Se tudo der certo, torne-se corretora
Resumo
Elisa Tawil faz uma retrospectiva da carreira de corretor e corretora de imóveis e fala sobre sua paixão pelo mercado imobiliário.
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O avanço em direção à era da hiperconectividade e do 5G traz um importante debate acerca da corretagem imobiliária e sobre a relevância da figura dos corretores e corretoras de imóveis, debate que tem se intensificado nos últimos anos, especialmente pela necessidade de digitalização do setor.
Para entrar nesta discussão, faço aqui um pequeno retrospecto histórico.
É importante pontuar que a profissão de corretor de imóveis existe desde a fase colonial, quando famílias dos “senhores de engenho ou fazendeiros migravam para as principais cidades, onde seus filhos iriam estudar e suas filhas aprender os deveres de casa, pois naquela época acreditava-se que o destino da mulher era o ´bom casamento´” (fonte: Ibresp).
Em 1937 surgiu o primeiro sindicato da categoria, no Rio de Janeiro, e em 1942 o Ministério do Trabalho denominou a profissão como Corretores de Imóveis. Foi apenas em 1958 que as mulheres tiveram espaço nesta atuação e, de lá para cá, a presença feminina vem ganhando projeção e significativa representatividade.
É preciso compreender que o mercado imobiliário, por meio de suas principais empresas de desenvolvimento e comercialização imobiliária, tem uma importante responsabilidade no rumo que esta profissão assumiu nas últimas décadas.
Em resposta aos ápices nos ciclos do setor, com as altas demandas dos “booms imobiliários” e necessidade de rapidez no ritmo de vendas, as empresas assumiram um risco muito alto: recrutar pessoas inexperientes para o exercício da profissão.
Somada a urgência da velocidade de vendas à ignorância do setor quanto à necessidade de investimento na capacitação de qualidade destes profissionais, resultava o destino da profissão: sua marginalização.
Diversas empresas surgiram nos últimos anos procurando minimizar a atividade do profissional de corretagem imobiliária, visando diminuir seus ganhos e sua importância em um processo de negociação de compra, venda e locação.
Debates sobre o futuro da profissão são constantes entre os principais meios, influenciadores e empresas deste segmento e, em além disso tudo, o estigma de que a corretagem era o caminho escolhido por aquelas pessoas que “não deram certo na vida”.
É neste contexto que trago aqui o meu olhar sobre nosso mercado. Em primeiro lugar, precisamos considerar que vivemos no Brasil, um país que registra altíssimo índice de desemprego (14,7%) e tem um déficit habitacional de quase 6 milhões de moradias. Depois, temos que trazer à luz da consciência, nossa responsabilidade individual para elevar o perfil de atuação destes profissionais que possuem altíssimo potencial de remuneração num dos poucos mercados que cresceram em meio à maior pandemia do último século.
Além do contexto econômico do país, é fundamental compreendermos que a evolução tecnológica evoca o principal fator que nos distingue das máquinas: nossa humanidade.
Foi pensando nisso, especialmente durante o segundo semestre de 2020, que tomei uma importante e decisiva missão ao acompanhar o alto índice de desemprego em nosso país, especialmente entre as mulheres. Com base nas pesquisas que desenvolvo pelo movimento Mulheres do Imobiliário, sabendo do poder de influência que as mulheres exercem na decisão de compra de um imóvel e que elas valorizam mais os profissionais e empresas de comercialização, decidi criar um programa voltado às mulheres que foram impactadas, de alguma forma, pela pandemia. Nascia assim o Mulheres do Imobiliário Capacita.
Um programa que oferece bolsas de estudos gratuitas para o TTI (Técnico em Transações Imobiliárias) e mentorias complementares com conteúdos diversos para as mulheres que decidiram encontrar um novo caminho por meio da corretagem imobiliária. Também foi por conta deste programa que, em janeiro deste ano, fiz a minha matrícula como aluna no curso pela escola Ibrep, uma de nossas parcerias fundamentais para a execução do programa.
Saber o que essas mulheres estariam estudando e qual é a jornada para se tornar uma corretora de imóveis foi o que me moveu nos últimos meses, lado a lado com as inscritas no programa. “Walk the Talk” é o termo em inglês que representa o famoso “faça aquilo que você fala” e, para entrar no importante debate sobre o futuro da corretagem imobiliária, tenho o orgulho e a honra de dizer que desde o último dia 20 de agosto sou a mais nova corretora de imóveis com a certificação emitida pelo CRECISP.
Arquiteta, pós graduada em administração de empresas. Eleita LinkedIn Top Voices, primeira certificada Shakti Leader em São Paulo e membro do Tiara Resource Circle. Mentora e consultora estratégica de negócios, produtora e apresentadora do podcast Vieses Femininos. Conselheira da ONG Gaia +, colunista da Revista HSM Management, do Imobi Report e Exame Invest, executiva pela eXp Brasil. Idealizadora, co-fundadora e líder do movimento Mulheres do Imobiliário e corretora de imóveis.
Criar oportunidades para mulheres é a minha missão e com isso quero enviar esta mensagem para aquelas que investem em suas carreiras: se tudo der certo, tornem-se corretoras de imóveis.
Feliz dia dos corretores e corretoras de imóveis.
Idealizadora e co-fundadora do movimento Mulheres do Imobiliário, LinkedIn Top Voices, colunista no blog Revista HSM (Empresas Shakti), idealizadora e host do podcast Vieses Femininos.
Consultora estratégica para o Real Estate e mentora de negócios.
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