Pacote de medidas da Caixa anima mercado imobiliário
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A Caixa lançou um pacote de medidas de incentivo à construção civil e ao mercado imobiliário. As propostas alcançam pessoas físicas e empresas, com um volume de recursos na ordem de R$ 43 bilhões em novas linhas de crédito.
Entre as pessoas físicas, destaque para o prazo de seis meses para iniciar o pagamento de novos contratos de financiamento imobiliário. Para contratos ativos, a Caixa anunciou a possibilidade de pausa no pagamento de até três parcelas, além da renegociação de contratos com clientes em atraso.
Já para as incorporadoras, também há a possibilidade de antecipação de até 20% dos recursos de financiamento para empreendimentos que serão iniciados, antecipação de 10% para obras em andamento, pausa no pagamento do financiamento por empresas e a possibilidade de prorrogação do início das obras, entre outros. Para receber o benefício, as empresas devem se comprometer a não demitir funcionários. Isso porque o objetivo da Caixa, além de estimular a economia e a construção civil, é preservar mais de 1,2 milhão de empregos.
O mercado recebeu bem as notícias. O Sinduscon-SP demonstrou apoio e sugeriu que os bancos particulares se espelhem na Caixa. Abrainc se pronunciou no mesmo sentido e apontou que “todos os mercados – baixa renda e segmento alto e médio – serão estimulados”. Para o copresidente da MRV: “a Caixa teve um senso de oportunidade muito importante”.
As medidas vieram em momento oportuno, uma vez que muitos consumidores já estão procurando renegociar seus contratos – em especial os proprietários de imóveis que ainda estão na planta.
E há o fantasma dos distratos. A crise sanitária do coronavírus deve testar a lei dos distratos com um elemento a mais: o da força maior. A lei prevê que o contrato pode ser revisto em caso de motivo justo, não apenas por vontade de uma das partes. Mas, no cenário atual, incorporadoras podem deixar de entregar os imóveis no prazo e compradores podem perder sua fonte de renda. A conferir.
Imobiliárias
A discussão da inadimplência segue forte na imprensa. Mas a posição parece unânime: o ideal é pagar ou, pelo menos, negociar e registrar a negociação entre todas as partes envolvidas. Tem notícias no G1 e no R7.
Segundo dados do Secovi-SP, 90% das imobiliárias associadas já receberam pedidos de negociação de aluguéis. A cada cinco pedidos, três vêm de inquilinos comerciais. Pudera: 60% dos pequenos negócios que buscaram empréstimo tiveram seu crédito negado, segundo dados do Sebrae.
Entre aqueles que não chegam a um consenso, a questão começa a ser levada para a Justiça. Em São Paulo e no Distrito Federal, pelo menos dois inquilinos já ganharam causa parcial para reduzir os valores dos aluguéis.
Uma pesquisa do Grupo ZAP indica que 45% das pessoas interessadas em alugar um imóvel devem adiar a busca pelo novo lar por até três meses. O mesmo percentual de entrevistados acredita que os preços devem “diminuir um pouco” neste período.
E um levantamento feito pela Aabic, em São Paulo, mostra que três em cada quatro locadores residenciais têm um único imóvel. Entre estes, boa parte depende do aluguel como complemento de renda ou de aposentadoria.
Para diminuir os efeitos do isolamento social, uma imobiliária de Caxias do Sul (RS) está promovendo “serenatas” nos condomínios. A Prolar Imóveis, que comemora 50 anos em 2020, levou músicos às calçadas de 40 condomínios que administra na cidade gaúcha. E as atrações devem ser repetidas nos próximos domingos. Virou notícia até mesmo na TV.
A CUPOLA divulgou uma análise da performance de mídia digital de imobiliárias e incorporadoras desde o início da quarentena. O levantamento mostra que anúncios das imobiliárias foram exibidos 24% mais, enquanto a mídia digital dos empreendimentos imobiliários foi exibida 32% mais, em relação ao período anterior, com redução no custo por lead. A pesquisa completa pode ser acessada no CUPOLA Insider.
Mais da CUPOLA: na próxima semana, entre 20 e 24 de abril, a agência vai disponibilizar uma série de aulas online sobre como vender imóveis a investidores, da prospecção ao fechamento do negócio. Inscrições gratuitas aqui.
A Vitacon lançou um braço de iRent na sua startup de aluguel, a Housi. Parecido com o iBuyer, significa que a Housi irá locar o imóvel do proprietário e garantir o aluguel desde o começo, independente da vacância. A Housi avalia o imóvel e apresenta uma proposta de valor fixo do aluguel, em até dois dias. Se o proprietário aceitar, passa a receber a quantia mensalmente, mesmo antes do imóvel estar ocupado. Em entrevista para a Exame, o presidente da Housi, Alexandre Frankel, afirma esperar que o aluguel se fortaleça nos próximos meses.
Se você tem dúvida sobre o que é iRent, como funciona e quem já adota o modelo, o Imobi Explica. Vem ler!
Mundo
Um terço dos americanos não conseguiu arcar com o aluguel no começo de abril, segundo o Conselho Nacional de Habitação Multifamiliar.
E os millennials respondem por boa parcela dos inadimplentes. Essa é a primeira crise econômica que afeta a geração Y diretamente. Esta reportagem do New York Times publicada pelo Estadão traz exemplos de jovens que não estão conseguindo manter suas contas durante a crise da Covid-19. Aqui, valem dois comentários: muitos profissionais jovens nos Estados Unidos são remunerados pela hora de trabalho. Com a interrupção do comércio e serviços, eles têm sua renda rapidamente comprometida. Além disso, o país é conhecido por suas grandes dívidas universitárias, que os recém-formados levam anos para quitar.
Portais de notícia americanos também começam a vislumbrar o mercado pós-crise. Na Forbes, levanta-se a possibilidade do aumento de interesse por imóveis multigeracionais, uma vez que muitas famílias estão separadas durante o isolamento – a própria Páscoa foi um exemplo de ocasião que intensificou a saudade de casa. O colunista aponta também que embora o trabalho remoto venha funcionando relativamente bem, ainda há pessoas que não se adaptam ao modelo por motivos diversos (filhos, distrações e até a falta de relações interpessoais). Assim, há espaço para os escritórios. (em inglês)
Já o Inman levanta outras possibilidades, além das casas multigeracionais. Aponta tendências como o desejo das pessoas de se mudar para um imóvel maior, o aumento no número de divórcios (fato observado nas cidades chinesas) e a disposição para mudanças entre cidades. (em inglês)
Techs
O Banco Inter adotou uma assinatura de contrato por “vídeo selfie”. Nesta, o cliente comprova sua identidade por meio de um vídeo no qual deve ler um texto, substituindo o reconhecimento de firma. A assinatura-selfie já foi utilizada, inclusive, para portabilidade de financiamentos imobiliários.
E o imobiliário segue se digitalizando. No Yahoo Finanças, uma reportagem ilustra esta movimentação trazendo exemplos: apresenta o marketplace Apto, que faz vendas digitais de novos imóveis; a RuaDois, que apoia as imobiliárias no processo de transformação digital; as ações do QuintoAndar, que reforçou as visitas em vídeo; e o caso da Apsa, empresa tradicional e que está investindo no Aluguel Rápido, uma plataforma de aluguel totalmente digital.
A Financiei é uma plataforma digital que compara linhas de crédito e combina os melhores bancos com os melhores perfis. De forma digital e gratuita, a startup oferece, ainda, apoio aos clientes na etapa de documentação – que costuma envolver mais imbróglios.
O home equity deve ser uma das movimentações fortes do imobiliário durante e pós-crise do coronavírus. A aposta é da startup de crédito imobiliário CrediHome, que afirma que a procura pela modalidade subiu 80% nas duas últimas semanas de março, comparado ao mesmo período no primeiro bimestre.
Preparando-se para o cenário pós-covid, a WeWork, empresa de coworking, já está planejando mudanças nos seus ambientes de trabalho. Pivotado pelo novo CEO e especialista no imobiliário, Sandeep Mathrani, as mudanças devem incluir capacitação e limitações de ocupação em salas de reunião, ênfase na limpeza dos ambientes e estações em espaços comuns. Devem ser implementadas nas próximas seis semanas e, enquanto isso, as instalações nos EUA e Canadá permanecem abertas.
A WeWork tenta se restabelecer depois do último ano conturbado. Como nossos leitores mais frequentes acompanharam, a startup teve uma tentativa de IPO desastrosa em 2019, o que acabou trazendo resultados negativos para seu principal investidor, a SoftBank. E para adicionar mais tempero a essa novela, a WeWork está processando a SoftBank por abandonar as ofertas de recompra de 3 bilhões de dólares em ações.
A InfoMoney entrevistou Florian Hagenbuch, CEO e fundador da startup imobiliária Loft. Na entrevista, trata sobre a expectativa de investimentos para startups em tempos de crise e afirma que postergou a entrada em novas praças, mas continua com a expansão de novos produtos e serviços.
Hagenbuch e a Loft estiveram envolvidos em uma polêmica na última semana. O CEO assinou uma carta se comprometendo a não fazer demissões pelos próximos dois meses – mas alguns dias antes demitiu 47 pessoas.
Estamos de Olho
Prefeituras de cidades turísticas brasileiras estão recorrendo à Justiça para pedir o bloqueio temporário de plataformas de aluguel digitais de curta duração – como Airbnb e Booking. Em resposta ao G1, o Airbnb se comprometeu a respeitar as decisões judiciais.
Já no Guarujá, litoral paulista, uma pousada foi flagrada pela segunda vez com hóspedes – apesar da suspensão das atividades hoteleiras no estado. A pousada continuava abrigando a mesma família de chineses que hospedava quando foi denunciada pela primeira vez. Agora, deve arcar com uma multa de R$ 74 mil.
Moradores de Fortaleza contam como estão redescobrindo suas sacadas e lajes, a exemplo do que ocorre pelo Brasil . E não é só quem tem vista para o mar. Na reportagem do Diário do Nordeste, um dos entrevistados reflete: “Observar o fluxo dos carros, as motos. Reconhecer meus privilégios, como o de possuir uma casa, dentro de uma das cidades mais desiguais do país. Ajudar sempre que possível, pessoas que se encontram diretamente afetadas por essa desigualdade e estão em situação de rua. Acho que é isso que tem sido minha relação com a cidade através daqui”.
A Veja conta a história do Edifício Jacques Pilon, retrofit de um imóvel comercial de 1944 para um moderno residencial, com apartamentos entre 20m² e 42m², no centro de São Paulo. Belo exemplo de empreendimento que fez uso do conceito de newstalgia. Ou seja, o apreço pela nostalgia, a saudade de tempos passados, com as facilidades que a vida moderna oferece.
Mudar de casa e de cidade em meio à pandemia, com um bebê de 7 meses de idade. O Imobi compartilha a história da família de Mariana Braga, que vivenciou a experiência de “trocar de ninho” durante este tempo tão conturbado. Confira no portal do Imobi Report.
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