Como anda a confiança dos empresários do imobiliário?
Resumo
A confiança dos empresários do setor imobiliário fechou com estabilidade o ano de 2022. Confira os números divulgados pela ABRAINC.
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A confiança dos empresários do setor imobiliário fechou com estabilidade o ano de 2022. Os executivos do setor estimam que as vendas na incorporação terão uma alta nos próximos 12 meses, mas manterão, nos três primeiros meses de 2023, o mesmo patamar do último trimestre de 2022.
As informações são do Indicador de Confiança do Setor Imobiliário Residencial, realizado pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) em parceria com a Deloitte, maior organização de serviços profissionais do mundo.
A pesquisa, realizada com 51 construtoras e incorporadoras entre 10 e 23 de janeiro, e divulgada em 27 de fevereiro, mostra ainda que os preços de imóveis residenciais continuam em crescimento. No último trimestre de 2022, a valorização foi de 8,1% ante o período anterior. Entretanto, o trimestre também apresentou um arrefecimento na alta dos custos de construção, devido à variação do INCC (Índice Nacional de Custo de Construção), que caiu para 9,4% em dezembro de 2022.
O valor dos insumos vem contribuindo para esse movimento e o custo de mão de obra passou a crescer mais do que o dos materiais, invertendo o comportamento registrado nos últimos anos. As expectativas de aumento nos preços para o segmento Médio e Alto Padrão (MAP) apontam para uma taxa de crescimento menor que a de preços para o Minha Casa Minha Vida (MCMV) ao longo dos próximos 12 meses.
O índice de procura de imóveis se manteve em alta para o MCMV no último trimestre de 2022, enquanto o MAP teve demanda retraída neste mesmo período. No geral, o indicador voltou a cair depois da leve recuperação registrada no terceiro trimestre de 2022.
Após o bom crescimento no terceiro trimestre, o índice de vendas geral registrou retração neste trimestre de -5,3%, voltando aos patamares do final de 2021. Este indicador tem sido pressionado pelo desempenho de vendas de imóveis do segmento de MAP, que teve seu menor registro da série histórica no 4º trimestre de 2022.
Já o desempenho do mercado de imóveis residenciais registrou um leve recuo no quarto trimestre do ano passado, em comparação com o trimestre anterior, pressionado sobretudo pelo médio e alto padrão, que teve uma ligeira baixa na procura e vendas de imóveis.
O contexto doméstico, de juros elevados, também se mostra como um cenário desafiador para 2023. Nesse sentido, houve leve redução na expectativa geral de empresas que pretendem adquirir terrenos para futuros empreendimentos de imóveis residenciais. Mesmo com um cenário mais otimista no segmento de menor renda, o cenário geral é resultado da pressão em MAP.
Otimismo em lançamentos
Por outro lado, a expectativa de lançamentos de imóveis está otimista, no âmbito geral, para os próximos 3 a 12 meses. O estudo aponta que a expectativa para lançamentos se encontra em bons patamares neste trimestre frente ao anterior, tanto para o segmento MCMV quanto para o MAP, de 93% no 3º trimestre para 96%.
“As mudanças implantadas no Casa Verde e Amarela ao longo de 2022, aliada à grande capacidade de empréstimo da Caixa na área de habitação, com a elevação do prazo máximo de financiamento de 30 para 35 anos, foram fundamentais para ampliar o acesso à moradia para famílias de baixa renda. Com as novas medidas do governo anunciadas em fevereiro para o Minha Casa Minha Vida, acreditamos que o setor deve continuar com um bom desempenho neste ano. O retorno do programa tem um papel fundamental neste cenário, pois amplia o acesso das famílias mais carentes à moradia, contribuindo no combate ao déficit habitacional e na inclusão social para a população de menor renda”, analisa o presidente da Abrainc, Luiz França.
Indicador de confiança do setor imobiliário residencial
O mercado imobiliário segue sendo um forte indutor da roda econômica no país. Entretanto, o desempenho do setor tem sido afetado frente às incertezas econômicas.
Apesar de o indicador de vendas de imóveis residenciais não ter sofrido grandes variações, sustentado pelo índice de procura e aquisição no segmento MCMV, a procura e as vendas de imóveis de forma geral desaceleraram neste trimestre, indicando que as condições de financiamento atuais, aliada a tendência de alta nos preços podem impactar decisões de compra nos curto e médio prazos”, destaca Claudia Baggio, sócia de Financial Advisory e líder da prática de Real Estate da Deloitte.
Confira um resumo dos principais indicadores da pesquisa Abrainc/Deloitte
- Os executivos do setor imobiliário residencial esperam manutenção nas vendas para o 1º trimestre de 2023 e aumento nos próximos 12 meses
- Os preços seguem com a tendência de crescimento menor se comparados aos trimestres passados, mas ainda com perspectivas de alta
- A taxa de crescimento de preços entre trimestres foi de 8,1%
- Houve redução da demanda por imóveis residenciais no 4º tri/2022 em relação ao anterior. O segmento de Médio e Alto Padrão (MAP) vem pressionando os indicadores.
Fonte: Abrainc
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