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Resultado das incorporadoras anima, mas Covid ainda preocupa
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Resultado das incorporadoras anima, mas Covid ainda preocupa

17 nov 2020
Redação Imobi
Redação Imobi
10 min
Resultado das incorporadoras anima, mas Covid ainda preocupa

Resumo

Entre as notícias de destaque na curadoria, temos o resultado animador das incorporadoras, start up de compra, venda e aluguel e muito mais.

Publicados na semana passada, os balanços trimestrais de MRV, Tecnisa e Rossi reforçam o diagnóstico de que o mercado imobiliário passa por sua melhor fase em muitos anos. A importância do setor para a economia brasileira foi, inclusive, reconhecida pelo diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso. Ainda assim, a pandemia no Brasil é motivo de preocupação para o futuro, principalmente devido à demora para se encontrar uma vacina para a doença. 

O principal destaque dos balanços foi a MRV, é claro. No terceiro trimestre deste ano, a incorporadora obteve receita líquida recorde de R$ 1,76 bilhão, o que representa um aumento de 12,2%, com um total de 12.183 apartamentos vendidos. No entanto, o lucro líquido da empresa caiu 1,6%, ficando em R$ 158 milhões. A incorporadora aposta nos resultados expressivos para expandir seus negócios não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos

No caso da Tecnisa, o principal avanço demonstrado pelo balanço da incorporadora foi a redução de seu prejuízo líquido em 32%, na comparação anual, ficando em R$ 35,4 milhões no terceiro trimestre. O resultado poderia ter sido melhor, não fossem o baixo volume de lançamentos e gastos imprevistos, em decorrência da proposta não-solicitada de integração dos negócios com a Gafisa. Para 2021, entretanto, a incorporadora demonstra otimismo com novos lançamentos – a meta é de R$ 1,2 bilhão a R$ 1,5 bilhão até o final do próximo ano. O caso da Rossi foi similar – a incorporadora reduziu seu prejuízo em 45%, ficando em R$ 77,6 milhões. 

Embora o negócio com a Tecnisa não tenha evoluído, a Gafisa continua com seus planos de expansão. Na semana passada, o Cade aprovou, sem restrições, a compra da totalidade das participações societárias detidas pela Calçada Empreendimentos Imobiliários pela incorporadora. 

Quem também apresentou resultados bastante positivos no terceiro trimestre foi a Trisul. Com aumento de 13% em comparação com o ano passado, o lucro líquido passou a R$ 48 milhões. 

A Cyrela apresentou crescimento semelhante no terceiro trimestre. A incorporadora registrou lucro líquido de R$ 1,4 bilhão, o que representa um aumento de 13,5% em comparação com o mesmo período de 2019. Impulsionado pelos ganhos com os IPOs das subsidiárias Lavvi, Cury e Plano & Plano, o resultado foi recorde na história da companhia. Os lançamentos da incorporadora também cresceram, registrando aumento de 46% em relação ao terceiro trimestre de 2019. A maioria deles, na cidade de São Paulo

A abertura de capital, contudo, não é unanimidade entre as incorporadoras. A Eztec, por exemplo, suspendeu o IPO da Ez Inc, em razão da alta volatilidade dos mercados brasileiro e internacional. Agora, a empresa está decidindo os rumos de sua operação com algumas possibilidades em vista. Ainda assim, a Eztec teve salto de 95,6% no lucro líquido no terceiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2019. 

Quem também está segurando a abertura de capital é a empresa de loteamentos residenciais Alphaville, que interrompeu seu IPO pela segunda vez, alegando “conjuntura de mercado desfavorável”. 

Apesar dos recordes de vendas de outras incorporadoras, o CEO da Vitacon, Alexandre Frankel, acredita que o sonho da casa própria está perto de seu fim. Para ele, a ideia de fazer um alto investimento para possuir um imóvel estaria perdendo a popularidade e abrindo espaço para a adoção de um modelo de moradia flexível. 

As vendas de imóveis novos, aliás, têm um grande desafio pela frente, com a alta dos materiais de construção. Algumas incorporadoras de alto padrão já preparam reajustes nos preços, mas as construtoras de imóveis populares buscam outras soluções para lidar com o problema. Por enquanto, a construção civil segue colhendo frutos, com alta de 30% no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano passado.


Imobiliárias

Dados do OLX mostram que a busca por imóveis para alugar subiu no terceiro trimestre. O maior aumento foi em Brasília (37%), seguida pela Bahia (35%), Rio de Janeiro (33%), Pernambuco e Minas Gerais (31%) e São Paulo e Paraná (18%).

E a discussão do IGP-M para ajuste do aluguel continua. No Seu Dinheiro, inquilinos contam como a crise acabou segurando seus aluguéis no mesmo valor por mais um ano. Proprietários estão negociando diretamente com seus inquilinos para não ter que recolocar o imóvel no mercado. Também na reportagem, a Lello conta como fez uma força-tarefa para entrar em contato com os proprietários e negociar o possível reajuste. Dos locatários que a enquete entrevistou, 35% abriram mão do reajuste, 42% propuseram um reajuste, mas por um valor menor do que o previsto no contrato, 18% reajustaram normalmente e 4% pediram reavaliação do contrato.

Na Jovem Pan, três dicas para o inquilino negociar o reajuste do aluguel com o proprietário: compare o valor do aluguel com o de vizinhos, reúna informações sobre sua renda e reforce ser bom pagador.

Na Exame, uma reportagem traz detalhes sobre a operação de duas startups do mercado imobiliário. A Arbo Imóveis faz uso de big data para oferecer uma plataforma de compra, venda e aluguel, além de atuar com marketplaces e anunciar em Google Ads, Instagram, entre outros. Já a Kenlo é um recém-criado marketplace de imóveis da inGaia, que oferece inteligência imobiliária, seguros e garantias, crédito imobiliário e, o mais novo produto, home equity.

No portal do Imobi, apresentamos 4 motivos para as imobiliárias investirem em gestão de dados: segurança para definir os investimentos em aquisição de leads; melhor performance nos canais de aquisição; direcionamento do setor ou profissional de captação para imóveis com maior liquidez e aumento da conversão em cada etapa do funil. 

A Roca Imóveis, imobiliária de São Carlos (SP), contou com o apoio da FC ANALISE Digital para melhorar a experiência de locação de seus clientes. No Imobi, contamos como a análise de crédito facilitada proporciona uma jornada mais curta e sem fricções. Frederico Oehlmeyer, diretor da Roca Imóveis: “Antes mesmo de o cliente escolher um imóvel, eu consigo apresentar seu cadastro aprovado e indicar o melhor caminho: você pode seguir sem garantia, ou você precisa de um colocatário para ser responsável financeiro junto com você, ou temos uma pré-aprovação de seguro fiança por determinado valor. Quando você fala para o cliente ‘Você já está aprovado. Vamos escolher o imóvel?’, dificilmente ele vai sair para procurar outra imobiliária. Pelo contrário, já aconteceu de clientes trazerem anúncios em portais de imóveis que gostaram para nós entrarmos em contato e negociarmos o aluguel”.

Também no Imobi, contamos sobre como o seguro fiança da Porto Seguro ajudou proprietários durante a quarentena, garantindo o pagamento de aluguéis, encargos mensais e danos ao imóvel.

Com impactos no turismo por conta da pandemia, a CVC está investindo em casas de temporada. Através da subsidiária VHC, já são 40 imóveis administrados em Gramado (RS), e a previsão é fechar o ano com mais propriedades em outras cidades, como Bombinhas (SC) e Praia do Forte (BA).

Na próxima semana, acontece a Black Friday, mas marcas vêm comemorando e oferecendo promoções durante todo o mês de novembro. No mercado imobiliário, o ZAP oferece o Best November: até 40% de desconto em imóveis selecionados.

Ainda sobre ZAP: Neofeed conta mais sobre os novos planos de Brian Requarth, fundador do Viva Real, após a aquisição do Grupo ZAP pela OLX. Requarth lança o Latitud, um hub de investimento para startups latinas.

Na última semana, a CUPOLA e o Vista CRM promoveram um webinar sobre compra de carteiras de locação. Foram tratados três assuntos principais: oportunidades ao comprar uma carteira de locação, fundamentos da análise de uma carteira e como evitar armadilhas e precificar corretamente uma carteira. O vídeo está disponível gratuitamente aqui.


Techs

O QuintoAndar anunciou, na semana passada, a compra da operação da startup SíndicoNet, especializada em serviços para condomínios. Com 20 anos de experiência na área, o SíndicoNet tem mais de 1 milhão de acessos por mês e terá seu potencial alavancado com a expertise do unicórnio. O valor da transação não foi divulgado. 

André Penha, cofundador do QuintoAndar, em entrevista para a Istoé Dinheiro: “ISTOÉ: As imobiliárias tradicionais estão condenadas ao fracasso? Vão se tornar como locadoras de vídeo ou agências bancárias? ANDRÉ: Locadora de vídeo, não. Agência bancária, talvez. Vão diminuir, mas continuarão a existir. Faz uns dois anos que não vou a uma agência bancária, nem uso dinheiro de papel. Compro pela internet. Mas muita gente precisa resolver coisas presencialmente. Então, as imobiliárias físicas terão seu lugar. Os dois cenários, o físico e o digital, continuarão existindo”.

Com a ascensão das startups imobiliárias, como o próprio QuintoAndar, a Terracotta Ventures está captando R$ 100 milhões para investir exclusivamente nas chamadas proptechs e construtechs até o final de 2021. O objetivo é fazer até seis investimentos por ano, selecionando entre mais de 700 startups que atuam na área e vêm se destacando no mercado. 

Quase três anos e uma pandemia depois de a 99 se tornar o primeiro unicórnio brasileiro, outras duas empresas que passaram pelas mãos de Florian Hagenbuch já podem ser consideradas “máfias” (termo comum no Vale do Silício para se referir a empreendedores e empresas gerados a partir de uma companhia), com novas levas de startups sendo criadas a partir de suas operações. São elas: Printi e Loft. Somadas, já contam com 12 novatas. 

Levantamento feito pela Squid e divulgado com exclusividade pela Exame aponta quais os melhores dias e horários para publicar no Instagram Stories. Especializada em marketing de influência, a empresa mapeou dados para diversos setores, inclusive a construção civil. 

Para 2021, o Airbnb estuda listar suas ações em uma nova plataforma de negociação para empresas comprometidas com valores ambientais, sociais e de governança corporativa. Enquanto isso, a empresa tenta lidar com novos problemas que surgiram com a pandemia. Após a interrupção temporária dos aluguéis de temporada devido à necessidade de isolamento social, o Airbnb tem sofrido com problemas que antes só eram sentidos pelas casas de festas. Com a redução da possibilidade de locais para festa, as casas alugadas pela plataforma têm servido para grandes confraternizações, com bagunça, consumo de drogas e outros inconvenientes. 


Mundo

A Associação Nacional de Corretores dos Estados Unidos lançou um relatório sobre o perfil de compradores e vendedores de imóveis em 2020. Os compradores têm um perfil bem definido: têm renda alta e estão financeiramente seguros, então não precisam se preocupar com a maior taxa de desemprego do país desde a Grande Depressão. Outro dado interessante na pesquisa é que 57% dessas compras foram nos chamados subúrbios.

Com a alta na demanda nos subúrbios, estes bairros mais afastados podem mudar de cara. Se, antes, subúrbios eram relacionados a famílias mais tradicionais, a chegada de jovens e pessoas urbanas faz com que as demandas locais mudem, o que pode impactar nas opções de lazer, quantidade de parques e mudança no comércio.

Na Inglaterra, o preço médio das casas bateu recorde em outubro, sendo 6% superior ao registrado em março. O mercado imobiliário do Reino Unido apresenta sinais de aquecimento, mas ainda há instabilidade econômica por conta da segunda onda de coronavírus no país.

Na Forbes, em inglês, 7 dicas para millennials que estejam passando pela jornada de compra de um imóvel pela primeira vez. Destaque para: confie em um corretor para orientá-lo na escolha. E ainda: avalie bem e previamente sua saúde financeira; faça as contas contemplando custos extras na compra de um imóvel; compre dentro das suas possibilidades; encontre o bairro certo, que se enquadra no seu estilo de vida; avalie a melhor opção de financiamento; não deixe a exuberância tirar o melhor de você: comprar uma casa é uma experiência emocional, mas que deve ser racionalmente processada.

E no Brasil? Se você ainda não viu, vale conferir esta reportagem sobre a relação da geração millennial com os imóveis, que publicamos aqui no Imobi.


Estamos de Olho

A Síntese dos Indicadores Sociais, divulgada pelo IBGE, aponta que um em cada cinco brasileiros mora em habitação precária: mais de três pessoas dividindo o mesmo quarto, casas de madeira, sem banheiro ou sem documento que comprove a posse. O levantamento foi realizado em 2019.

No último domingo, aconteceram as eleições municipais. No Imobi, explicamos como a eleição de prefeitos e vereadores influencia a definição do plano diretor de cada cidade e qual sua relação com o mercado imobiliário. Vale a leitura para saber mais sobre plano diretor e se preparar para o segundo turno, nas cidades onde o pleito ainda não está definido.

Principal capital onde haverá segundo turno, São Paulo tem como grande desafio o déficit habitacional. A Folha de S. Paulo traz uma longa reportagem sobre moradia na capital: traz dados sobre invasões, o futuro do minhocão, favelas e requalificação do centro da cidade.

O ArchDaily traz o case da Urban-X, uma aceleradora de startups de urbantech, ou tecnologia urbana. O programa de aceleração é mais curto, de apenas 6 meses, e tem foco em novas empresas que promovam melhorias urbanísticas para as cidades.

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