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Para novo consumidor, imóvel deixa de ser bem para ser serviço
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Para novo consumidor, imóvel deixa de ser bem para ser serviço

05 fev 2020
Última atualização: 04 fevereiro 2020
Redação Imobi
Redação Imobi
7 min
Para novo consumidor, imóvel deixa de ser bem para ser serviço

A VEJA publicou uma matéria sobre o conceito de imóvel como serviço. Mais especificamente, fala sobre como o sonho da casa própria pode estar longe dos millennials, tanto por questões financeiras como por características de consumo desta geração. Esta ideia não é necessariamente nova para quem respira o mercado imobiliário, mas ao estampar mais matérias na imprensa, começa a se difundir entre os consumidores.

Na reportagem, o presidente da Abrainc, Luiz Antonio França, afirma: “A dinâmica na vida das pessoas está mais intensa. O consumidor quer que a comida chegue a ele. Ele não tem tempo mais de se deslocar até ela. Toda essa modernização, essa mudança de comportamento, vai ser aplicada aos imóveis.” Três grandes incorporadoras e suas apostas no aluguel são citadas: MRV, Cyrela e Vitacon. Todas figurinhas carimbadas aqui no Imobi.

Relacionada a este movimento, a startup Yuka se apresenta como novidade ao englobar duas tendências: iRenter + coliving. As duas expressões em inglês significam, respectivamente, instant renter (locatário instantâneo) e co-morar (duas pessoas que dividem o mesmo imóvel, com seus espaços individuais e dividindo espaços comuns). Atuando na capital paulista, o serviço funciona assim: a Yuka administra apartamentos grandes e bem localizados. Então, divide os apartamentos pelo número de quartos e os aluga individualmente para um público entre 20 e 35 anos, incluindo no serviço o aluguel, condomínio, limpeza semanal, contas da casa e IPTU.

Além de locar imóveis, a startup também os compra e, neste ano, está negociando um fundo imobiliário pelo Itaú para adquirir prédios inteiros. Uma espécie de WeWork dos imóveis residenciais.

Falando em startups gringas, a inspiração da Yuka foi a Ziroom, uma plataforma chinesa que já tem mais de um milhão de imóveis na carteira. É também o primeiro unicórnio imobiliário do país.

Já a americana Divvy Homes transforma inquilinos em proprietários. A partir de um pré-cadastro, um sistema próprio de análise avalia o perfil e disponibiliza um limite de financiamento ao cliente. Ele então recebe uma seleção de propriedades dentro da sua capacidade e, quando selecionado, a Divvy compra o imóvel. Pelos três anos seguintes à aquisição, a startup aluga este imóvel para o inquilino, mas uma parte do aluguel mensal é destinado para a compra deste mesmo imóvel. Depois desse período, ele pode desistir da compra e receber este valor extra de volta ou escolher um banco para hipotecar o restante do valor. Normalmente, a porcentagem paga para a plataforma equivale a cerca de 10% do valor do imóvel.

Aqui no Brasil, uma empresa que expande seus negócios em locação é a Apsa. Originalmente trabalhando com gestão condominial, a empresa lançou duas plataformas: a Alugue Rápido e o Click Alugue – para inquilinos e proprietários, respectivamente. 16% do faturamento do grupo já provém de aluguéis.


Incorporadoras

No podcast Construcast, o primeiro entrevistado de 2020 foi o CEO da Tecverde, Caio Bonatto. A startup de construção modular produz 3.500 casas por ano. “Nossa ideia era tornar o setor da construção civil mais industrializado e sustentável, mas com uma pegada tecnológica”, comenta Bonatto. O podcast completo está disponível.

A MRV iniciou vendas totalmente online em Belo Horizonte. Com a nova plataforma, pretende desburocratizar os processos de aquisição de imóveis, possibilitando que os clientes e a incorporadora realizem de forma rápida processos relacionados à escolha do imóvel, documentação, análise de crédito e assinatura de contrato. Tudo em apenas uma hora. A construtora já investiu cerca de R$ 250 milhões em soluções para otimizar os processos de compra e venda de imóveis. 

Com essa novidade, as ações da MRV saltaram até 7%. A alta se deu após a divulgação da primeira venda realizada pela plataforma. As ações da MRV na Bolsa variaram de 4,67% a 7,16%. 

“Estamos recuperando nossa posição do passado”, disse Elie Horn, fundador e presidente do conselho de administração da Cyrela, em entrevista ao Valor Econômico. Segundo ele, a empresa viverá um ano de expansão e promete atuar em todos os segmentos do mercado imobiliário, seja nos padrões médio, alto e no MCMV. Em 2019, o VGV lançado pela Cyrela aumentou 35%, para quase R$ 6,8 bilhões.

“Juros imobiliários não têm mais espaço para cair”, avalia a presidente da Abecip, Cristiane Portella, em entrevista para a Exame. Devido à acirrada disputa entre os bancos por taxas mais baixas, após intensa queda da Selic para 4,5% em 2019, ela avalia que os juros já atingiram o seu piso. Ou estão muito perto dele. “Podem acontecer novas reduções, mas nada na magnitude do que vimos até aqui”, explica. 

Proprietários de imóveis na Praia de Maresias, em SP, se mobilizam contra obras do MCMV. O projeto da Prefeitura de São Sebastião buscava construir um conjunto com 220 unidades habitacionais na região. Mas um grupo de moradores, representados pela Sociedade dos Amigos de Maresia (Somar), argumenta que o bairro não possui estrutura de saneamento para receber mais famílias na região e teme a desvalorização dos imóveis. Um abaixo assinado contra as obras já foi iniciado e possui até o momento 1.700 assinaturas. A disputa envolve até mesmo o chefe da Secom, Fabio Wajngarten, proprietário de uma residência no local, que prometeu acompanhar a situação junto ao governo federal. A área escolhida para o empreendimento fica a poucos quarteirões da praia.


Tecnologia

A Home Hero é uma startup que mal nasceu e já movimentou R$ 10 milhões em reformas de apartamentos. A plataforma centraliza as etapas e serviços envolvendo uma obra, desde o projeto até a execução. O interessado pode tanto escolher entre os arquitetos da startup, como também inserir um projeto e contratar a mão de obra. Além da conexão com os profissionais, a Home Hero oferece garantias: caso a obra atrase ou tenha custo mais alto que o orçamento original, a startup compromete-se a pagar uma multa.

Além de bancar a dívida, o Softbank está mexendo pauzinhos para ajudar a WeWork a se restabelecer. A investidora estaria incentivando suas outras startups a colaborar e usar escritórios que são da WeWork. Aqui no Brasil, o novo prédio do QuintoAndar é gerenciado pela plataforma. Nos EUA, a Gympass e a Compass estão nos escritórios da startup. As três são investidas pela Softbank.


Mundo

Desde que o ano começou, Portugal discute os vistos gold. Com estes, estrangeiros podem comprar a cidadania no país. Uma das formas é através de imóveis, que garantem o visto desde que custem mais de 500 mil euros, ou R$ 2 milhões. A prática acaba sendo um dos motivos do aumento nos valores de imóveis no país. Só em 2019, a escalada foi de 13,3%, superando 2 mil euros o m². Para o ministro das Infraestruturas e da Habitação do país, “os preços praticados no mercado imobiliário em Lisboa e no Porto são um crime de lesa-pátria”. Uma das propostas para resolver o problema sem acabar com o programa é limitar os vistos gold para municípios no interior.

Em 2019, comentamos aqui no Imobi que Berlim estava procurando saídas para lidar com o aumento dos aluguéis e, entre elas, foi sugerido o controle dos valores por cinco anos. Agora em janeiro, a proposta foi aprovada. O congelamento deve ser aplicado a mais de 1,5 milhão de casas e é de 1,3%, relativo à inflação. Há exceção para edifícios de habitação social e casas construídas a partir de 2014.

A discussão ainda é quente no país. Especialistas contrários à estratégia afirmam que a ação pode desestimular incorporadores e investidores que pensem em construir na capital alemã.


Estamos de Olho

A Folha de S. Paulo contou a história de alguns bairros de São Paulo e seus moradores. A começar pelo centro da capital, que tem ruas como a Epitácio Pessoa, observa-se um movimento de reaquecimento do comércio, de mais movimento e aumento da segurança. Conta, ainda, a história de outros bairros como a Mooca, onde os antigos moradores têm que se adaptar aos novos. Vale a leitura.

Também na capital paulista, donos de restaurantes aproveitam seus imóveis com puxadinhos e spin-offs. O grupo Cia. Tradicional do Comércio trabalha com o formato desde 2009, quando lançou o bar SubAstor no subsolo do bar Astor. Tem, também, o Câmara Fria, que fica no andar de cima do tradicional Original. Além de aproveitar o espaço físico dos imóveis, as marcas vendem os novos ambientes como “speakeasy”. A expressão, que significa “fale baixo”, refere-se aos bares secretos da época da Lei Seca americana.

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