Aprovação da Reforma da Previdência e os efeitos no mercado imobiliário
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Aprovação da Reforma da Previdência e os efeitos no mercado imobiliário

16 jul 2019
Redação Imobi
Redação Imobi
10 min
Aprovação da Reforma da Previdência e os efeitos no mercado imobiliário

Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou em primeira instância a Reforma da Previdência. Considerada pelo mercado como condição para a retomada da economia brasileira, foi festejada por muitos economistas, especialistas e empresários.

Para o mercado imobiliário, a expectativa é de novos investimentos estrangeiros. Empresários também esperam que, destravada a reforma, a União poupe dinheiro para ser reinjetado em programas habitacionais. E que a pauta econômica deixe o samba de uma nota só das reformas, abrindo espaço para que palavras como investimentos e geração de empregos voltem ao noticiário. Mas…

…Eduardo Zaidan, vice-presidente do Sinduscon-SP, é cauteloso. Para ele, a reforma “é muito positiva, mas ainda insuficiente para retomar o crescimento”. Em entrevista ao Estadão, Eduardo avalia que o Brasil ainda precisa de outras reformas, como a tributária, que poderá exponenciar investimentos públicos e privados.

A Associação Brasileira da Indústria Materiais de Construção também permanece com cautela e reduziu a projeção de alta para o setor, neste ano.

O texto final da Reforma da Previdência segue para aprovação em segundo turno, no Plenário da Câmara.

INVESTIMENTOS

O portal Seu Dinheiro fez uma série de reportagens sobre onde e como investir no 2º semestre de 2019. Entre elas, apresentam imóveis como investimento e fundos imobiliários. Na reportagem sobre imóveis, um dos entrevistados é o economista-chefe do Secovi-SP, que comenta a expectativa de que as vendas de 2019 aumentem entre 5% e 10%, comparadas ao ano passado. Já na reportagem de fundos imobiliários, há dados sobre como este mercado é tendência e deve crescer. Segundo o jornalista, os interessados devem ficar atentos a oportunidades em lajes corporativas, galpões logísticos e shoppings centers.

Em entrevista para a Valor Investe, gestores de fundos imobiliários corroboram com esta tríplice de melhores investimento em FIIs e prometem: “a valorização não vai parar por aqui e ainda é um ótimo momento para investir nesses ativos”.

Até a MRV entrou na onda e deve investir em locação de imóveis residenciais com investimentos de FIIs. Esta captação deve começar em 2020. Posteriormente, o aluguel e a gestão destes imóveis serão responsabilidade da plataforma Luggo – que dispensa o fiador para o inquilino.

A retomada do mercado pode ser observada pelos financiamentos com recursos do SBPE. Em maio, foram quase 50% maiores do que no mesmo período em 2018. O resultado está acima da projeção da Abecip, feita no início do ano.

A Tecnisa aumentou seu valor de mercado para R$ 589,5 milhões. Aconteceu no pregão do último dia 8, quando anunciou a intenção de vender R$ 300 milhões de ações, para levantar recursos para a compra de terrenos. O valor das ações da construtora, então, aumentou quase 30%, a terceira maior alta da Bolsa, o que gerou a valorização.

Quem se prepara para um IPO no meio do furacão é o Airbnb. Trouxemos em edições passadas cidades da União Européia que pediram apoio à organização para frear a plataforma. Em junho, representantes da ABIH foram ao Ministério da Economia para solicitar restrições ao Airbnb no Brasil. O The Real Deal traz uma série de números da plataforma nesta reportagem, como o valor da Airbnb até o final de 2018, calculado em 38 bilhões de dólares. Ou a fortuna acumulada por um de seus cofundadores, na ordem de 3,7 bilhões de dólares.


ALUGUEL

Morar com quem tem a mesma opinião política tem sido prioridade para os brasileiros. Os anúncios de vagas publicados nas redes sociais mostram a divisão entre quem se considera de esquerda ou de direita. Além de exigir parceiros de moradia que, em geral, sejam organizados e paguem em dia, outro pedido é que a pessoa não seja “bolsominion” ou “esquerdopata”.

O TCU deu seis meses para que o governo diminua os gastos com locação de imóveis. Entre 2016 e 2018, o Governo Federal gastou aproximadamente R$ 3 bilhões com aluguel. A auditoria feita pelo TCU e a SCGPU mostra que o Itamaraty e o Ministério da Fazenda foram os órgãos públicos que mais gastaram.

O porteiro de um condomínio localizado em Fortaleza vende e aluga imóveis para interessados. No entanto, ele não tem o registro no Creci e, como sabemos, no Brasil é ilegal comercializar imóveis sem estar habilitado para essa função. Se flagrada, a pessoa está sujeita a multa ou detenção de 15 dias a três meses. Porteiros e zeladores são muito assediados pelas imobiliárias para a captação de imóveis, mas o exemplo mostra que há um limite para a participação desses agentes no negócio.


VENDAS

O Governo de Jair Bolsonaro estuda a possibilidade de liberar dinheiro das contas ativas do FGTS, medida já adotada durante o Governo Temer. Mas a estratégia pode afetar o setor imobiliário, já que o recurso do FGTS subsidia boa parte da compra de imóveis. Em entrevista ao jornal Investimentos e Notícias, o presidente da ABMH disse que o FGTS pertence ao trabalhador, mas que é “capaz de fomentar uma cadeia produtiva muito grande que envolve a construção civil, instituição financeira e a possibilidade de injetar capital protegido no mercado amplo”.

Nos primeiros seis meses do ano, os imóveis residenciais ficaram 0,29% mais caros, segundo o índice FipeZap. O valor está abaixo da inflação do primeiro semestre de 2019, que foi de 2,19%.

No Ceará, será votado um projeto de lei que permite a venda de imóveis do Estado para a iniciativa privada. Com isso, o Governo do Ceará pretende arrecadar R$ 700 milhões. Entre os imóveis que serão vendidos estão as sedes das secretarias de Segurança Pública e também a do Meio Ambiente.

Já em Santa Catarina, a Secretaria de Patrimônio da União (SPU) avalia a possibilidade de vender mais de mil imóveis do Governo Federal que estão localizados no Estado. O Ministério da Economia também está realizando vistoria em imóveis federais de outros estados.

E a prefeitura do RJ lançou um site para vender imóveis e terrenos não usados pelo município. É possível comprar imóveis em diversas localizações, como Copacabana, Barra da Tijuca e Guaratiba. “Estamos colocando à venda imóveis que não têm, no momento, utilidade para o município e não geram recursos para o caixa municipal”, afirmou o secretário municipal de Fazenda, Cesar Augusto Barbiero, para o jornal O Dia.

Também no RJ, a polícia prendeu Renato Siqueira Ribeiro, suspeito de vender ilegalmente os imóveis que desabaram em Muzema. O desastre, que ocorreu em abril, matou 24 pessoas.


TRENDS

Café da manhã na Tiffany’s: ao contrário de Audrey Hepburn em Bonequinha de Luxo, agora é possível tomar seu café dentro de uma das franquias da joalheria, em Nova York. Assim como é possível almoçar na Barneys ou jantar na Ikea. O comércio procura alternativas para enfrentar o comércio online, atraindo clientes de novas formas. No mercado imobiliário brasileiro, há imobiliárias como a Infinity, de Torres (RS), que irá inaugurar o Parador Descubra Torres, um espaço que une coworking, espaço para produtores locais, espaço gourmet assinado por chef da cidade e até uma cerveja artesanal personalizada, além dos corretores, é claro. Também gaúcha, a Imobiliária Ghisleni Personnalité se movimenta para um novo conceito de sede, uma imobiliária café.

Elie Horn está investindo em startups. Não só ele, como outros grandes CEOs brasileiros caíram no charme das empresas novas e disruptivas – seja para encontrar inovações para seus respectivos negócios ou para lucrar com seus investimentos pessoais.

A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) deve começar a funcionar no segundo semestre de 2020. A partir da data, as empresas deverão explicitar qual a finalidade da coleta de dados dos clientes, como vão armazenar, por quanto tempo etc. Um artigo de Allan Fonseca para o Meio & Mensagem aborda como a experiência do usuário irá mudar e como o mercado imobiliário, em especial os times de marketing, deverão se preparar.

Morar próximo ao trabalho, da faculdade ou viver no centro da cidade. Cada vez mais as pessoas têm optado por ganhar tempo e evitar trânsito. No entanto, é caro comprar ou alugar imóvel em regiões privilegiadas. Por isso, construtoras estão apostando em microapartamentos nestes lugares. São pequenos imóveis, como os de 10m², que custam menos e oferecem localização e mobilidade.

Os compradores de imóveis de alto padrão também não estão procurando só tamanho. Segundo construtoras e incorporadoras, design diferenciado, plantas de acordo com a demanda do cliente e localização são mais importantes na escolha do novo imóvel – o que reverbera a tendência das minicasas.

Falando neles, a Vitacon, que vende seus miniapartamentos por cerca de R$ 70 mil cada, pretende levar seus empreendimentos para além de São Paulo e anuncia planos de expansão nacional.


CONSTRUÇÃO CIVIL

Segundo o IBGE, 10,7% dos profissionais da construção civil do Rio Grande do Norte são mulheres. Em Parnamirim, a Prefeitura e uma empresa privada promoveram um curso na área focado para mulheres. Foram mais de 100 inscritas e o perfil é diversificado: mães, donas de casa, jovens com graduação e até quem nunca imaginou que trabalharia na construção. 

Cerca de 27 mil mulheres estão empregadas no setor da construção civil em Minas Gerais, de acordo com o Sinduscon-MG. A trabalhadora Rosiane Lucindro explicou para a Agência do Rádio que, atualmente, as mulheres buscam a igualdade. “Da mesma forma que homens são capazes de trabalhar em uma área da construção civil, a mulher igualmente consegue”.

Em Santo Ângelo, no RS, a coordenadoria municipal de Políticas Públicas para Mulheres desenvolveu um curso de capacitação profissional no setor da construção civil para ampliar as chances de emprego e aumentar a renda das mulheres. O projeto “Mulheres na construção civil: construindo autonomia” tem como foco vítimas de violência doméstica, que não têm vida financeira estável ou qualificação profissional. 


PESSOAS

Entre 2014 e 2019, a Prefeitura de SP notificou 1.425 imóveis ociosos – aqueles que estão sem uso. O UOL divulgou que, com base no estudo feito pela Prefeitura, “15 construtoras e incorporadoras constavam em 2016 como proprietárias de ao menos 280 imóveis que foram notificados por causa da ociosidade nos oito distritos da subprefeitura da Sé. Entre as empresas do setor imobiliário, 21 eram donas de pelo menos 50 imóveis”.

Sem ter onde morar, diversos sem-teto de SP se abrigam embaixo dos viadutos. Nas ocupações, que são irregulares, é possível encontrar barracos de madeira, casas de alvenaria e até sobrados. Com estruturas e instalações elétricas perigosas, os riscos de incêndios são grandes. Além disso, em dias de chuva, todas as moradias alagam. Segundo a Isto É, a Prefeitura de SP já lançou um projeto-piloto para revitalização. 

Usando a inteligência artificial, um estudo americano compara os empréstimos feitos por fintechs e instituições tradicionais e mostra, de acordo com o algoritmo, que as fintechs discriminam 40% menos pessoas negras e latinas. Isso quer dizer que essas pessoas têm mais chances de conseguir um empréstimo se fizer isso de forma online (pelas fintechs) do que pessoalmente (nas instituições tradicionais).


MUNDO

Cidades da Europa procuram alternativas para controlar as altas nos preços de aluguéis e manter suas cidades acessíveis para os moradores. Nesta lista do jornal português ECO, são reunidos exemplos de ações de dez cidades europeias. Grande parte envolve o incentivo à construção de habitação acessível ou o controle dos valores de aluguel.

Em Porto, relata-se a história de Albina Santos, 67 anos, que foi convidada a deixar seu apartamento alugado para o proprietário poder vender o prédio. O apartamento onde seus avós e pais viveram e onde pode criar seus filhos. Na reportagem: “Deixar a minha casa vai ser a minha morte”.

Um grupo de estudantes da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, está construindo seu próprio dormitório. Na tentativa de amenizar a crise habitacional, o projeto Collegium Academicum, além de usar capital próprio, arrecadou empréstimos bancários, recursos públicos e recursos do instituto de crédito alemão para revitalizar um antigo espaço. O dormitório deverá ficar pronto em 2021.

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