Imobi Report

Como o coronavírus impacta o mercado imobiliário

Já tem alguns dias que falamos de Covid-19 aqui no Imobi, até então sem muito destaque. Dada a escalada que o assunto tomou, reunimos notícias e informações sobre o tema que envolvem direta ou indiretamente o imobiliário.

Pandemia – esse é o termo correto para o estado atual do coronavírus, segundo a OMS. Em menos de uma semana, o número de infectados no Brasil saltou para 234 (até o fechamento dessa edição). Uma série de eventos do setor imobiliário já foram cancelados ou adiados no Brasil e no mundo. A Portugal Home Week 2020 foi cancelada, o Salão Imobiliário de Madrid adiado para novembro. No Brasil, o Aluguel Master, evento da CUPOLA sobre locação, também adiado. O Summit Abrainc ficou para novembro.

Em todo o mundo, discute-se sobre como a pandemia afeta o imobiliário. Na Forbes, análises sobre o impacto no Reino Unido e em Seattle. No Idealista, como afeta Portugal. Na Curbed, como atinge Nova York.

Nova York, inclusive, onde os despejos estão proibidos pelo governo por uma semana. Além da imposição, imobiliárias se comprometeram a interromper despejos por 90 dias. A preocupação vem porque o vírus está prejudicando a renda de muitas pessoas que trabalham com serviços. Sem renda, podem deixar de pagar seus aluguéis e virem a ser despejadas de suas moradias.

No Brasil, os primeiros reflexos devem ser sentidos nesta semana. Para trazer mais luz sobre este contexto, a CUPOLA vai reunir – remotamente – um grupo de profissionais do mercado para avaliar os impactos e formas de atuação para imobiliárias e construtoras. A transmissão ao vivo ocorre hoje, às 20h, e você pode se inscrever para participar neste link. Serão abordados temas sobre a estruturação da operação home office, atendimento remoto de clientes, inside sales, plataformas de comunicação à distância, além de hacks de marketing, estratégia e gestão comercial em tempos de coronavírus.

Incorporadoras

As Bolsas de Valores tiveram quedas gritantes desde a última semana. No Brasil, foram cinco circuits breaker, que consiste na pausa das negociações para que as ações não se desvalorizem ainda mais. Nos EUA, o Banco Central zerou a taxa básica de juros, na tentativa de impulsionar a economia. Já o governo federal brasileiro estuda medidas para estimular a economia, como antecipar a primeira parcela do 13º de novembro para abril.

As quedas na Bolsa vêm justamente num momento em que muitas incorporadoras preparavam sua abertura de capital. Nessa reportagem do Neofeed sobre IPOs do começo do mês, especialistas falam sobre como os resultados a longo prazo provavelmente não serão afetados pelo Covid-19. Porém, mais de 20 empresas que vislumbravam IPO até maio tiveram seus planos suspensos.

A Abrainc apresentou ao Ministério do Desenvolvimento Regional uma proposta para o novo Minha Casa Minha Vida. O ponto principal é uma redução da taxa do crédito imobiliário para algo entre 4% e 6% ao ano. Rubens Menin, conselheiro da Abrainc e cofundador da MRV, disse para o Estadão: “Com base em estudos técnicos, achamos que a partir de uma taxa de 4%, o programa fica em pé”. Outra sugestão é a extinção da faixa 3, para que os recursos sejam melhor utilizados nas primeiras faixas.

Estamos de Olho

No mês da mulher, o Imobi preparou conteúdos exclusivos sobre elas e o imobiliário. Hoje, trazemos a reportagem “De donas de casa a dona da casa”, que aborda o poder de compra feminino eo poder de descisão na jornada de compra do imobiliário. Confere aqui!

Na Loft, são três mulheres à frente das áreas de pessoas, administração e jurídico: Gabriela Cañas, Flora Oliveira e Renata Feijó, respectivamente. Pensando em melhorar a cultura de trabalho para um ambiente mais igualitário, a Loft definiu metas de contratação de profissionais do gênero feminino, inclusive nos cargos de liderança, além de intensificar mentorias feitas por e para mulheres. Também lançou a licença parental na startup – nesta, homens também tiram seis meses de licença quando têm um filho.

Como é a representatividade feminina nos anúncios do YouTube? Uma pesquisa do Instituto Geena Davis (sim, a Thelma, de Thelma e Louise) analisou campanhas veiculadas na plataforma. A pesquisa constatou que a presença feminina nas propagandas está praticamente párea com a masculina (46% são mulheres), mas elas são mais novas (geralmente entre 20 e 30 anos) e representam setores específicos, como varejo, saúde e bens de consumo não duráveis. A pesquisa completa pode ser acessada aqui.

Imobiliárias

Bruno Larssen é head de conteúdo criativo na Infinity, imobiliária de Torres, Rio Grande do Sul, mas não foi assim que começou sua carreira. Depois de atuar alguns anos como corretor de imóveis, percebeu que não tinha o perfil e se encaixava mais no setor de marketing – sem deixar de lado seu tino e gosto pelo imobiliário. Larssen conta como reinventou seu papel na imobiliária em artigo publicado no Imobi Report.

AoCubo é um portal imobiliário que faz a qualificação de leads, a partir de um atendimento semiautomatizado. Funciona assim: depois que o usuário é atendido por inteligência artificial, corretores cadastrados recebem um alerta e o mais rápido segue o atendimento, similar à lógica do Uber. O cadastro de imóveis por imobiliárias ou corretores é gratuito e a AoCubo ganha no fechamento, com comissão. Atua na cidade de São Paulo, mas pretende expandir para o interior do estado, além de Rio de Janeiro e Curitiba. 

A Resale e o Banco do Brasil devem lançar um portal para venda de imóveis usados. No primeiro momento, com 1600 imóveis, sendo dois terços de casas e um terço de apartamentos. Já o ImovelWeb tem expectativa de crescer 20% neste ano, em relação a 2019.

A Superlógica, software de gestão imobiliária, recebeu um aporte de R$ 300 milhões do Warburg Pincus. O investimento será revertido em contratação, aquisições e novos produtos que fazem uso de inteligência artificial.

A Orchard, plataforma de compra e venda de imóveis americana, lançou uma nova usabilidade no seu portal. Agora, os usuários poderão selecionar seus imóveis de acordo com o quanto eles desejam algum item. Na prática, podem selecionar se um fator é muito importante; se seria legal tê-lo, mas não é essencial; ou se não é importante. Segundo a plataforma, normalmente os portais selecionam pré-requisitos de uma forma binária (ou o comprador quer ou não quer). No novo formato da Orchard, o teste está em abrir mais possibilidades de personalização da pesquisa por imóveis, levando em consideração as prioridades do usuário. (em inglês)

Tecnologia

A XYZ Reality quer levar a realidade aumentada para o canteiro de obras. A startup inglesa desenvolveu um capacete, com uma viseira acoplada, que projeta um holograma à frente do usuário. Com isso, ele pode instalar objetos, como vigas e tijolos, com uma precisão de 5mm. A tecnologia chamou atenção rápida de investidores: a startup acaba de levantar 5 milhões de libras em sua primeira rodada de investimentos. Segundo a XYZ, sua tecnologia permite construir um banheiro inteiro em duas horas, enquanto sem o tal capacete levaria pelo menos um dia. (em inglês)

Já com impressão 3D, uma casa econômica inteira poderia ser erguida em um dia. Quem afirma é Fernando Grim, CEO da Domus 3D, spin-off da catarinense Vetor CNC. “A impressora 3D nada mais é do que uma CNC, mas em vez de usinar materiais, faz a deposição deles. Pegamos a nossa expertise na fabricação de máquinas CNCs e estamos empregando na construção civil, não apenas no robô Domus 3D, como em outras soluções para automatizar o setor”, disse em entrevista à Smartus

Um escritório de arquitetura americano desenvolveu um prédio-bateria. Ou algo perto disso. Tirando o andar térreo e as janelas, todas as demais superfícies do Front Flats estão envelopadas por painéis solares, o que faz o edifício parecer uma miniusina. E mais: a energia gerada pelos painéis é 20% superior à demanda dos seus 28 apartamentos, o que faz o edíficio ser uma miniusina. A eficiência energética, contudo, não salva o Front Flats das críticas de ordem estética: o próprio filho do arquiteto responsável pelo projeto considera o prédio feio. (em inglês)