Opinião

A tecnologia chegou à venda de imóveis retomados

Por Igor Freire

O estoque de imóveis retomados pelos bancos no país oferece muitas oportunidades, tanto para o investidor como para quem quer comprar um imóvel com desconto. 

É um mercado que oferece diversidade em opções. No primeiro trimestre deste ano, o mapeamento sobre a base de imóveis retomados do BTG Pactual + Resale mostrou que este mercado equivale a 7,8 bilhões de reais. E a compra pode ser tão simples quanto a de um imóvel padrão.

Isso porque o estoque não é apenas composto por imóveis ocupados, que precisarão de medidas judiciais para que possam ser ocupados pelos novos compradores. Segundo levantamento das bases nacionais, 12,8% dos imóveis retomados disponíveis para venda no Brasil estão desocupados.

Alguns imóveis podem ainda ser adquiridos sem que para isso o comprador precise realizar lances em um leilão ou ler editais, modalidade conhecida como venda direta. É o que prevê o mecanismo de alienação fiduciária (Lei nº 9.514/97) após a unidade ter passado por dois certames obrigatórios. 

Apesar das modalidades de compra que oferece, o segmento de imóveis retomados, enquadrados como bens não de uso próprio (BNDUs) era inacessível para muitos clientes e investidores.

Antes, para buscar um imóvel específico era necessário entrar no site de cada leiloeiro, um mercado extremamente fragmentado. Muitas vezes, os bancos tinham de escolher de dois a três leiloeiros, entre 200 cadastrados, para realizarem seus anúncios.

Agora, todo o estoque de imóveis retomados fica disponível a um clique. Também é possível ter acesso a uma lista dos próximos leilões que serão realizados no país, viabilizada por meio de parcerias com leiloeiros. Os compradores e investidores podem ainda ser atendidos por corretores de imobiliárias, que têm acesso aos imóveis da plataforma e o assessoram na busca da unidade ideal para seus objetivos.

A comodidade é enorme: a compra inteira pode ser feita digitalmente com o upload da documentação e aquisição da propriedade do interesse do consumidor. A compra é confirmada em no máximo 48 horas.

E esta disrupção no setor imobiliário está a pleno vapor. Startups tornam a compra do imóvel e o aluguel mais fácil. Já as construtoras realizam visitas virtuais e organizam a documentação, inclusive proveniente de cartórios, e tornam o processo de compra cada vez mais digital. 

É natural, portanto, que essa jornada tenha chegado também aos imóveis retomados.

Igor Freire é CRO (Chief Revenue Officer, diretor de receitas) da Resale, outlet de imóveis que desenvolve soluções para gestão e venda de ativos que retornam ao mercado provenientes das instituições financeiras, grandes empresas ou Governos. Com pós-graduação pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) em Inovação e Design Thinking e também em Marketing Digital pelo Esade Ramon LLull University, na Espanha, o executivo soma mais de 12 anos de experiência no mercado de imóveis.