Mercado imobiliário trava liberação de FGTS pelo Governo Bolsonaro
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O governo de Jair Bolsonaro queria liberar o saque das contas ativas do FGTS para a população. Logo após o anúncio, as ações do setor imobiliário caíram imediatamente, segundo o índice do setor imobiliário da B3 (IMOB). As construtoras MRV e Tenda tiveram queda de 1,18% e 1,45%, respectivamente. E os líderes dessas empresas foram a campo.
As construtoras temem a falta de dinheiro para o MCMV, pois muitos brasileiros usam o FGTS como entrada para comprar um imóvel. O medo do setor imobiliário é que, com a liberação do fundo, a venda de imóveis diminua. Para o InfoMoney, o presidente da Abrainc, Luis Antonio França, disse que “colocar a mão no FGTS é um problema. O governo mudar as regras mata o mercado”.
Muita coisa aconteceu desde o dia 17 de julho, quando começaram a circular as primeiras notícias sobre a possibilidade de liberar o FGTS. Representantes do setor imobiliário, que não foram previamente consultados, não gostaram da ideia e logo em seguida o governo disse que compensaria a construção civil. “Eles disseram que vão liberar recursos de um lado, mas compensar de outro. Ainda não sei detalhes, mas tivemos o compromisso de que os recursos para financiamento da casa própria não serão afetados”, afirmou José Carlos Martins, presidente da CBIC, para o jornal O Globo.
Então, a CBIC foi conversar com Onyx Lorenzoni, ministro da Casa Civil, enquanto o dono da MRV, Rubens Menin, e o presidente-executivo da Direcional Engenharia, Ricardo Valadares Gontijo, foram diretamente falar com Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto. A conversa, que ocorreu fora da agenda oficial do presidente, tranquilizou Rubens, que afirmou que “o que eles estão fazendo vai dar certo, ficamos tranquilos e aprovamos”. (Estadão).
No fim das contas, o governo voltou atrás na decisão, mais uma vez… A previsão era anunciar oficialmente a liberação do FGTS no dia 18, mas horas antes Onyx adiou para a próxima semana a discussão, afirmando que o Ministério da Economia precisa conversar com o setor da construção civil antes de tomar uma decisão.
No dia seguinte, a CAIXA anunciou que lançará um modelo de financiamento habitacional com taxa menor que a cobrada em habitação popular. A intenção é substituir a Taxa Referencial pelo IPCA e, se o Banco Central aprovar, os juros para o tomador do financiamento podem cair entre 28% e 31,5%. Após a veiculação desta notícia, que deve ser apresentada em detalhes nesta semana, as ações das construtoras aumentaram: Cyrela e MRV tiveram alta de mais de 1%.
O Café da Manhã, podcast do jornal Folha de S. Paulo, falou sobre a ascensão e queda das empreiteiras brasileiras. Desde o início da Operação Lava Jato, há cinco anos, vários empresários e políticos foram presos.
“O cartel das empreiteiras tinha 16 empresas. Hoje, mais da metade está com algum tipo de negociação na justiça, o que é um número considerável. Isso se deve à Lava Jato e também à crise econômica. Mas seguramente se não tivesse a Lava Jato, essas empresas não estariam na crise de reputação que elas enfrentam hoje”, explicou Julio Wiziack, repórter da Folha
Em junho, a Odebrecht protocolou o maior pedido de recuperação judicial da história no Brasil. Durante um evento realizado pela BandNews para empresários brasileiros, o presidente do grupo Rede Bandeirantes, Johnny Saad, criticou a operação Lava Jato, dizendo que “antes de você prender uma pessoa, investigue, busque provas, comprove aquilo e depois você prende. Senão você vai destruindo carreiras, profissões, nomes, empresas, setores”.
A construtora Triunfo também entrou com pedido de recuperação judicial. A empresa está com uma dívida de R$ 480 milhões de reais. “Entramos com o pedido por causa da retração do mercado de construção civil e da restrição de crédito por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social”, afirma João Villar Garcia, controlador da TPI, em entrevista para a Exame.
Enquanto algumas empresas entram com o pedido, a OAS deve sair em breve da recuperação judicial, segundo fontes ligadas à empresa. A informação foi dada pelo jornal O Globo.
INVESTIMENTOS
Os fundos imobiliários brasileiros cresceram 27% em maio, em comparação ao mesmo mês de 2018.
Brasileiros que querem diversificar seus investimentos encontram um caminho no mercado imobiliário americano. Esta reportagem do Estadão traz dois exemplos: adquirir imóveis para alugar ou o chamado Flipping Houses, que consiste em comprar um imóvel desvalorizado, reformá-lo e revendê-lo com uma margem de lucro que pode chegar a 30%.
A Infomoney trouxe avaliações majoritariamente positivas de analistas em relação às prévias operacionais da Cyrela, MRV e EzTec. Todas registraram alta.
A Eleven Financial, para a Valor Investe, fez uma análise favorável em relação aos números operacionais do segundo trimestre de construtoras e incorporadoras. Para a empresa de análises financeiras, o principal sinal de recuperação econômica é a queda no volume de distratos.
VENDAS
A lei dos distratos completou 6 meses em vigor. Para os analistas do Jota, a lei protege tanto as incorporadoras, quanto os novos proprietários. Isso pois deixa claro as responsabilidades e consequências de ambos no caso de não conseguir entregá-lo no prazo, no caso de quem constrói, ou desistir da compra de um novo imóvel, no caso do consumidor final.
A MRV pretende aumentar, em três anos, 30% da sua participação em lançamentos de SBPE. Faz parte de sua ofensiva para ampliar a presença na classe média.
A economia da experiência mostra que as pessoas consomem mais e melhor por se identificarem com a marca e com a experiência ofertada por ela. E a experiência começa no site, no comércio online, mas também abrange o espaço físico. Marcas estão investindo cada dia mais em experiências imersivas e eventos.
Esta construtora em São Paulo, por exemplo, transformou seu estande de vendas em um espaço para a família. Localizada no Boa Vista, estão programadas oficinas e atividades para crianças em todos os finais de semana, além de um festival gastronômico com fondue, caldos, chás, sucos e outros lanchinhos.
Em Belo Horizonte, a Câmara deverá votar um projeto de lei que autoriza a venda de mais de 40 imóveis na cidade.
ALUGUEL
Para alugar imóveis com mais facilidade e rapidez, a startup QuintoAndar estudou o mercado, avaliou o que os brasileiros buscam na hora de alugar e criou o projeto Originals. A ideia é colocar os imóveis dentro do padrão esperado por quem aluga. Para fazer parte do projeto é necessário que o imóvel já esteja no padrão exigido pela startup ou que o proprietário aceite as mudanças e reformas sugeridas pelo QuintoAndar.
O piloto está funcionando há dois meses, em São Paulo. O Originals realiza três tipos de reformas: básica, onde é feita a revisão de pisos, pintura e reparos; intermediária, com a inclusão de eletrodomésticos de boa qualidade, e a reforma ideal, em que todo o apartamento é mobiliado. A ação da startup foi inspirada na Netflix, que “estuda seus dados sobre o que as pessoas veem. Com base nisso, criou seu próprio conteúdo original. Fizemos o mesmo com informações sobre o que as pessoas alugam ou não”, explica Marcus Andrade, diretor da Originals, em entrevista para a Exame.
Uma dificuldade de muitas pessoas é encontrar uma vaga de garagem. O Unpark é um aplicativo que permite que os usuários busquem vagas de garagem, para estacionar com segurança e por um preço mais em conta. O interessado em colocar a vaga do seu condomínio para locação precisa se cadastrar no app e a empresa cobra um percentual que varia de 15% a 25%. Quem estipula o valor da locação é o Unpark, que avalia a localização e concorrência do espaço.
Responsável por popularizar o coworking, entre março de 2018 a março de 2019 a startup WeWork perdeu US$ 219 mil por hora, segundo o Financial Times. Mesmo com a perda, a empresa é avaliada em US$ 47 bilhões. O valor se deve ao fato dos investidores estarem aplicando dinheiro na startup. A Softbank, por exemplo, investiu US$ 3 bilhões no ano passado.
O Facebook está sendo acusado por um governador americano de permitir que seus locatários quebrem a lei no país. Para o governador, permitir que os proprietários filtrem para quais inquilinos vão anunciar seus imóveis vai contra as legislação local. Esta proíbe que o proprietário escolha seu inquilino baseado em raça, religião, gênero, entre outros.
TRENDS
Sonder é a maior concorrente da Airbnb, com imóveis na América do Norte e na Europa. E está crescendo agressivamente. Não só é um novo unicórnio, como contratou a antiga CFO da concorrente, Laurence Tosi, para assumir a diretoria.
Mas a Airbnb não se abala e amplia seus projetos. Em parceria com uma incorporadora americana, lançou o projeto Natiivo: são novos imóveis para serem vendidos para quem quer investir em aluguéis de curta duração. Os apartamentos são construídos com estrutura pensada para que os interessados possam adquirir e alugar com o Airbnb. O primeiro lançamento está previsto para Austin, em 2021, e o segundo em Miami, em 2022.
Uma startup paranaense consegue construir uma casa popular em 63 horas. Com a premissa de automatizar a construção civil assim como carros são construídos, dois terços da construção são feitos em fábrica. Além de mais rápida e barata, a tecnologia é sustentável e reduz em 85% a geração de resíduos.
Incorporadoras chinesas estão à frente em edifícios inteligentes. Em 2017, 36% do investimento em proptechs veio do país. O uso de internet das coisas, inteligência artificial, gestão de dados e reconhecimento facial no mercado imobiliário comercial e residencial continua crescendo.
PESSOAS
No Rio de Janeiro, 63% das compradores de imóveis são mulheres, segundo uma pesquisa feita pela RJZ Cyrela. No Brasil, 35% das vendas de consórcios de imóveis também foram feitas para o público feminino, de acordo com a Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios).
Para o jornal O Globo, o presidente da Abrainc, Luiz França, disse que “a participação feminina na economia brasileira é muito grande hoje, seja qual for seu estado civil. Elas passaram a ser grandes consumidoras de vários mercados, e um deles é o imobiliário. Há um expressivo número de mulheres comprando imóveis sozinhas”.
Em Natal, a Câmara Municipal aprovou uma lei que permite que casais homoafetivos se inscrevam nos programas habitacionais do município.
Moradores que vivem próximos do Minhocão, em SP, entraram na Justiça pedindo a retirada dos jardins verticais dos prédios, pois os gastos com água aumentaram e, além disso, apareceram gafanhotos e grilos. Os murais foram instalados pela Prefeitura de SP em parceria com a iniciativa privada. A Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente afirmou que vai retirar os jardins dos prédios que não querem mantê-los.
AGENDA
No dia 1º de agosto, em Curitiba, acontece o evento Faz Parceria Boa. Promovido pela Beemob, serão sete palestrantes que irão discutir tendências e estratégias que incentivam e cultivam as parcerias imobiliárias. Assinantes do ImobiReport têm 15% de desconto. Basta acessar http://bit.ly/CupolaFazParceriaBoa
MUNDO
Se a alta dos preços imobiliários está se tornando um problema mundial, o que os governos podem fazer a respeito? Esta foi a pergunta feita para especialistas financeiros do Financial Times, neste vídeo. Spoiler: apesar de discutirem o assunto, eles não trazem a resposta, uma vez que o tema é bem complexo. Mas há um consenso: é preciso construir mais casas para as pessoas morarem.
De acordo com a Bloomberg Economics, os países com mais chances de entrarem em uma bolha imobiliária são Canadá e Nova Zelândia. Para chegar a esta conclusão, foram comparados os preços de imóveis para vender, para alugar, além de preços ajustados pela inflação e crédito imobiliário.
A Ikea fechou uma parceria com o município de Worthing, na Inglaterra, para construir residências modulares e acessíveis. São 162 apartamentos que devem ser entregues em 2021. Para adquirir, há algumas regras: sistema de sorteio para as vendas, limite para começar a ocupar, somente um imóvel por proprietário e preço calculado de forma que não supere em 80% o preço de mercado da venda.
Em Malta, o blockchain é o novo cartório. No país, os contratos de aluguel deverão aderir à tecnologia para garantir a segurança de informações.
O Facebook está negociando um megaescritório no Hudson Yards, em Nova York. Caso o acordo se firme, pode ser o começo de um novo hub de tecnologia na cidade, uma vez que o Google já deu sinais de criar um novo campus na mesma área.
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