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[109] Incorporadoras se reinventam para driblar alta nos insumos
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[109] Incorporadoras se reinventam para driblar alta nos insumos

13 abr 2021
Redação Imobi
Redação Imobi
11 min
[109] Incorporadoras se reinventam para driblar alta nos insumos

Resumo

Nos destaques da curadoria desta semana temos construtoras tentando driblar alta nos insumos, Refera recebe aporte de R$1.5 mi e mais. Acesse!

Cerca de seis meses após o mercado imobiliário começar a sentir os efeitos da alta dos materiais de construção, 79% das indústrias do setor da construção civil continuam tendo dificuldades para comprar matéria-prima estrangeira. No caso dos insumos nacionais, o índice é um pouco menor, mas ainda alto – 72%. É o que aponta um levantamento da CNI divulgado na última sexta-feira, indicando que a situação no setor ainda está longe de ser superada. Ainda de acordo com a consulta realizada pela instituição, empresários consideram que o quadro só deve normalizar no segundo semestre deste ano, ou apenas em 2022. 

Diante dessa perspectiva, incorporadoras têm se movimentado para driblar as dificuldades na compra de insumos e garantir a sustentabilidade das operações, com redução de custos para que não haja necessidade de repassá-los ao consumidor final. Uma das estratégias adotadas tem sido a adoção de novos métodos construtivos, como a construção modular, especialidade da indústria Brasil ao Cubo, de Tubarão (SC), destaque em matéria publicada pela Istoé Dinheiro nesta semana. 

A construção modular não apenas traz redução de custos para as obras, mas também pode contribuir para acelerar o ciclo de obras das incorporadoras, como mostramos em matéria do Imobi Report nesta semana. Na publicação, especialistas no mercado imobiliário apontam outras quatro soluções que podem auxiliar as incorporadoras a acelerar suas entregas. São elas: personalização de obras, tecnologias de suporte, metodologias ainda pouco exploradas e novos modelos de negócios. 

Outra solução encontrada pelas construtoras para reverter as consequências da alta dos materiais de construção é rever suas estratégias de compra de terrenos. De acordo com matéria do Estadão, incorporadoras com foco nas rendas média e alta estão repensando os valores que estão dispostas a pagar pelas áreas escolhidas para novos empreendimentos. 

Ainda assim, algumas incorporadoras se arriscam a comprar terrenos cobiçados e caros, como é o caso da Even, que investiu meio bilhão na compra de uma área de 15 mil metros quadrados, na região da Faria Lima, em São Paulo. O espaço abrigará um pouco de tudo: apartamentos, escritórios, hotel e lojas.

No Rio de Janeiro, a região portuária da cidade em breve ganhará sua primeira torre residencial. Com mais de 1200 unidades, que serão vendidas por valores que vão de R$ 240 mil a R$ 450 mil, o empreendimento da Cury, localizado na Praça Marechal Hermes, contará com três torres de vinte andares cada. 

Independentemente das dificuldades que vem enfrentando, o mercado da incorporação continua sendo um dos mais promissores para este ano, já que o setor não se retraiu, mesmo com a leve alta da Selic, anunciada recentemente. Para o economista Celso Petrucci, vice-presidente da CBIC, mesmo se a taxa chegar a 4% ou 4,25%, o setor continuará aquecido, pois “o mercado imobiliário tem como absorver esse aumento dos juros, sem repassá-los para o cliente”. A alta da Selic não deve afastar nem mesmo os investidores, segundo matéria do Diário do Comércio. 

De olho no crescimento da demanda do mercado imobiliário, a Votorantin está lançando a subsidiária Altre, que além de negociar terrenos industriais, já está em busca de novos ativos, como a construção de edifícios comerciais. Os escritórios também são a aposta do trio de bilionários da 3G Capital, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, que também estão de olho em centros de conveniência e na construção de apartamentos para aluguel de longa duração. 

A Caixa lançou uma nova linha de financiamento imobiliário. Nesta semana, matéria do Estadão explica como fazer uma simulação para esse novo tipo de benefício. Já matéria do DCI mostra as diferenças entre as principais linhas de crédito oferecidas pelo banco. Aliás, a concessão de crédito pela Caixa bateu recorde no primeiro trimestre do ano, crescendo 35,5% em comparação com o mesmo período do ano passado. 

Um fundo imobiliário pode quebrar? Analista-chefe de Fundos Imobiliários da Suno Research, Marcos Baroni responde esse questionamento em artigo publicado pelo Valor Investe. Vale a pena a leitura.


Imobiliárias

Após captar R$ 1,5 milhão em menos de seis meses de operação, a startup Refera tem planos ousados para 2021: até o final do ano, a proptech pretende obter mais R$ 6 milhões em investimentos para triplicar sua operação. Para isso, a Refera já conta com três grandes sócios investidores, que fizeram aporte de R$ 500 mil cada: as imobiliárias Brognoli e Ibagy, ambas de Florianópolis, e o Sienge, plataforma de tecnologia da Softplan. Em entrevista ao Imobi Report, Lucas Madalosso, CEO da Refera, conta como tudo isso foi possível em tão pouco tempo e detalha quais são os próximos passos da startup. 

A CredPago, referência em garantia de aluguel, lançou novas formas de pagamento da garantia locatícia. Agora, os clientes podem pagar a taxa do serviço fiança, além do cartão de crédito, também por TED, boleto e PIX. Além disso, clientes poderão compor mais de um pagamento, como metade por PIX e metade no cartão de crédito. Assim, a CredPago avança na oferta do serviço de fiança locatícia para aqueles que não têm cartão de crédito.

A Kenlo divulgou os resultados do seu Painel do Mercado Imobiliário (PMI), que aponta um aumento no mercado de usados de 52% em 2020, quando comparado com 2019. Para este ano, o estudo prevê bons resultados para o mercado secundário, apesar de mais tímidos do que no ano passado. Segundo a startup, a venda e aluguel de imóveis usados devem crescer 10% ainda este ano.

Na cidade do Rio de Janeiro, o primeiro trimestre apresentou resultados altamente positivos. A venda de imóveis residenciais na Barra teve crescimento de 58% e 39% na Zona Sul, em comparação com o mesmo período do ano passado. Em números absolutos, é o melhor trimestre dos últimos 10 anos, segundo análise da HomeHub.

No Estadão, reportagem analisa se o mercado imobiliário comercial ainda está valendo a pena para investidores. Para Eduardo Luiz, CEO da Alug Mais, é importante analisar alguns fatores, como a renda auferida efetiva, o produto, localização, histórico de procura e os preços praticados. Ainda, ele afirma ainda que a capital paulistana dispõe de diversos bairros interessantes para investir em locação comercial, considerando os valores do metro quadrado, IPTU e condomínio, sendo eles: Cidade Jardim, Vila Nova, Conceição, Vila Olímpia, Vila Cruzeiro, Cidade Monções, Brooklin, Vila Gertrudes, Granja Julieta, Barra Funda, Água Branca, Itaim Bibi, Jardins, Vila Olímpia, República e Tremembé.

Na discussão sobre a alta do IGP-M, o deputado federal Vinicius Carvalho (Republicanos-SP) é o autor de um Projeto de Lei que tramita na Câmara e propõe que os reajustes de aluguéis não ultrapassem a inflação oficial do país, medida pelo IPCA. Para André Braz, economista da Fundação Getúlio Vargas, este formato pode ser bom para alguns inquilinos, mas não para o proprietário. “A gente tem que pensar na desindexação que o mercado pede. Deixa o inquilino negociar com o proprietário. Se a gente fixa um indexador é aquela situação: a gente ainda não discutiu suficientemente para saber se o IPCA é um índice que tem que entrar nessas negociações. Eu acho que o mercado pode evoluir produzindo um indicador que retrate a evolução do preço dos imóveis”, afirmou em entrevista para a Jovem Pan.


Techs

Na última edição do Imobi, contamos como a Housi tem se posicionado como um marketplace de locação. No Imobi, trazemos uma entrevista com Alexandre Frankel, que conta os planos ousados da empresa para este ano. A plataforma digital de locação, que fechou 2020 com R$ 10 bilhões em imóveis sob gestão, projeta triplicar esse valor até o final deste ano. E o plano para a quantidade de pessoas cadastradas na base da empresa é ainda mais agressivo: passar de 100 mil para 500 mil. Confira a entrevista exclusiva aqui.

No InfoMoney, Mate Pencz, cofundador da Loft, conta sobre os planos de um futuro IPO. “Estamos observando IPOs bem sucedidos de empresas de real estate nos principais mercados, assim como ótimos resultados de startups latino-americanas. Vemos como muito promissora a oportunidade de fazermos parte desta história. Entendemos que uma oferta pública poderá ser capturada em todo o seu potencial em rodadas futuras, após mais alguns anos de alto crescimento. Poderemos fazer um IPO de alcance global em médio e longo prazo.”

E falando sobre a Loft, a Gafisa firmou uma parceria com a Nomah, subsidiária da Loft, para oferecer aluguel de curta, média e longa temporada dos apartamentos, além da gestão de contas e manutenção das unidades. O objetivo é oferecer este serviço para o público investidor, que não quer se preocupar em administrar a locação do seu apartamento.

Este não é o primeiro acordo da Gafisa com startups, que já mantinha uma parceria com a Yuca. A startup de coliving e gestão de imóveis locados vai administrar o seu primeiro empreendimento no conceito full building. Ou seja, vai gerir todos os apartamentos do prédio, construído em parceria com a incorporadora Engetécnia. 21 apartamentos serão propriedade da startup e os demais serão da incorporadora, mas administrados pela Yuca.


Mundo

Se você quer antecipar tendências no imobiliário, uma das formas mais eficientes é olhar para o mercado imobiliário dos EUA, o real estate. No Imobi, entrevistamos especialistas de peso para analisar e comentar o que o mercado brasileiro pode aprender com nossos colegas gringos.Trazemos Brian Requarth, americano, fundador do VivaReal e investidor em proptechs, Guilherme Blumer, diretor de marketing da Brasil Brokers e entusiasta do mercado americano e Ernani Assis, managing director da eXp Brasil. Listamos 5 lições que podemos tirar do mercado norte-americano.

Inclusive, nos EUA, o mercado imobiliário viu, em 2020, um ano de juros baixos e muita venda, o que o nosso mercado também vivenciou. Agora, a grande diferença em 2021 é que os Estados Unidos deram passos largos na vacinação da população, o que poderá motivar ainda mais o setor localmente, como apontado por artigo na Forbes.

Em 2020, Londres foi a cidade com maior número de compras de casas ‘super luxuosas‘ do mundo. De acordo com o grupo Knight Frank, foram 201 casas “super-prime” vendidas no ano passado, ou seja, casas no valor de mais de 3 milhões de dólares. A capital também teve o maior número de negócios para casas “ultra-prime”. Foram 31 imóveis no valor de mais de 25 milhões de dólares.


Estamos de Olho

Se, em 2019, o drama da WeWork parecia uma novela, agora já estão previstos documentários, séries e livros sobre o tema. O Hulu vai lançar um documentário contando a história da startup, a Apple+ vai lançar uma série com Jared Leto e Anne Hathaway, nos papéis do ex-CEO e sua esposa, além de já ter previsto um podcast e mais dois livros contando sobre a startup. Para quem não tá por dentro, o Imobi lembra: em 2019, a startup de locação de coworkings tinha uma avaliação de US$ 47 bilhões. Pouco antes de começar seu processo de ingresso na Bolsa de Valores, investidores começaram a questionar os números inflados e o comportamento do controverso CEO, Adam Neumann. Long story short, Neumann foi deposto, o IPO foi cancelado, o SoftBank, que havia investido muito dinheiro na startup, assumiu as rédeas da situação. Sandeep Mathrani, especialista no mercado imobiliário, assumiu o cargo de CEO e a WeWork está tentando ingressar na bolsa através de uma SPAC.

Sócia fundadora e CEO da JFL Living, Carolina Burg é a convidada da semana no podcast “Vem pra Mesa”. O programa é apresentado por Sergio Langer, que semanalmente traz entrevistas com grandes nomes do mercado imobiliário. 

Lembrando que o Imobi Report também tem um podcast próprio, o “Semana Imobi”, no qual a nossa equipe comenta, todas as sextas-feiras, os principais destaques do noticiário na semana. 

Com o setor do turismo em baixa por causa da pandemia, a CVC está apostando grande parte das suas fichas na subsidiária VHC, já que o aluguel de temporada, principalmente no litoral, tem sido um dos raros negócios a movimentar esse mercado. A marca acaba de chegar a Angra dos Reis (RJ), oferecendo gestão do aluguel para a incorporadora MEX, em um parceria similar a outras já fechadas pela empresa com a Index, de Gramado (SC) e a H Empreendimentos, de Itapema (SC). O aluguel de temporada também é a aposta da startup Xtay, que promete unir o padrão de qualidade de hospedagem em hotel com a facilidade de reserva de plataformas como Airbnb. 

Já mostramos aqui no Imobi alguns dos novos negócios que estão surgindo nos condomínios por causa da pandemia, como a instalação de minimercados em áreas comuns dos edifícios. Agora, o assunto volta a ser destaque em matéria publicada pelo Diário do Comércio, que mostra como alguns condomínios estão se tornando verdadeiros hubs de pequenos negócios, que vão muito além das transações informais que aconteciam até pouco tempo atrás. A publicação traz como exemplo iniciativas da rede de lavanderias 5àsec e da gigante Wizard, entre outros. 

Outro reflexo da pandemia no mercado imobiliário foi a revalorização das grandes mansões de São Paulo, após movimento descendente nos anos anteriores. De acordo com Alexandre Villas, diretor e sócio da Imóvel A Luxury Homes, o mercado vem percebendo uma procura cada vez maior por imóveis localizados em terrenos com cerca de mil metros quadrados, preferencialmente com piscina e vasta área verde. Para quem está interessado em conhecer melhor o mercado de luxo e alto padrão brasileiro, o Imobi Report realiza, nos dias 21 e 22 de abril, a primeira edição do Imobi Experts, que terá esse segmento como tema. O evento, gratuito e online, é promovido em parceria com a CUPOLA.

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