Déficit habitacional recua, mas demanda ainda será de 30,7 milhões até 2030
Resumo
O recuo do déficit habitacional é o tema principal da edição desta semana da news do Imobi. Acesse e confira esse e outros assuntos relevantes
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Até 2030, o Brasil terá demanda de 30,7 milhões de novas moradias, para resolver o déficit habitacional no país. A população com renda média, entre três e dez salários mínimos, deve ser responsável por quase metade dessa demanda, 14,4 milhões (46,9%). A projeção faz parte de um estudo realizado pelo economista Robson Gonçalves, professor da FGV, a pedido da Abrainc, com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do IBGE, para atualização dos últimos números disponíveis sobre o assunto, que eram de 2017.
O mesmo levantamento mostra que o déficit habitacional no Brasil em 2019 ficou em 7,797 milhões de moradias. Em 2017, este número era de 7,918 milhões, portanto, houve queda de 1,5% no período de dois anos. A pesquisa também mostra que houve crescimento de 2% na categoria “ônus excessivo com aluguel”, que passou de 3,279 milhões para 3,345 milhões de moradias, de 2017 para 2019. Os números referem-se à locação residencial por famílias com renda de até três salários mínimos, que comprometem mais de 30% do rendimento mensal para morar, que é o componente de maior peso do déficit habitacional.
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Imobiliárias
O comprometimento de renda com aluguel pode aumentar ainda mais, com a alta do IGP-M. O indexador usado para corrigir os contratos de locação de imóveis deve fechar o ano com variação até cinco vezes maior do que o IPCA, que é utilizado para medir a inflação oficial no país. Nos últimos 12 meses, o IGP-M acumula alta de 17,94%, enquanto a correção do IPCA no mesmo período foi de 2,45%. Economistas avaliam que a utilização do indexador para corrigir contratos de locação é herança da hiperinflação e que reflete a alta do dólar atualmente. Considerando a alta do IGP-M, a Exame publicou uma matéria dando dicas para inquilinos que querem renegociar seus contratos. Vale a pena conferir, pois são argumentos que podem ser utilizados pelos clientes.
A alta procura por imóveis maiores durante a pandemia também pode contribuir para o aumento do aluguel. De acordo com dados do Imovelweb, a busca por imóveis com três quartos ou mais saltou de 4,5% no início do ano para 8% em agosto. O estoque de casas também está diminuindo – há relatos de imobiliárias que nem têm mais esse tipo de imóvel para oferecer a seus clientes, pois todas já foram alugadas. Em São Paulo, a plataforma Xaza também registrou aumento de 300% nas buscas de imóveis de campo para locação, entre março e setembro.
Em artigo publicado no Imobi Report, o CEO da CUPOLA, Rodrigo Werneck, faz um balanço do que mudou no mercado imobiliário durante a pandemia. E chama atenção para as mudanças orientadas às pessoas. Vale a pena conferir.
As lives e eventos online do mercado imobiliário também ajudam a entender melhor quais as mudanças que mais estão impactando o setor. A equipe do Imobi Report fez uma seleção com algumas dicas do que vale a pena assistir neste mês de outubro. Entre os destaques, estão o webinar com o resumo completo do Conecta Imobi On, que acontece hoje, às 16h, e o Summit Imobiliário Ademi-PR 2020, no final deste mês.
Em entrevista à Forbes, o CFO da RE/MAX, Karri Callahan, fala sobre a condição do mercado imobiliário no cenário mundial. Já Lucas Vargas, CEO do Grupo ZAP, assina um artigo na Exame, contando sua trajetória no mercado imobiliário brasileiro. Na publicação, ele conta como sua experiência como corretor de imóveis o ajudou a chegar ao cargo que ocupa atualmente. Por sua vez, o Estadão traz uma matéria com 10 dicas para escolher um bom corretor de imóveis. Ficou curioso para saber quais são elas? Então, confere lá!
Como os clientes ainda têm muitas dúvidas sobre Tabela Price e SAC, matéria publicada no UOL pode ajudar a explicar em detalhes essas duas formas de amortização de financiamento. Já uma publicação do Estadão tira dúvidas sobre como tirar escritura de imóvel de forma online.
Incorporadoras
Os financiamentos imobiliários com recursos da poupança, em agosto, tiveram um crescimento de 8,3% em relação a julho, e 74,7% em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo a Abecip, este foi o maior volume desde o início da série histórica, em 1994.
No mercado imobiliário de São Paulo, a recuperação econômica segue em V. Segundo dados do Secovi, a capital do estado teve uma alta de 17,1% na venda de imóveis novos até agosto, comparada ao ano de 2019. O mês de agosto, inclusive, bateu recorde e foi o melhor mês desde que o Secovi começou a promover o levantamento, em 2004.
Em coluna de opinião, o Estadão trata como a venda de imóveis é um impulsionador da economia no Brasil e no mundo.
Analistas do Banco Inter recomendam ações relacionadas à construção civil. Para Rafaela Vitória, economista-chefe do Banco Inter: “Apesar dos lançamentos imobiliários ainda não terem se recuperado como as vendas de estoques nos últimos meses, a forte demanda no setor deve contribuir para a geração de caixa das construtoras e criar incentivos para maior investimento. Dessa forma, esperamos que o setor de construção civil lidere tanto a retomada da atividade quanto a geração de empregos no período pós-pandemia”.
Ainda sobre a B3, a Melnick concluiu seu IPO, tornando-se a primeira construtora do Sul na Bolsa de Valores.
Estamos acompanhando de perto a entrada das incorporadoras na Bolsa e, essa semana, o Imobi Explica: o que faz uma empresa a lançar um IPO?
A Cyrela foi condenada a pagar uma indenização de R$ 10 mil por ter compartilhado dados privados de um cliente com outra empresa, com base na LGPD. O cliente afirmou que fechou um contrato com a construtora em 2018 e vinha sendo “assediado por instituições financeiras e firmas de decoração, que citavam sua recente aquisição”. Além da nova lei, a juíza do caso citou o Código de Defesa do Consumidor e a Constituição Federal ao dar sua decisão. Esta foi a primeira condenação com base na LGPD desde que a lei entrou em vigor.
Techs
No Estadão, uma reportagem explora a demanda por colivings. A modalidade de dividir um imóvel, similar a uma república, mas formada por adultos, teve problemas no começo da pandemia, mas já retoma a demanda. Para o cofundador da Yuca, Paulo Bichucher, “o sentimento de solidão aumentou muito durante a pandemia e formatos de compartilhamento de espaço como o coliving vieram para suprir o lado da moradia solitária que o apartamento oferece”.
Também player de coliving, a Uliving surgiu com o objetivo de profissionalizar moradias universitárias. Mas, com a pandemia, teve que se reiventar e passou a contar com outros perfis de moradores. A startup captou R$ 150 milhões para investir em três novos prédios, que deverão ser lançados em São Paulo no final de 2020 e durante 2021.
Já a Bungalow, que captou historicamente US$ 96 milhões, entrou em contato com os proprietários dos imóveis que administra informando que sua “capacidade de fazer os pagamentos daqui para frente está seriamente comprometida”. O modelo de negócios da Bungalow é baseado na sublocação de imóveis: ela aluga o imóvel do proprietário e reloca os cômodos como coliving. Com a crise sanitária, o principal problema está em metrópoles cujo custo de vida é muito caro, onde os moradores estão revendo suas moradias, como São Francisco, Nova York e Seattle.
A anyLife é uma startup de aluguel por temporada, também através da sublocação. Em São Paulo, a anyLife loca o imóvel do proprietário, para depois locar por curto prazo para inquilinos. No aluguel, estão inclusas a gestão de imóveis, o pagamento de contas, de limpeza e suporte ao hóspede.
A Beemob, startup que reúne corretores, imobiliárias e incorporadoras, (e figurinha conhecida aqui no Imobi), fechou uma parceria com a CrediHome. O objetivo é facilitar o acesso de clientes ao financiamento do banco que lhe atende melhor.
A Alude, plataforma de digitalização de serviços para locação, levantou R$ 3,3 milhões em aporte. Com o investimento, a empresa deve contratar mais desenvolvedores para escalar o produto.
A gaúcha N1Office é como um Airbnb dos consultórios: o proprietário de um consultório pode cadastrá-lo na plataforma e o usuário pode acessar e locar uma sala por uma hora, um dia ou semana. Por enquanto, a empresa atua em Porto Alegre e tem planos de expansão para outras cidades gaúchas.
Falando em Airbnb, a empresa pretende captar US$ 3 milhões no IPO que deve acontecer ainda este ano. Segundo fontes ouvidas pela reportagem, a ideia da Airbnb é entrar com o processo em dezembro e aproveitar a alta no negócio que foi observada nos últimos meses. Porém, a decisão vai depender da volatilidade do mercado após as eleições presidenciais americanas.
Transformação Digital
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O jornal português Expresso fez uma sondagem com gestores sobre os “novos desafios digitais”. Quando questionados quanto ao principal objetivo com a transformação digital de sua empresa, 57% afirmam que querem melhorar seus processos. Logo em seguida, 26% responderam que querem ir ao encontro das necessidades do cliente.
Já uma pesquisa realizada pela IFS em diversos países apontou que, quando passando pelo processo de transformação digital, as empresas têm como prioridade que a ética (29%) e a cultura (23%) do fornecedor contratado estejam alinhados com as suas – superando sinergia tecnológica. Já as duas características mais importantes deste mesmo fornecedor são conhecimento especializado no setor (32%) e a capacidade de propor soluções de longo prazo (30%). Ainda, outro dado relevante: 37% afirmaram que seus projetos de transformação digital falharam, também, por conta de “conselhos ruins dos fornecedores”.
Se o Mercado Livre fosse listado na Bolsa de Valores brasileira, em agosto teria o pódio de empresa mais valiosa, superando Vale a Petrobrás – a varejista valia cerca de R$ 334 bilhões no mês. Para o Estadão, Julio Vasconcellos, sócio da venture capital Atlantico, traz o caso do Mercado Livre para apresentar como a transformação digital está promovendo um ciclo virtuoso na América Latina.
No Neofeed, na coluna de Cezar Taurion: “Uma pesquisa global da MIT Sloan Management Review apontou que 90% dos executivos entrevistados disseram que suas indústrias sofrerão rupturas significativas em poucos anos, mas apenas 44% se disseram preparados para enfrentar tal disrupção. (…) A questão não é se os executivos das empresas vão aceitar ou não as mudanças provocadas pela transformação digital. Não são eles que impedirão elas de acontecerem. O mundo já mudou. A IA, o motor destas transformações, já é realidade”.
Mundo
Somente 10% dos trabalhadores voltaram a trabalhar presencialmente nos escritórios em Nova York, mesmo passados quase três meses desde que as atividades foram liberadas novamente. Entre as justificativas para adiar ainda mais o retorno estão o medo de contaminação pelo novo coronavírus e a demora para reabertura das escolas.
Os imóveis residenciais nova iorquinos também continuam desocupados. Com isso, proprietários de imóveis estão oferecendo benefícios, que vão de aluguel grátis até 2021 a descontos em outros serviços oferecidos na região.
Além do aluguel, as vendas de imóveis também enfrentam dificuldades em Nova York. A esperança de que o mercado melhorasse a partir de julho não se concretizou e o número de vendas fechadas só em Manhattan caiu 46% no terceiro trimestre, em comparação com o mesmo período de 2019.
Estamos de olho
Como a pandemia afetou o design de interiores? Para responder a essa pergunta, a Forbes traz mais uma lista, desta vez com cinco tendências que contribuíram para uma maior valorização do trabalho de decoração nas residências. São elas: ambientes abertos; escritórios domésticos usados para home office; serviço virtual de design de interiores; decoração colorida e itens que reforcem o conceito de alegria e felicidade; preocupação com a residência em primeiro plano.
Com a pandemia, a qualidade da produção audiovisual para o mercado imobiliário melhorou muito. Diretores de agências de marketing ouvidos pelo Inman comparam alguns dos vídeos elaborados por agentes do setor a clipes dignos de MTV. Você concorda?
Com uma vaquinha online, um menino de 9 anos do interior do Paraná ajudou sua mãe a realizar o sonho de ter uma casa própria. Em apenas 24 horas, João Bernardo conseguiu arrecadar um montante de R$ 160 mil para tirar a família do aluguel. Quem conta a história completa do garoto é o UOL.
Muitas famílias que continuam no aluguel vivem sob ameaça de despejo, no entanto. De acordo com dados levantados por 40 entidades que integram a Campanha Despejo Zero, mais de 6 mil famílias foram despejadas durante a pandemia do novo coronavírus no Brasil. O levantamento foi feito a partir de informações recolhidas pelas instituições, entre 1º de março e 31 de agosto, por meio de denúncias, formulários online e banco de dados do Observatório das Remoções e Defensorias Públicas. A campanha busca promover a suspensão dos processos de despejo durante a pandemia.
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