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Inovação no mercado imobiliário: fintech BCB oferece oportunidade de novas receitas para incorporadoras

Ao observar a necessidade de empreiteiros que precisavam de pequenos empréstimos para estruturar seus serviços e, assim, ter condições de oferecê-los para grandes construtoras, o engenheiro Tiago Campestrini percebeu ali uma oportunidade de negócio. Surgia, então, em meados de 2020, o projeto embrionário do que viria a ser a fintech BCB, que hoje oferece uma nova possibilidade de rentabilização para as incorporadoras. Trata-se de uma grande inovação no mercado imobiliário, que é serviço de criação e operacionalização de bancos próprios para construtoras, cujas receitas vão diretamente para o caixa dessas empresas. 

Pode parecer algo de difícil compreensão, mas Tiago pode explicar didaticamente como o serviço funciona: “Por meio do BCB, a gente desenvolve um aplicativo de banco para qualquer construtora que queira oferecer serviços financeiros a seus clientes e fornecedores. A operacionalização desse banco fica por nossa conta, mas as receitas que vêm dessa operação bancária ficam para a incorporadora, que também escolhe o nome do banco, o perfil do cliente que vai atender e quais serviços vai oferecer”. 

“É como um supermercado, mas em vez de comida, os produtos são serviços financeiros. Então, o cliente entra no aplicativo e encontra uma variedade de serviços, a depender do que o dono do ‘mercado’ quer oferecer”, completa o engenheiro. De acordo com ele, o investimento na criação desse banco próprio traz retorno imediato e lucro dentro de aproximadamente um ano, “o que é um prazo muito curto para a incorporação, se você pensar que um empreendimento demora pelo menos o dobro desse tempo”. 

Tiago Campestrini

O primeiro banco de construtora criado pelo BCB será lançado neste mês de junho e foi encomendado por uma incorporadora do segmento econômico que atua no Paraná. “Antes mesmo de lançarmos oficialmente o BCB, essa incorporadora já estava interessada no serviço, por entender que estava diante de uma ótima oportunidade de negócio. Para eles, desenvolvemos um aplicativo que oferece o adiantamento de recebíveis, que é uma grande demanda dos empreiteiros”, ressalta Tiago. 

Por meio de APIs abertas, o aplicativo encomendado pela incorporadora em questão poderá oferecer outros serviços no futuro, caso seja de interesse da construtora, assim como os demais aplicativos que já estão sendo desenvolvidos pelo BCB para outras incorporadoras, como serviços de facilitação do pagamento da entrega do imóvel e empréstimos para os colaboradores da empresa, por exemplo. “O ambiente de fintechs é muito profissional, pois o mercado financeiro está pelo menos vinte passos à frente do imobiliário no que se refere a tecnologia e inovação”, avalia o engenheiro, que tem ampla experiência no ecossistema de inovação, sendo fundador de outras startups que atuam no mercado imobiliário. A operação dos bancos criados por encomenda das incorporadoras, por sua vez, se dá por meio de uma parceria com o Bradesco. 

Vantagens para as incorporadoras

Além de agregar novas fontes de receita ao caixa das incorporadoras, a novidade também traz outras vantagens para essas empresas, como a redução de custos com despesas bancárias, pois todos os pagamentos da empresa podem ser feitos pelo seu próprio banco. “Por promover a inovação no mercado imobiliário, as incorporadoras que aderem à proposta também mostram que estão conectadas com as tendências mundiais do mercado financeiro. Em outros países, especialmente naqueles que são mais desenvolvidos, não existe esse cenário de concentração do marketshare em poucos players, como acontece no Brasil. Há uma grande variedade de bancos nichados, esse é o futuro”, destaca Tiago. 

Quanto mais nichados os bancos, maior sua capacidade de atender melhor os clientes, o que também acaba sendo uma vantagem competitiva para os aplicativos criados pelo BCB. “Bancos especializados na Construção Civil entendem muito melhor a realidade dos empreiteiros e, assim, podem oferecer melhores condições de empréstimos e financiamentos, por exemplo. Isso também acaba sendo uma vantagem para o cliente final, pois, ao estudar o mercado de fintechs, percebi que todos nós somos muito mal tratados pelos bancos porque eles são generalistas demais”, comenta Tiago. 

Além de tudo isso, outra vantagem para as construtoras que ele sempre destaca em seu pitch é o fato de elas não terem trabalho nenhum com esse serviço, que é operacionalizado pelo BCB. 

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