Os icônicos e a memória da cidade
Resumo
Luciano Rodrigues e Karen Siqueira, sócios da Refúgios Urbanos, compartilham a experiência de dois tours guiados pela cidade de São Paulo.
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Durante a DW! 2023, a Refúgios Urbanos promoveu dois tours guiados pela cidade de São Paulo: um pela Avenida Paulista e outro pelo Minhocão. Os passeios foram mais uma oportunidade de percebermos que prédios são a própria memória da cidade, as referências de estilos arquitetônicos que São Paulo já percorreu. Sempre ouvimos comentários saudosistas nas visitas, como “não se fazem mais imóveis como antigamente”.
Se pudermos definir os prédios icônicos de alguma forma, podemos dizer que são verdadeiras joias que se destacam na paisagem de São Paulo, carregando a assinatura de grandes arquitetos ou engenheiros responsáveis por uma composição de formas, cores e texturas únicas.
Nós da Refúgios Urbanos, como apaixonados por São Paulo e amantes da boa arquitetura, quando publicamos um imóvel, focamos em mostrar muito além da área, números de quartos e vagas, mas também o que os tornam uma oportunidade única para nossos clientes amigos que estão em busca de um novo lar. Inclusive, nosso principal desafio é apresentar essas joias, pois só fotos não são suficientes para mostrar com paixão tudo o que queremos, toda a história agregada que possuem.
Os icônicos não costumam agradar a todos os públicos por se tratarem, na maioria das vezes, de prédios que têm mais de 50 anos. Há quem veja esses imóveis antigos com maus olhos, achando que eles estão mais fragilizados pela idade, mas a verdade é que, muitas vezes, é o contrário. A construção é tão boa e consolidada que, com uma boa manutenção, estes imóveis ficam ainda mais incríveis.
Com o tempo, estamos deixando para trás apartamentos maiores e nos acostumando a morar em espaços cada vez menores. A arquitetura de antigamente é a oportunidade de morar em espaços maiores, mais iluminados e ventilados. Também é comum encontrar prédios mais simpáticos com a cidade, bem recuados, criando jardins que um dia já foram inclusive extensões das calçadas.
A cidade é um organismo vivo, feito de memórias e do presente. Precisamos dar visibilidade no mercado de compra e venda para os diversos movimentos arquitetônicos que encontramos na cidade para garantir sua manutenção e preservação, ou criaremos sombras e fantasmas por toda parte. Assim contribuímos para uma cidade mais sustentável, plural e democrática.
Por Luciano Rodrigues e Karen Siqueira, sócios da Refúgios Urbanos
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