Quintal, sacada e escritório: o sonho da casa nova dos quarenteners
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Quanto mais tempo passamos em casa, mais dúvidas surgem em relação ao nosso cantinho. E uma série de pesquisas têm se debruçado sobre os novos desejos dos quarenteners: aqueles que estão passando muito tempo dentro de casa. O aumento na procura por imóveis com quintal foi de 96% em maio, na comparação com 2019. Já a busca por apartamentos com varanda cresceu ainda mais: 128%. Os dados são do Imovelweb.
Já uma pesquisa da Loft, feita em São Paulo e no Rio de Janeiro, aponta que 45% das pessoas estão de olho em imóveis maiores. E mais: 70% quer uma área para o home office. A cozinha volta a ser o coração da casa: 46% estão cozinhando e reconhecendo a importância deste ambiente. Sobre as impressões do mercado, 52% acreditam que o preço dos imóveis vai cair, ainda que 68% estejam com maior cautela para comprar ou vender imóveis.
A pesquisa também contemplou corretores: sete em cada dez estão otimistas com os rumos do mercado neste ano. Já 58% afirmaram ter aprendido uma nova maneira de trabalhar e 44% dizem ter notado mudanças nos desejos e demandas dos clientes para suas residências.
Falando na Loft, em entrevista ao Estadão, o CEO Mate Pencz conta sobre o “laboratório de ideias” no qual a startup se transformou ao longo da pandemia da Covid-19. Os números continuam muito próximos à primeira quinzena de março, pré-pandemia, já os serviços têm se diversificado bastante. Entre as novas propostas, agora a Loft reformará outros imóveis, que não sejam da sua carteira, além de permitir que o cliente reforme apenas alguns cômodos. Se parece ousado, saiba que a Loft também lançou uma modalidade de empréstimo com garantia e avalia lançar outro, sem garantia, que deve funcionar como um parcelamento das reformas. Entrevista completa aqui.
Com mais uma queda na Selic promovida pelo BC, fechando em 2,25% ao ano, a perspectiva é que os juros de financiamentos também caiam. O CEO da CrediHome, Bruno Gama, avalia que as taxas de empréstimo imobiliário possam ser reduzidas para a faixa entre 6,5% a 7%.
Esta queda reforça os imóveis como investimento seguro e de boa rentabilidade para aqueles mais conservadores, que têm dinheiro guardado em reservas como a poupança, que seguem em franca desvalorização. Na imprensa, pipocam dicas para investidores escolherem o imóvel certo…
…inclusive nos leilões. Segundo a Associação da Leiloaria Oficial do Brasil, houve um aumento de pelo menos 25% no número de disputas por imóveis neste ano. Há mais investidores procurando a opção – e mais bancos e incorporadoras que precisam liquidar seus ativos.
Na locação, a inadimplência continua sendo um problema. Uma pesquisa da Apsa aponta que Salvador apresentou inadimplência de 30%, Fortaleza 18%, Maceió e Recife, 15% e Rio de Janeiro, 10%.
Os acordos entre proprietários e inquilinos do QuintoAndar somam mais de R$ 15 milhões e foram frutos de negociações que oscilam de 5% a 90% do valor da dívida. O unicórnio oferece um chat dentro da plataforma para que proprietários e inquilinos negociem diretamente. E todo esse volume vem sendo mensurado pelo Negociômetro do QuintoAndar, que soma também adiantamentos de aluguéis, garantia de pagamentos em dia, parcelamentos e o fundo de crédito criado pelo unicórnio para corretores e fotógrafos parceiros.
Na locação comercial, a negociação de desconto no aluguel gira entre 30% e 50%. Para o segundo semestre, a expectativa não é boa. Segundo a consultoria imobiliária JLL, em São Paulo, a vacância de imóveis comerciais de alto padrão pode chegar a 23%, maior que a taxa observada no final de 2016, início da última recessão. Entre os clientes da carteira de prédios comerciais da JLL, 54% não têm previsão para voltar a trabalhar presencialmente e continuarão na modalidade remota.
Para as imobiliárias, seja no comercial ou residencial, a negociação dos aluguéis para combater a inadimplência e controlar rescisões é vital. Para apoiá-las neste processo, a CUPOLA lançou o “Imobiliária Blindada”, treinamento online com aulas ao vivo e tira-dúvidas. O conteúdo aborda princípios básicos da negociação com inquilinos e proprietários, Comunicação Não-Violenta aplicada aos aluguéis e informações para treinar e desenvolver equipes para negociações difíceis. As inscrições se encerram hoje às 19h.
Ontem começou o B2B Imobi Conference, uma das maiores conferências sobre transformação digital no mercado imobiliário. São mais de 20 palestras e, entre elas, Rodrigo Werneck, CEO da CUPOLA, trata sobre experiência do consumidor na sexta, às 11h. Ainda dá para se inscrever gratuitamente aqui.
Se você quer ficar por dentro das principais lives do mercado imobiliário, atualizamos todo mês no portal do Imobi uma lista com os principais eventos que estão rolando. É a mesma curadoria do Imobi que você conhece e confia a serviço de facilitar a sua agenda de acompanhamento das lives.
No portal do Imobi, trazemos a história do Bruno Filgueiras, consultor e estrategista em Captação da CUPOLAB, imobiliária laboratório da CUPOLA. A CUPOLAB é um laboratório de experimentação que se propõe a testar as inovações no imobiliário, com imóveis e clientes reais. Neste artigo, Bruno conta sobre seu desejo de empreender, suas mudanças na carreira e como se especializa a cada dia em captação e no mercado imobiliário.
Incorporadoras
Bastante aguardada pelas incorporadoras, a reabertura dos estandes revelou que eles não têm sido tão importantes assim. Ainda que muita gente aposte na retomada dessas atividades para alavancar o mercado novamente, um levantamento da Brasil Brokers mostra que somente 60% dos estandes voltaram a funcionar, após a autorização de reabertura em São Paulo. O fato de não haver uma corrida para a retomada das atividades nesses locais demonstra que muitas construtoras já chegaram à conclusão de que é possível lançar e vender imóveis pela internet.
Por outro lado, nem sempre pode-se contar com toda a tecnologia disponível. O uso do Sistema de Registro Eletrônico de Imóveis (SEI) para cobrança adicional aos emolumentos dos cartórios, por exemplo, está suspenso desde o dia 16 de maio. A medida é resultado de uma decisão liminar do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e preocupa as incorporadoras, que temem pelo fim da ferramenta.
Algumas incorporadoras já estão se adaptando para as novas demandas oriundas da quarentena, além da questão tecnológica. A Tecnisa, por exemplo, está preparando lançamentos que contemplem algumas dessas necessidades que comentamos no início desta edição, como mais espaço para home office.
Já a MRV estuda como melhorar a qualidade dos empreendimentos, por meio de novos materiais e processos construtivos. Para isso, a construtora montou um centro de pesquisa e desenvolvimento em Belo Horizonte, que receberá investimento de R$ 1 milhão nos próximos 36 meses.
Aliás, a MRV pode ser considerada case de sucesso na pandemia. Além de conseguir manter seus 30 mil colaboradores, após aderir ao movimento de não demissões, a construtora está até planejando novas contratações.
Por sua vez, o mercado de alto padrão segue forte em diversas cidades, como Curitiba. Juntas, três construtoras que atuam na capital paranaense somaram nada menos do que R$ 75 milhões em vendas no período de março a maio. Em São Paulo, o Grupo Athié Wohnrath aproveita o momento para lançar novos empreendimentos de alto padrão. A incorporadora é conhecida pelos projetos de arquitetura e interiores para diversos segmentos.
Enquanto isso, a Helbor apresentou lucro líquido de R$ 5,4 milhões no primeiro trimestre de 2020, revertendo parcialmente o prejuízo de R$ 39,2 milhões nos primeiros três meses de 2019. Especialistas afirmam que há motivos para apostar nas ações da construtora. Um deles é a localização dos terrenos em regiões “premium”, também na cidade de São Paulo.
Outras ações do mercado imobiliário também vêm sendo recomendadas por analistas. Isso acontece devido à demanda por apartamentos, alimentada pelo grande déficit habitacional do Brasil e pelos potenciais de ganhos. Entre elas, estão as ações da Eztec, Tecnisa, Tenda e, claro, a MRV.
O Big Data SmartBrain elaborou uma lista com os dez fundos imobiliários mais procurados no mês de maio. Já um levantamento do Yubb para o Valor Investe aponta que somente quatro fundos imobiliários tiveram valorização em 2020.
Techs
A proptech Mellro aposta na desintermediação com seguro-fiança. Na plataforma, usuários podem divulgar e procurar imóveis, além de gerenciar os pagamentos de aluguel, gratuitamente. O proprietário arca com a análise de crédito e o inquilino paga o seguro-fiança, embutido no valor do aluguel.
A Pontte, startup especializada em empréstimo com garantia de imóvel, viu o número de simulações na plataforma crescer 60% nos cinco primeiros meses do ano. Só em 2020, já foram 2,8 bilhões de solicitações de crédito.
A fintech Zoox lançou uma carteira digital cujo pagamento é liberado com reconhecimento facial. A solução deverá chegar ao mercado ainda neste ano e prevê o pagamento por selfie em estabelecimentos físicos.
Para o G1, a WeWork confirmou que encerrou a operação de dois prédios no Rio de Janeiro e abortou o lançamento de um novo escritório em São Paulo.
Mundo
Quais as principais adaptações no mercado imobiliário durante a pandemia? A Forbes fez uma lista com as três principais mudanças que atingiram o setor, com base em dados do Departamento de Saúde Pública e Relações Industriais da Califórnia. São eles: novos documentos para compra de um imóvel; juros baixos para financiamento; e menor volume de propriedades à venda, devido ao receio dos vendedores.
Na Argentina, o impacto da pandemia foi outro. Como muitos inquilinos tiveram dificuldades para pagar o aluguel – somente neste mês de junho, a estimativa é de que 49% não sejam capazes de fazê-lo – o país criou uma nova Lei de Aluguel, que tornou o país pioneiro na América Latina ao implementar uma legislação de proteção aos inquilinos.
A pandemia de coronavírus também está trazendo muitas mudanças para a arquitetura, assim como já aconteceu em outros momentos de crise sanitária. É exemplo disto a ascensão do modernismo devido à expansão da tuberculose, na primeira metade do Século XX. No entanto, agora os desafios são outros. A revista The New Yorker mostra que, ao contrário da arquitetura modernista, que pregava a valorização de espaços vazios e arejados, agora residências e estabelecimentos comerciais terão de se adaptar a uma nova realidade, com mais paredes, capazes de isolar áreas contaminadas pelo vírus e impedir sua livre circulação. (inglês)
Há espaço até mesmo para soluções inusitadas nesta pandemia. De acordo com reportagem especial do UOL, um bunker anti-atômico nos Estados Unidos virou sonho de consumo de milionários. O antigo silo de míssil nuclear foi transformado em condomínio de alto padrão e ganhou a fama de ser um imóvel à prova de Covid-19.
Enquanto ricaços procuram até bunker, há quem se contente apenas com uma tiny house. Para moradores de rua, até mesmo espaços com área interna de apenas 14,7 m² são um luxo. Esta é a solução oferecida a pessoas de baixa renda pelo Emerald Village Eugene (EVE), uma comunidade de micro-habitações no Estado de Oregon, nos Estados Unidos.
Estamos de olho
O jurista Sylvio Capanema, especialista em Direito Imobiliário e mais conhecido por ter sido o autor da Lei do Inquilinato, faleceu aos 82 anos, vítima da Covid-19.
Se, em 2008, a crise mundial refletiu no Brasil como uma “marolinha”, a crise atual equivale a uma “ressaca” mesmo. Segundo análise do FMI, 90% dos países passarão pela crise da Covid-19 melhor do que o Brasil. Para especialistas, o momento que vivemos evidenciará a desigualdade no país.
Nos destinos turísticos superlotados, moradores estão curtindo (e vivendo) suas próprias cidades. Paris, Roma, Amsterdã são exemplos de cidades que vivem o complexo do overturismo: dependem economicamente do turismo, mas a quantidade alta de visitantes desgasta as cidades e traz problemas para os moradores, como a gentrificação.
Ainda sobre turismo, o Airbnb segue apostando nas estadias de longa duração. E longa duração, para a plataforma, significa mais de 28 dias. Para o Estadão, Leonardo Tristão, diretor geral do Airbnb no Brasil, afirma que “mais de 80% dos anfitriões aceitam reservas de longa duração”. Tristão também aponta três tendências que podem ser observadas no mundo todo, inclusive no Brasil: ascensão do turismo doméstico ultralocal; descentralização do turismo; e maior atenção com questões de higiene e limpeza, claro.
Tudo certo! Continue acompanhando os nossos conteúdos.
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