Quais hacks de venda podem facilitar negociações após o período eleitoral?
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Anos eleitorais são naturalmente carregados de incertezas. Dúvidas para antever cenários, planos de governo superficiais e gastos erráticos do Executivo resumem o panorama, especialmente quando está em jogo a Presidência da República. Na conjuntura atual, o acréscimo da mais alta polarização já enfrentada desde a redemocratização potencializou essas questões.
Quando associamos esses fatores ao mercado imobiliário, o impacto é expressivo. Afinal, proprietários de imóveis, compradores e investidores podem ter opiniões divergentes sobre o momento mais adequado para fazer negócios na atual esfera econômica e política, pensando nos rumos que a vitória de um lado ou de outro pode trazer aos negócios. Agora que a incerteza já passou, com a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o momento é de virar a chave e pensar na argumentação de vendas e investimentos.
Pensando nisso, o Imobi Report conversou com especialistas de diferentes localidades do Brasil para oferecer uma visão mais ampla do mercado e elencar os argumentos que poderão ser utilizados para convencer os players a manter o mercado aquecido neste período pós-eleitoral. Confira abaixo.
1. O cenário político e econômico é menos instável do que se imagina
Um forte argumento a repassar aos compradores é que, atualmente, o cenário econômico brasileiro é sólido o suficiente para não sofrer impacto expressivo diante de uma mudança de governo, na opinião de Tiago Borba, diretor comercial da Foco Empreendimentos, imobiliária atuante em Sorriso (MT), uma das capitais do agronegócio do Brasil.
“Não vemos como possível um governo entrar e mudar as coisas de forma drástica ou ruim para o consumidor. Independentemente de quem assumir o poder, não é simplesmente entrar mexendo na regulamentação. Em um primeiro momento, eu desacredito de grandes mudanças”, diz o diretor.
O argumento resiste também no Sul e Sudeste do Brasil. Para Mario Guaranha, gerente geral de Vendas da Auxiliadora Predial/Neon Imóveis, a resiliência do mercado contribui para a manutenção dessa visão. “Apesar dos ciclos econômicos enfrentados no Brasil, no médio e longo prazo a compra sempre tende a ser um excelente negócio porque traz crescimento patrimonial e segurança ao consumidor”, diz ele.
Sediada em Porto Alegre (RS), a Auxiliadora Predial atua com foco no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e no ABC Paulista e tem VGV de R$ 1,3 bilhão previsto para 2022. Para o gerente geral, a oscilação política fez com que a imobiliária tivesse que ser mais criativa, mas ainda assim, o projeto de expansão foi mantido.
2. O imóvel é e sempre será uma moeda forte
Sob a mesma tese da segurança patrimonial, Armando Nogueira, CEO da Nogueira Corretores de Imóveis, de Recife (PE), comenta que em períodos de incerteza como o pós-eleitoral, é importante mostrar ao consumidor que o investimento em imóveis é, historicamente, forte em qualquer contexto.
“Mesmo em um cenário instável, o imóvel sempre será uma forma de proteger o patrimônio e o capital do cidadão comum. Ele segue como um excelente investimento, porque conta com histórico de segurança e resguarda o indivíduo em períodos como esse”, afirma Nogueira.
Neste mesmo sentido, o diretor da Auxiliadora Predial lembra que recentemente o mercado enfrentou uma grande transformação, durante o período de pandemia.
“O mercado imobiliário vem se demonstrando sólido, apesar de todos os ciclos econômicos. Acabamos de passar por um período de pandemia e tivemos recordes históricos em todo o Brasil no que diz respeito à venda de imóveis nos diversos nichos, especialmente no mercado de lançamentos e alto padrão”, lembra Mario Guaranha.
3. Tendência de valorização imobiliária para os próximos anos
Outro argumento relevante neste cenário é de que há uma expectativa compartilhada pelos especialistas das diferentes regiões do Brasil de uma provável valorização imobiliária para os próximos anos.
“O período eleitoral, principalmente no mês da eleição, historicamente provoca um efeito ambíguo no mercado. Alguns consumidores preferem, por questões de segurança, garantir o quanto antes a sua aquisição. Por outro lado, outros consumidores preferem aguardar a definição dos cargos executivos para a tomada de decisão”, ressalta Guaranha. Apesar disso, o gerente da Auxiliadora afirma que, de forma geral, os clientes continuam negociando e buscando imóveis, o que é positivo para o mercado imobiliário.
O impacto do período eleitoral tem sido menor do que o previsto
Borba ressalta que o primeiro semestre de 2022 foi carregado por uma visão de que a operação deveria ser acelerada, adiantando o máximo das vendas possíveis, já prevendo um período eleitoral conflitante. Com a chegada dele, no entanto, foi notado um impacto muito menor do que o previsto.
Ainda assim, o cenário político e econômico traz forte influência e é necessário aguardar a definição das políticas públicas do governo Lula e seus impactos no setor imobiliário para projetar os argumentos e os próximos passos com 100% de exatidão nas próximas semanas e meses.
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