Após 15 anos no marketing e 3 filhos pequenos, Lilian Felix reinventou carreira como corretora de imóveis
Resumo
Lilian Felix, pernambucana que vive desde os 12 anos nos Estados Unidos, após 15 anos trabalhando com marketing e com três filhos pequenos, decidiu se tornar corretora de imóveis.
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Quase 3 milhões de mulheres americanas deixaram seus trabalhos no último ano. A pandemia mudou as relações das pessoas com seu trabalho, com a casa e suas prioridades. Lilian Felix, recifense que mora em Michigan, virou estatística: em 2020, começou a repensar suas prioridades, tirou sua licença de corretora no estado e, em fevereiro deste ano, virou corretora de imóveis em tempo integral.
“Ano passado, o mundo todo mudou e minha vida também”. No meio de uma pandemia mundial, Lilian teve seus dois caçulas, gêmeos. Além destes, Lilian também tem um menino de 4 anos. Como muitas pessoas, Lilian se viu confrontada por suas multifacetas – e prioridades. “Antes de tudo, sou empresária, mãe e esposa. Então tenho muitas faces de mim que estão sempre na luta de ‘quem vai ganhar hoje?’. E a pandemia veio mexendo nessas estruturas para pensar como ter uma vida com mais equilíbrio”, conta.
Questões identitárias
Lilian é brasileira, mas é também americana. Nascida em Recife, sua avó é dos Estados Unidos e sempre foi sonho dos seus pais se mudar para a terra do Tio Sam. Há 20 anos, tiveram uma oportunidade de trabalho e a família toda se mudou para o país.
Na nossa entrevista, Lilian pede desculpas algumas vezes por usar expressões em inglês. Mas é natural: “Como eu me mudei para cá com 12 anos, meu português parou na adolescência (risos). Então é muito importante para mim trabalhar e fazer parte de empresas globais, que me permitem manter o contato com profissionais brasileiros”, conta. Hoje, Lilian é corretora de imóveis na eXp Realty.
Questão de equilíbrio
“Ano passado, quando o mundo parou e começamos a trabalhar em casa, eu tinha um filho de 3 anos, 2 recém nascidos e estava trabalhando full time, 60 horas por semana. Como tantas outras pessoas, eu comecei a olhar para minha vida, entender o que estava funcionando, o que não estava. Meu sogro é corretor de imóveis e sempre quis que alguém da família tirasse a licença. Pensei, por que não?!”.
Vale explicar que, nos Estados Unidos, a licença é obrigatória para realizar qualquer transação imobiliária. Então, quando decidiu tirá-la, em 2020, Lilian ainda não tinha tomado a decisão de se dedicar em tempo integral à corretagem. “Os últimos 15 anos da minha vida passei na área de marketing e eu realmente amava o que fazia. Mas quando pensava nos próximos 10 anos, itens como minha qualidade de vida, flexibilidade e tempo junto da minha família se tornaram ainda mais prioritários. Sair de um trabalho em uma área que eu amo, que sustentava minha família, com uma equipe que me apoiava, foi uma das decisões mais difíceis que já tomei, mas não me arrependo”, compartilha.
Foi a autonomia e a jornada flexível que a trouxeram para o mercado imobiliário. “Sei que, como corretora de imóveis, posso fazer tudo que eu quero: equilibrar a Lilian mãe, empresária e esposa. Hoje, o conceito de sucesso é um pouco diferente do que era para a Lilian de 5 anos atrás”.
Calça branca
Lilian é o que os corretores chamam de calça branca, ou caloura no setor. Mas isso como corretora de imóveis, não na sua carreira profissional. Ela tem mais de 15 anos trabalhando com marketing. “Quando comecei a rever minhas prioridades e minha carreira, tinha acabado de terminar meu MBA em Marketing. E começar em uma área nova pode dar uma insegurança, um frio na barriga. Mas venho fazendo um esforço para lembrar que eu não estou começando do zero, tenho uma bagagem de muitos anos que me ajudam a crescer como corretora”, afirma.
Uma das maneiras de atravessar esse começo está sendo, exatamente, dar as mãos para outros profissionais que estão nesse processo. “Às vezes a gente pode se sentir sozinha e pensamos que somos a única pessoa que está passando por isso. Mas não somos: só aqui nos Estados Unidos, 3 milhões de mulheres escolheram ou tiveram que sair de seus empregos”, afirma. “Meu desejo para daqui 10 anos é que meus filhos olhem e pensem: como minha mãe foi corajosa”.
Quando pergunto que dica daria para outra pessoa que está passando ou vai passar por uma mudança profissional depois de anos em outro setor, Lilian responde “give it a year”. Ou seja, dê um ano. “Uma lição que trago do marketing é: espero um ano. Em um ano você aprende muito, consegue ver se está fazendo a coisa certa, o que precisa para melhorar, o que precisa rever. Quando a gente vai fazer uma maratona, aquele primeiro quilômetro é sempre o mais difícil. Então, continue”.
Tudo certo! Continue acompanhando os nossos conteúdos.
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