa da pandemia. Pesquisa aponta que a busca por crédito para reformas domésticas aumentou 22% entre os meses de fevereiro e julho.
O road office já é uma realidade para o casal Luis Queiros e Elka Albuquerque, de Manaus. Os publicitários largaram tudo para viajar (e trabalhar) em cima de quatro rodas, aproveitando para conhecer novos lugares e pessoas, enquanto cumprem os prazos dos jobs.
Uma polêmica tomou conta de um condomínio de São Paulo na última semana. Tudo começou quando vizinhos fotografaram uma professora em momentos íntimos, dentro do apartamento onde mora, e as imagens viralizaram nas redes sociais de moradores do prédio e do condomínio vizinho, de onde as fotos foram tiradas. A mulher foi acusada de agir de forma inadequada, mesmo estando dentro do apartamento onde mora. Após receber reclamações do funcionário do condomínio vizinho, que ameaçou acionar o proprietário do imóvel para que ela fosse despejada, a professora decidiu procurar um advogado para representá-la. Fica aí uma reflexão a respeito de como as administradoras deveriam agir em situações como esta.
No Rio de Janeiro, prédios abandonados têm servido de abrigo para famílias que perderam sua renda em meio à pandemia e não têm mais para onde ir. Um deles é um edifício de três andares, sem água encanada e com luz por meio de um gato, que já chegou a abrigar 14 famílias, com 22 crianças.
Mulheres que tenham sido vítimas de violência doméstica ou familiar terão direito a receber um valor de R$ 600 por mês, por meio do Programa Aluguel Social, caso o projeto de Lei Federal 4143/2020 seja aprovado. O PL estabelece o pagamento do benefício por seis meses, para mulheres que estejam sob proteção de medidas protetivas previstas na Lei Maria da Penha, desde que esteja inscrita ou matriculada em curso de capacitação profissional.
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