Senado aprova proibição temporária dos despejos
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O projeto de lei que proíbe despejos durante a pandemia da Covid-19 foi aprovado e agora deve passar pela sanção do presidente Jair Bolsonaro. Além desta questão, o projeto traz outros pontos relacionados à manutenção da sociedade e da justiça brasileira enquanto durar a crise do novo coronavírus: prorroga o mandato dos síndicos, que também ficam autorizados a proibir festas e restringir uso das áreas comuns. O PL ainda congela os prazos de abertura e conclusão dos processos familiares de sucessão, partilha e inventários, entre outros.
Já a MP que facilita a venda de imóveis da União está na mesma etapa: foi aprovada pelo Senado e espera a sanção presidencial. Porém, a expectativa do ministro da Economia de arrecadar R$ 1 trilhão deve não se concretizar: segundo dados do BCU, os imóveis que podem ser vendidos são somente os que não estão sendo usados pela administração, nem são para uso comum da população. Estes somam R$ 376,1 bilhões.
O economista Gil Castello Branco, fundador da Associação Contas Abertas, em entrevista ao Seu Dinheiro, afirma que a venda não será fácil; “Muitos imóveis estão em péssimo estado, invadidos e em locais que não despertam interesse do mercado. Além do mais, em época de pandemia os recursos privados também estão escassos e o interesse por aquisição de imóveis não é uma prioridade”. A reportagem vai além: “Para ele, a União é muito provavelmente “a maior e a pior imobiliária do mundo” pela falta de vocação e capacidade de gestão para administrar esses imóveis em vários Estados.”
Imobiliárias
Se você ainda não tem seu @ no PicPay, talvez seja uma boa hora para conhecê-lo. O PicPay é uma carteira digital, na qual o usuário pode cadastrar seu cartão de crédito para pagar contas ou fazer transferências. A Lello, rede de imobiliárias paulista, fechou uma parceria com o aplicativo para seus inquilinos parcelarem os aluguéis. Os locatários que fizerem uso desta forma de pagamento receberão 10% do aluguel em cashback. A parceria promoveu o desconto, mas qualquer imobiliária pode sugerir o PicPay como forma de pagamento, uma vez que usuários podem parcelar boletos de todos os tipos, mediante juros.
No Rio de Janeiro, as novas ofertas de aluguel caíram cerca de 15%. As vendas de imóveis tiveram queda ainda maior, de 40%. Já em São Paulo, a inadimplência na locação aumentou 50%, segundo dados do Creci. E a devolução de imóveis alugados foi 28,10% superior aos novos contratos de aluguel.
Também na capital paulista, 27% das imobiliárias perceberam um aumento no atendimento a clientes, segundo dados do Secovi-SP. Porém, este aumento não se reflete no fechamento de negócios.
Um levantamento da CUPOLA com imobiliárias brasileiras apontou que, entre os maiores desafios desde o início da quarentena, destaca-se a negociação de contratos de aluguel junto a inquilinos e proprietários de imóveis. A pesquisa também traz outra informação importante, decorrente dessa maior negociação entre as partes: metade das imobiliárias já alterou a oferta de garantias locatícias para os novos contratos, priorizando opções mais seguras e o seguro-fiança desponta como garantia prioritária para mais de 36% das imobiliárias.
Para apoiar imobiliárias no desenvolvimento de um plano de ação focado na geração de resultados na operação de aluguel, a CUPOLA lança a terceira edição do Aluguel Master. Há somente 10 vagas para imobiliárias de todo o país. Inscrições, aqui.
Incorporadoras
Construtoras que atuam no Minha Casa Minha Vida estão sofrendo menos com os impactos da crise na construção civil ocasionada pela pandemia de Covid-19. De acordo com dados do Secovi-PS, referentes à primeira semana de maio, enquanto as vendas de empreendimentos de médio e alto padrão despencaram 65%, as do MCMV registraram queda de 30%.
No Nordeste, os impactos da Covid-19 podem ser devastadores, inclusive para a construção civil. Já está decidido que o setor estará na primeira fase de retorno em algumas regiões, como o Ceará, um dos Estados mais atingidos pela pandemia. No entanto,há indícios de que o número de demissões na construção civil pode ser muito maior no Nordeste do que nas outras regiões brasileiras.
As vendas de imóveis continuam sendo um desafio com o avanço da pandemia de Covid-19 no Brasil, ainda que a construção civil tenha sido incluída na lista de atividades essenciais, com obras a pleno vapor em algumas regiões. Desta forma, o mercado imobiliário continua tendo que se reinventar e a tecnologia tem sido uma grande aliada para driblar as dificuldades, inclusive com a utilização da realidade virtual para que os clientes possam “visitar” os imóveis.
Outra estratégia que tem sido bastante utilizada no mercado imobiliário para se aproximar dos clientes também está relacionada à tecnologia, com a realização de meetings e vendas digitais.
Os projetos residenciais também devem passar por grandes mudanças, agora que a tendência do home office chegou para ficar. Com essa mudança de hábitos, os escritórios de arquitetura já começam a receber pedidos feitos pelas incorporadoras para alterações em projetos, principalmente de médio e alto padrão, para incluir mais espaço para estações de trabalho e até mais áreas verdes para descanso.
Ainda falando de inovação na construção civil e no mercado imobiliário, um levantamento da Prospecta Obras, startup que mapeia as obras em andamento no Brasil, aponta que o setor terá que se organizar de maneira muito diferente para se reerguer no período pós-pandemia. Algumas mudanças sugeridas são referentes a qualificação de mão de obra, diminuição da burocracia e maior investimento em marketing digital, entre outras. Até o uso de drones, inteligência artificial e realidade aumentada podem ser técnicas utilizadas nesse futuro momento da construção civil.
A percepção de que imóveis são ótimas oportunidades de investimento, por outro lado, têm ganhado ainda mais força em meio à pandemia. O número de compradores que apostaram em imóveis para investir, que já tinha subido de 36% para 44%, do primeiro para o último trimestre de 2019, agora tende a subir ainda mais, com uma possível redução nos preços. Nesta semana, inclusive, o Estadão mostra quatro segredos para comprar imóveis baratos durante a quarentena.
Mesmo assim, há quem diga que será impossível frear a crise no mercado imobiliário, que deve sentir os efeitos da pandemia de Covid-19 já no curto prazo, interrompendo, assim, o boom que estava vivendo desde o ano passado.
Outros tipos de investimentos, por sua vez, podem se tornar grandes furadas, com a imprevisibilidade econômica causada pela pandemia, se o investidor não tiver alguns cuidados a mais, como não tomar decisões precipitadas e procurar oportunidades menos voláteis. A precaução, inclusive, para o mercado de ações.
Techs
O Imobi já vem mostrando a crise no Airbnb há tempos. Muita gente deve ter pensado: “mas qual a relação direta da startup com o mercado imobiliário, se eles trabalham com aluguéis para turismo?”. A resposta vem agora, com a pandemia: diante da crise no setor, o Airbnb está investindo pesado no mercado de aluguéis de longo prazo, para tentar se recuperar dos impactos que o coronavírus trouxe para o negócio.
O Softbank também vai de mal a pior, acumulando um prejuízo anual recorde, de 13 bilhões de dólares. Masayoshi Son chegou até a se comparar com Jesus Cristo para defender sua estratégia de investimento, após fazer essa revelação, na semana passada.
Enquanto uns veem seus negócios afundarem, outros estão aproveitando a oportunidade para lançar novos produtos e serviços. Este é o caso da JFL Living, holding que tem entre seus sócios Jorge Felipe Lemann. Em meio à pandemia, a empresa está aproveitando para desengavetar projetos, como o lançamento de um marketplace e deve somar mil imóveis em sua base até o primeiro semestre de 2022.
Quem também continua lucrando – e muito – durante a pandemia é a Amazon, que teve um aumento de 26% em sua receita no primeiro trimestre deste ano, quando boa parte da população mundial passou a ter que ficar confinada em casa, podendo fazer compras apenas de forma online. Aliás, seu fundador e CEO, Jeff Bezos, pode se tornar o primeiro trilionário do mundo.
O mercado imobiliário também está encontrando novas soluções. Ontem, a Yuca começou a captar um crowdfunding de investimento imobiliário residencial. Com essa espécie de vaquinha virtual, é possível ser sócio ou dono de apartamentos reformados e decorados, em regiões com alta procura. O financiamento coletivo acontece por meio da plataforma Bloxs Investimentos. Para esse investimento, a Yuca criou uma Sociedade com Propósito Específico (SPE), que será proprietária de dois apartamentos operados pela própria fintech.
Mundo
O Idealista, site de notícias do mobiliário português, listou, em parceria com o portal lusitano Iad, os novos cuidados de higiene que imobiliárias devem tomar. Além dos que já conhecemos (limite de equipes por sala, manter portas e janelas abertas, evitar toques e fazer uso de máscaras e álcool gel), há algumas observações que destacamos: recomendam que o corretor se desloque individualmente, a pé ou com veículo próprio; que evite dar carona para clientes e, se for necessário, procurar levar uma pessoa de cada vez; opte por escadas e não elevadores; e, quando for necessário assinar documentos, que leve uma caneta para cada pessoa que irá assinar e os papéis dentro de pastas de plástico, que podem ser facilmente higienizadas.
A venda de casas usadas nos Estados Unidos em abril sofreu uma queda de cerca de 18% – o maior declínio desde julho de 2010.
Também nos EUA, uma startup de locação vem crescendo durante a pandemia da Covid-19. A Globe é uma startup de curta locação – mas curta mesmo. A premissa é alugar cômodos ou apartamentos inteiros por apenas algumas horas. O negócio começou pré-corona, mas com a pandemia e o desejo de um tempo sozinho por parte de quem divide uma casa (seja com família, cônjuges ou amigos) alavancou o negócio.
E Nova York… Um artigo da Folha de S. Paulo reflete sobre os desafios da cidade que nunca dormia, mas que durante a pandemia está passando por noites silenciosas. Só na Big Apple, mais de 20 mil pessoas faleceram de coronavírus. Há problemas com o transporte público, turismo, comércio e gastronomia. E o imobiliário enfrenta suas próprias batalhas, em especial, a inadimplência: dois terços da população mora em imóveis alugados.
Depois do Google e do Twitter, o Facebook anunciou que adotará o home office permanente. Com as empresas percebendo que funcionam à distância e este movimento se propagando, grandes centros comerciais começam a rever suas necessidades.
Em Londres, especialmente, há uma situação extraordinária. A cidade tem um plano diretor rígido, que limita a construção de prédios de escritório para poucas regiões da cidade. Os novos empreendimentos, além ter suas obras paradas por conta do isolamento social, começam a questionar sua real necessidade. A imprensa londrina pergunta-se: seria o fim dos skyscrapers na cidade?
Estamos de Olho
Nas novas formas de consumo frente ao coronavírus, o uso de galpões e soluções de armazenamento cresce. Isso pois pessoas estão se mudando para imóveis menores, às vezes até de cidade, para economizar no aluguel, mas não querem se desfazer de seus pertences. E a situação acontece também com empresas e comércios que fecham as portas, mas não podem se desfazer de seu estoque ou móveis, optando por soluções mais baratas de armazenamento.
Durante a pandemia, as pessoas estão ligando menos para as empresas, mas estas também estão deixando de atender mais ligações. Esta análise faz parte de um levantamento da PhoneTrack, plataforma de call tracking brasileira, sobre o comportamento do consumidor ao telefone durante o primeiro mês da COVID-19 no Brasil. No Imobi, você encontra estes e mais dados e uma entrevista com Marcio Pacheco Jr, CEO da PhoneTrack.
Veronica Oliveira é case de marketing brasileiro: tem mais de 100 mil likes no Facebook e 28 mil no Instagram. A ex-diarista começou na internet com vídeos para divulgar seu trabalho de limpeza e agora se dedica a sua página Faxina da Boa, que compartilha dicas de limpeza e, principalmente, procura dar mais dignidade para a profissão tão comum nos lares brasileiros – sendo diarista ou tendo a ajuda de uma. Em entrevista para a Folha de S. Paulo, Veronica compartilha como a pandemia do coronavírus evidencia a relação entre profissionais e as casas em que trabalham. Vale a leitura.
A desumanização dos profissionais que trabalham dentro de casa não é exclusiva do Brasil. A New York Magazine traz o relato, em inglês, de cinco babás que estão trabalhando durante a pandemia.
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