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Em alta, vendas e buscas na locação aceleram retomada
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Em alta, vendas e buscas na locação aceleram retomada

29 set 2020
Redação Imobi
Redação Imobi
9 min
Em alta, vendas e buscas na locação aceleram retomada

Resumo

Alta nas vendas e locação dão indicações de que o mercado imobiliário está vivendo uma retomada. Confira no Imobi Report o conteúdo completo.

Quase metade dos corretores de imóveis (46%) fechou novos negócios durante os seis meses desde a chegada da Covid-19 ao Brasil. Em levantamento realizado pela plataforma Homer, somente 5% dos corretores relataram desistências de clientes em negociações de compra de imóveis, por causa da pandemia. No entanto, 39% afirmaram ter visto clientes adiarem a compra. Há muita expectativa para os próximos meses: a cada 10 corretores, seis esperam uma recuperação significativa do volume de negócios. 

A recuperação acelerada do mercado imobiliário é tema de reportagem do Nexo, que mostra em detalhes como o setor conseguiu se reerguer em meio à pandemia. Um dos principais fatores é justamente o resultado nas vendas, o melhor para o período desde 2014. Foram mais de 61 mil imóveis comercializados entre janeiro e junho, 10,6% a mais do que os seis primeiros meses de 2019 – o melhor mês foi maio.

No Rio de Janeiro, por exemplo, este foi o melhor mês de agosto dos últimos quatro anos, em se tratando de vendas de imóveis. De acordo com dados do Secovi local, foram fechadas mais de 18,2 mil transações residenciais na cidade, nos oito primeiros meses do ano. Cerca de 20% delas apenas no mês de agosto.

Nada disso seria viável, porém, sem a Selic baixa. Houve aumento no número de financiamentos imobiliários, que chegaram ao patamar de R$ 11,7 bilhões em agosto, de acordo com dados da Abecip. Esse resultado corresponde a um aumento de 74,4% em relação ao mesmo mês de 2019.

A busca por imóveis para alugar também cresceu exponencialmente. Reportagem da Exame mostra que diversos termos relacionados ao mercado imobiliário tiveram aumento significativo de pesquisas no Google. Algumas das palavras que os clientes mais pesquisaram: imobiliárias (+33,2%), classificados (+302,2%), incorporadoras (+23,7%), aluguel (+66,69%) e compra/venda (+66,73%). No entanto, o grande destaque ficou para o termo “casas para alugar”, que teve aumento de 668% nas buscas no mês, comparando com agosto do ano passado.

Investidores perceberam essa tendência e também se preparam para faturar com a crescente demanda. Os resultados obtidos pela Lopes entre março e agosto são um bom exemplo disso. Dos novos empreendimentos vendidos pela imobiliária no período, 60% foram para pessoas interessadas em aplicar seu capital em imóveis, para obter renda com aluguel.

As cidades universitárias, no entanto, aindam sofrem com o êxodo dos estudantes, como já mostramos anteriormente. Em Campinas, por exemplo, a taxa de ocupação de imóveis para estudantes caiu de 90% para 30%.

A situação dos aluguéis comerciais também preocupa. De acordo com reportagem do Valor, São Paulo e Rio de Janeiro terão mais escritórios vazios em 2021. No Rio, a taxa de vacância de imóveis corporativos já chega a 32%. Aliás, os imóveis comerciais da capital ainda têm o metro quadrado mais caro entre as 10 cidades monitoradas pelo índice FipeZap.

Para facilitar os novos contratos de locação, a Porto Seguro acaba de lançar um novo seguro fiança. O Aluguel Essencial promete mais facilidade e agilidade nas locações, de olho no “inquilino de primeira viagem”. Em entrevista ao Imobi, o gerente de produtos da Porto Seguro, Rodrigo Elorza, explica como a seguradora fez para oferecer o seguro com taxa fixa de 8%.

Por falar em novas soluções para o mercado de locações, conheça a trajetória da RuaDois, a empresa que estava no lugar certo, no momento certo, neste ano de 2020. O Imobi conversou com Paulo Fernandes, CEO da RuaDois, para entender o segredo por trás dos expressivos números da startup. Desde que a pandemia de Covid-19 chegou ao Brasil, a RuaDois viu sua carteira de clientes e o faturamento triplicar, oferecendo soluções para a digitalização de processos das imobiliárias. 

Em dúvida sobre como funcionam as integrações dos softwares que você escolheu para utilizar na sua imobiliária? Nesta semana, o Imobi Explica como garantir que os sistemas contratados para facilitar sua operação realmente estejam conectados entre si e gerem bom desempenho para sua imobiliária. 

Continua, hoje, o Bootcamp Dono de Imobiliária. Promovido pela CUPOLA, o treinamento gratuito indica como aproveitar melhor o novo momento do mercado imobiliário brasileiro. Ainda dá tempo de participar!


Incorporadoras

Com o mercado imobiliário aquecido, a busca por terrenos em São Paulo por construtoras começa a ficar mais acirrada. Há maior demanda nos eixos estruturantes, ou seja, nas regiões próximas de estações de metrô e corredores de ônibus. O Valor Econômico traz uma reportagem com várias incorporadoras que atuam na capital paulista, que comentam sobre a concorrência alta na compra de espaços.

Ainda sobre a capital, em levantamento exclusivo para a Exame, o Grupo ZAP analisa a rentabilidade e os melhores bairros para investir em São Paulo. A região da Sé tem a maior rentabilidade do aluguel, de 7,42%. Regiões centrais costumam ser bem avaliadas, por serem procuradas por pessoas que se mudam para São Paulo para trabalhar ou estudar. Assim como a zona leste. Já o bairro com rentabilidade mais baixa é o Anhanguera, de 3,96%.

A Tenda está investindo em construção offsite. As primeiras casas de construção woodframe foram entregues em um condomínio fechado no interior de São Paulo. Neste modelo, as casas são construídas com peças de madeira em uma fábrica, para serem montadas posteriormente no local. No documento divulgado pela incorporadora, é possível ver fotos da primeira entrega.

Na última semana, os acionistas da Tecnisa reuniram-se para rejeitar a proposta da Gafisa. Segundo o Valor Econômico, a Gafisa contratou o Credit Suisse para uma “abordagem mais estruturada” aos acionistas da Tecnisa, em busca de uma negociação amigável para união das incorporadoras. Sem a aprovação dos acionistas da Tecnisa, a Gafisa deverá “mapear alternativas”.

As ações da Melnick Even começaram a ser negociadas ontem na B3. A incorporadora levantou mais de 700 milhões de reais no IPO.

Nos fundos de investimento imobiliários, também há novidades. Segundo a B3, existem 11 novas ofertas de FIIs e mais 13 em andamento. IPO, FIIs, ações: o Imobi Explica essas e outras expressões do mercado financeiro.


Techs

O LinkedIn divulgou um levantamento com as 10 startups em alta no Brasil. Foram levados em consideração quatro pilares: crescimento do número de funcionários, engajamento, interesse de candidatos a vagas de emprego na companhia e atração de talentos. Das 10 selecionadas, duas são do mercado imobiliário: a Yuca (coliving) e a Loft.

A Loft, inclusive, comprou a Invest Mais, startup que conecta clientes a soluções de financiamento imobiliário. A Loft já tinha uma divisão interna dedicada ao tema, a LoftCredi, e fez a compra para reforçar sua estratégia como “plataforma de compra e venda de imóveis: depois de ajudar a escolher o apartamento ideal, a gente também ajuda o consumidor a decidir como pagar”, segundo o fundador e co-CEO da Loft, Mate Pencz, para o Estadão.

A EmCasa, startup de compra e venda de imóveis, recebeu um aporte de R$ 20 milhões. O investimento será alocado para desenvolvimento da própria tecnologia, e, para 2021, os planos incluem novos produtos, como consórcios e empréstimos para compra de imóveis.

No Nordeste, a CarpeDiem também recebeu uma rodada de investimento. A startup de gestão de aluguéis de temporada avalia e anuncia imóveis novos e usados em marketplaces, administra as reservas e trabalha com uma comissão de 20% sobre o valor da diária. Segundo o cofundador, Samuel Gondim, o número de reservas em agosto duplicou: “oferecendo pequenos apartamentos e casas de temporada, capturamos o fluxo que iria à hospedagem mais tradicional.”

O marketplace criado pela Votorantim Cimentos, Gerdau e TigreJuntos Somos +adquiriu a Triider. Esta startup tem um negócio como um “uber da reforma”, pelo qual clientes podem contratar pedreiros, eletricistas e pintores.


Transformação Digital

Você conhece o termo observability? Um artigo do Baguete explica que, como você pode imaginar, é sobre a habilidade de observar. Mais do que isso: é observar com inteligência para gerenciar a performance das ferramentas que usamos na empresa, avaliando a real necessidade da sua operação e quais potenciais falhas e problemas. Destacamos: “Hoje, tão importante quanto ter uma loja virtual, por exemplo, é garantir que ela esteja em funcionamento ininterrupto, com uma experiência excelente para os usuários. Você já sentiu aquela frustração de tentar falar com o suporte de uma marca e descobrir que o sistema está off-line? É essa a sensação que todas as marcas têm de evitar provocar. (…) É disso que se trata o Observability. A gestão de serviços de TI não pode ser mais reduzida às métricas e logs. É preciso também avaliar o contexto, as demandas e os processos exigidos pelas pessoas”.

Já um artigo no CanalTech trata sobre como tecnologias de inteligência artificial, big data e neurociência continuam avançando, mas ainda não foram capazes de sintetizar um importante dado: as reações emocionais dos usuários. Isso pois as emoções são mensuradas através de reações fisiológicas e nem sempre as tecnologias têm acesso a estas reações.

A DocuSign, player conhecido no mercado imobiliário, lançou um ebook sobre a História da Inovação em 50 acordos. Por exemplo: um acordo entre a IBM e a Microsoft possibilitou a criação do computador pessoal.

Transformação digital neste momento é imperativa. Mas se você ainda não aderiu na sua empresa, algumas dicas para começar: digitalize a documentação; rastreie custos e processos; e conheça e aplique conceitos de UX (experiência do usuário), aprimorando o relacionamento com o seu cliente.

Ainda sobre transformação digital: João Kepler, investidor anjo, fala sobre o tema em um vídeo com menos de 4 minutos para a Gazeta do Povo.


Mundo

O Zillow, maior portal imobiliário dos Estados Unidos, entra, oficialmente, no mercado de imobiliárias. Até então, a empresa não tinha corretores próprios. Agora, através da Zillow Homes, corretores contratados vão gerenciar o contato entre os clientes do seu programa de iBuyer, o Zillow Offers. O Zillow afirma que a nova modalidade deve minimizar ruídos no programa de iBuyer, mas não deverá substituir os corretores parceiros nas demais transações. (Em inglês)

Nos EUA, as vendas de imóveis usados também estão em alta. Em agosto, alcançaram o nível mais alto nos últimos 14 anos, segundo a Associação Nacional de Corretores.

O Tribunal de Justiça da União Européia validou uma lei francesa que regulariza os aluguéis mais curtos para turismo, por meio de plataformas como o Airbnb. Proprietários precisam de autorização do governo para alugar seus imóveis, estando passíveis de multa caso não a tenham. Esta é uma das formas que a França emprega de regulação de aluguéis por temporada, que podem promover a gentrificação e escassez de imóveis para moradores tradicionais. Para entender este cenário, no Imobi, já falamos sobre os países europeus que estão buscando soluções para controlar os aluguéis.


Estamos de olho

Os corretores invadiram o Tik Tok. A nova rede social de vídeos curtos e memes está sendo explorada pelos profissionais do mercado imobiliário: no Conecta Imobi, já pudemos observar palestras e workshops sobre o assunto, que agora chega na imprensa tradicional. Na Exame, Ricardo Martins, Alexandre Haberland e Kleverson Passos são citados.

Para assistir: na Globo, a primeira mestre de obras mulher da Bahia conta mais sobre o projeto Marias na Construção, um projeto que forma mulheres para trabalharem na construção civil.

Em condomínios residenciais, algumas iniciativas de sustentabilidade vêm partindo dos próprios moradores. Soluções de compostagem, descarte correto de lixo e óleo e adoção de diversos produtos e sistemas que minimizem o impacto ambiental são fruto da organização dos vizinhos.

Na sua coluna de setembro, Elisa Tawil faz uma reflexão sobre a responsabilidade do mercado imobiliário em realizar ações que promovam a sociedade. Como o incentivo ao emprego de mais mulheres e certificações ambientais para além dos empreendimentos, incluindo a operação das empresas e stakeholders. Confira.

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