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Chegada de novos players promete movimentar o mercado imobiliário brasileiro em 2021
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Chegada de novos players promete movimentar o mercado imobiliário brasileiro em 2021

05 fev 2021
Última atualização: 24 julho 2024
Ana Carolina Bendlin
Ana Carolina Bendlin
5 min
Chegada de novos players promete movimentar o mercado imobiliário brasileiro em 2021

Resumo

O ano de 2021 já começou com muitas novidades no mercado imobiliário brasileiro, principalmente com a chegada de novos players. Confira!

O ano de 2021 já começou com muitas novidades no mercado imobiliário brasileiro, principalmente com a chegada de novos players nacionais e internacionais. Já ficou claro que o início da operação da eXp Brasil, marcada para o final de fevereiro, tem maior potencial para movimentar o setor, mas a colombiana La Haus também demonstrou interesse em entrar no mercado brasileiro e players nacionais lançados em 2020 ou mesmo em 2021, como Tabas e Fast Sale, também têm potencial de provocar mudanças no comportamento de consumo de imóveis no Brasil. 

Idealizadora do Conecta Imobi e ex-Grupo ZAP, Mariana Ferronato acredita que, embora o ingresso destas marcas possa representar certa ameaça às empresas que já atuam e estão consolidadas no setor, as novidades devem ser vistas sempre com bons olhos. “É muito legal perceber que o Brasil está sendo enxergado como um mercado competitivo, ainda que isso se dê pela visão de que se trata de um mercado desorganizado e, por isso, oferece muitas oportunidades. Na minha opinião, a chegada de novos players é muito importante para que as empresas que já atuam no setor saiam de sua zona de conforto. Como o mercado é muito grande, o empresário que vê isso como uma oportunidade de evolução vai continuar encontrando seu espaço. Essa nova realidade só representa uma ameaça para quem não se preocupa em modernizar seus processos”. 

Para Rodrigo Werneck, CEO da CUPOLA, entretanto, o impacto deve ser sentido mesmo somente no médio/longo prazo. “É muito possível que não se ouça falar dessas empresas com tanta intensidade dentro de um período de 12 ou até 24 meses. A partir desse ponto é que elas realmente começam a se consolidar, dependendo muito de como for a aceitação nesses primeiros meses. É só ver o exemplo do próprio QuintoAndar, que levou tempo para tracionar e adquirir a musculatura que ela atingiu hoje e, mesmo assim, ainda muito concentrada nos grandes centros urbanos. Portanto, eu diria que o mercado está muito aberto a novos modelos, mas o grande desafio é tracioná-los”, analisa. 

Neste sentido, Rodrigo acredita que há mais espaço para a eXp. “Trata-se de uma operação muito oportuna para atingir o mercado de corretores autônomos, que é um mercado com um enorme potencial e crescimento vigoroso nos últimos anos. E a eXp chega com a promessa de resolver as dores desses profissionais. Mas, quando falamos em players internacionais, como a eXp, também é importante considerar que essas empresas precisam encontrar um alinhamento com a cultura do mercado local, para darem certo”. Mariana compartilha dessa mesma opinião, em relação à necessidade de adaptação à realidade brasileira. “Podemos citar o caso da Zillow, que é uma grande referência em dados nos Estados Unidos, mas dificilmente teria espaço no Brasil porque o mercado aqui é muito diferente”, avalia. 


Aceleração da digitalização do mercado imobiliário brasileiro

Se, em 2020, já vimos uma grande aceleração da digitalização do mercado imobiliário brasileiro, por causa da pandemia de Covid-19, a chegada de novos players, sejam eles nacionais ou internacionais, deve contribuir ainda mais para esse processo. “O mercado brasileiro já oferece muitas tecnologias inovadoras. Essa oferta cresceu muito no ano passado, por conta da Covid, e agora deve continuar em crescimento, o que pode provocar uma reação de pequenas e médias imobiliárias que também querem melhor e competir no mercado. Como esses players que estão entrando conseguem melhorar toda a cadeia investindo em dados, os demais empresários começam a querer mudar também”, opina Mariana. 

“Quando falamos em digitalização, entretanto, é preciso lembrar que digitalizar não é só ter um site ou estar presente nas redes sociais. Trata-se de uma mudança completa de modelo, de cultura, é ser digital de ponta a ponta. Acredito que a eXp vai contribuir muito para isso, pois eles já adotam a operação 100% digital desde sua criação, e vão auxiliar esse processo de digitalização para corretores autônomos”, completa. Rodrigo também aposta nisso. “A eXp chega para empoderar os autônomos, que hoje já representam um volume muito significativo de negócios, especialmente nos grandes centros, onde grandes imobiliárias acabaram perdendo espaço nos últimos anos”. 

Essa aceleração na digitalização provavelmente deve trazer mudanças nos portais já existentes também. “Tomando a Zillow como exemplo, a companhia vem buscando alguns experimentos de vendas diretas, com um time próprio de vendas, o que lança um pouco de dúvidas acerca da sustentabilidade e do crescimento do modelo clássico de portal. Para mim, fica claro que o modelo portal tem limitações e que possivelmente uma inteligência de dados que uma solução como essa dispõe talvez seja o principal ativo dessas plataformas.. A Zillow, por exemplo, já percebeu que a conta não fecha se for apenas um marketplace”, comenta Rodrigo. 

Nesse sentido, Rodrigo acredita que a La Haus pode ter mais dificuldade para se inserir no mercado. “A empresa chega para entrar em um mercado mais maduro, de concentração e redução de players, no qual existe um player dominante, que é a OLX, através do ZAP+, além de Imovelweb, Casa Mineira, players locais e uma incógnita, que é o Mercado Livre, que ainda não olhou a sério para o imobiliário. Para a La Haus garantir seu espaço, vai ter que apresentar uma estratégia diversificada e que seja assimilada pelo mercado”. 

Mariana, por sua vez, destaca que, além da digitalização, as empresas que querem obter bons resultados no mercado devem apostar em outros elementos, como um cuidado maior com suas próprias equipes e também com a experiência do consumidor. “Existe um levantamento do DataZAP que aponta, por exemplo, que a média na avaliação da experiência do consumidor é de 3 pontos, em uma classificação de 0 a 10. Ou seja, há muito para se melhorar nessa área”.

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