Último Imobi do ano: retrospectiva de 2019 e previsões para 2020
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O Imobi Report comemora seu primeiro Natal. Lançamos nossa primeira edição em fevereiro deste ano e foram outras 42 desde então. De lá pra cá, muita informação passou pela nossa curadoria: mais de 1.250 links com notícias, comentários e eventos selecionados pela nossa equipe de jornalistas. A cada dia, 5 novos leitores se juntam à comunidade do Imobi, que é formada por profissionais do mercado imobiliário nos quatro cantos do Brasil. Abaixo, selecionamos os temas que mais marcaram presença nas nossas edições. Segue o fio:
Acompanhamos o decorrer do ciclo imobiliário. Diversas notícias ao longo do ano reforçam a análise de que o mercado imobiliário brasileiro caminha para um novo ciclo de expansão – mudança bem ilustrada pela captação recente de construtoras e incorporadoras na bolsa e nas altas contínuas dos fundos imobiliários.
Falando em incorporadoras, pudemos observar um forte investimento em médio e alto padrão, assim como a redução dos projetos do Minha Casa Minha Vida. A insegurança quanto à política de habitação popular, que permanece incógnita no governo Bolsonaro, levou as construtoras a buscar novas formas de atuação.
Entre as novidades, destaque para a entrada de players tradicionais da construção civil no mercado de aluguel, como a MRV e a Cyrela, além da Vitacon. Também chamou a atenção o lançamento de empreendimentos vocacionados para o formato de aluguel.
O movimento contrário também acontece, no caso do QuintoAndar. Neste ano, a startup tornou-se unicórnio, quando é avaliada em mais de 1 bilhão de dólares, e anunciou a entrada no mercado de compra e venda de imóveis.
Trouxemos muitas notas sobre as novas relações de consumo das gerações, especialmente entre os millennials, palavrinha que você leu muito por aqui. Não por acaso: este grupo etário é a grande promessa de consumo para o mercado imobiliário global em 2020.
Em termos globais, um tema recorrente que pipocou em nossa curadoria foi a crise da moradia acessível. Nos EUA, grandes empresas de tecnologia atraem talentos em massa para suas cidades sede, o que acaba por impactar o mercado imobiliário, aumentando absurdamente os aluguéis. São Francisco, com o Vale do Silício e uma população de moradores de rua crescente, é claro exemplo disso. Nova York colocou tantos empecilhos para a vinda da Amazon para a capital que a gigante recuou. Na Europa, o aumento dos aluguéis está mais relacionado ao turismo e à ascensão do Airbnb, que se mostra mais rentável para proprietários de imóveis do que o aluguel tradicional de longa duração.
Airbnb que promete um IPO para 2020, um dos mais aguardados desde a WeWork, que acabou em desastre. Em menos de um ano, a avaliação da WeWork caiu de 47 bilhões de dólares para menos de 8 bilhões. Boa parte das críticas à rede de coworkings é endereçada ao seu fundador, Adam Neumann. É um episódio emblemático de inflexão entre os CEOs fundadores – se Steve Jobs e Bill Gates foram os propulsores do movimento de personificação das companhias, há exemplos cada vez mais fortes do movimento contrário. Mark Zuckerberg pressionado por congressistas americanos e pelo Parlamento Europeu, Elon Musk, da Tesla, se vendo obrigado a baixar o tom no Twitter, fundadores do Google se afastando do comando da empresa. Sinais de que a era dos CEOs fundadores estaria em xeque? 2020 dirá.
Ainda lá fora, iBuyer é a grande aposta, foi o tema central do Inman Connect 2019. Falamos muito sobre Zillow, Redfin, Compass, entre outras. E a tendência já começou a descer de continente, com grandes players brasileiros investindo no formato, como o Grupo ZAP, Loft e Keycash.
Para fechar este primeiro ano, nesta última edição de 2019, compartilhamos com você a nossa nova identidade visual, que você já deve ter notado ali no início deste e-mail. Para 2020, teremos ainda mais novidades.
Incorporadoras
Como previsto, o BC baixou a taxa Selic pela última vez no ano, para 4,5%. Em consequência, a Caixa anunciou que reduzirá os juros do crédito imobiliário e do cheque especial. A taxa do crédito imobiliário cairá de 6,75% ao ano mais Taxa Referencial (TR) para 6,5% ao ano mais TR.
O Banco do Brasil também lançou um novo crédito imobiliário, atrelado à inflação. A taxa de juros parte de 3,45% ao ano, mais IPCA, por ora apenas aos clientes Estilo e Private.
Com a retomada do mercado imobiliário e a redução dos juros, cresce a expectativa pelos fundos imobiliários em 2020. O fluxo de capital aumentou consideravelmente neste ano, alcançando o maior patamar histórico em número de emissões. “Em dois anos a quantidade de investidores se multiplicou por cinco, então acho que a gente vai chegar a 1 milhão nos FII já em 2020”, comentou Ricardo Almendra, CEO da RBR Asset, ao portal Eu Quero Investir.
Falando em investimentos, especialista da XP aponta que a liquidez é um dos principais atrativos dos fundos imobiliários. “Se você quiser R$ 100 mil, porque precisa muito desse dinheiro, você não precisa mais vender um imóvel de R$ 1 milhão para conseguir esses R$ 100 mil. Basta vender R$ 100 mil de cotas do fundo para satisfazer essa necessidade”, exemplifica Marcelo Hannud.
Fortalecida pelo imobiliário, a construção civil deve encerrar o ano com crescimento de 2%. Segundo pesquisa do Sinduscon-SP e da FGV, o setor se firmou nos segmentos de autoconstrução e reformas, serviços especializados e infraestrutura. A perspectiva para 2020 é que o setor cresça 3%. “O mercado imobiliário ainda tem uma contribuição restrita para o PIB. A tendência é que esse mercado venha a aparecer mais fortemente no nível de atividade daqui para a frente”, comentou a economista e pesquisadora Ana Maria Castelo, em entrevista ao Estadão.
Focado inicialmente em imóveis para a população de baixa renda, a faixa 1 do MCMV tende a desaparecer, de acordo com Basílio Jafet, presidente do Secovi-SP. Segundo dados da FGV, entre 2009 e 2013, 80% dos contratos fechados pelo programa eram destinados a beneficiários com renda de até R$ 1.800. Desde então, este percentual caiu para 20% e, em 2019, não houve uma única unidade contratada nesta faixa. O governo federal estuda parcerias com prefeituras, que terão de doar os terrenos para as obras da faixa 1.
Imobiliárias
Um presente de Natal pomposo de uma imobiliária americana surpreendeu 198 colaboradores da empresa, após o proprietário distribuir 10 milhões de dólares – uma média de 50 mil para cada funcionário. Os envelopes com os bônus foram abertos durante a festa da firma. “Quisemos recompensar nossos funcionários de maneira significativa, que causariam um impacto significativo em suas vidas”, disse o generoso proprietário da St. John Properties.
Aumentou em 80% a oferta de imóveis para venda no OLX, neste ano, no Brasil. O levantamento foi realizado com base nos dados de 4,5 milhões de anúncios de imóveis e 310 milhões de buscas no site e no aplicativo da plataforma, realizado entre os meses de janeiro e setembro, em comparação com o mesmo período de 2018.
A EmCasa lançou uma calculadora de preço de imóveis para venda. A ferramenta abrange 22 cidades e, para ter acesso a ela, o interessado precisa fazer um pré-cadastro gratuito no site.
O valor do aluguel teve a 12ª alta seguida, no mês de novembro, segundo o Índice FipeZap. No acumulado de 2019, o preço médio da locação aumentou 4,64%, enquanto a inflação no período foi de 3,12%.
Terminam hoje as inscrições para o curso LGPD Imobiliário. O curso online tem metodologia exclusiva para o nosso mercado e foi desenvolvida por consultores da CUPOLA, com apoio de especialistas em tecnologia e legislação. As videoaulas serão liberadas no dia 2 de março de 2020 e são indicadas para donos, sócios ou gestores de imobiliárias, construtoras, incorporadoras e loteadoras, além dos líderes dos setores administrativo, comercial e jurídico. As inscrições podem ser realizadas, somente até hoje, aqui.
Mundo
39% dos proprietários de imóveis em Houston, EUA, estão dispostos a vender seus imóveis para uma plataforma de iBuyer. Isso pois o formato significa, para eles, uma entrega mais rápida e uma venda mais tranquila. Fator importante, considerando que, na mesma pesquisa, 42% dos entrevistados avaliaram que vender suas casas foi – para alguns, extremamente – estressante. (inglês)
Em 2012, Portugal implementou o Visto Gold, que concede autorizações de residência a estrangeiros que fazem investimentos no país. Desde então, mais de 7 mil vistos foram expedidos por meio da compra de imóveis de alto padrão – o valor mínimo investido em um imóvel para a modalidade é de 500 mil euros (cerca de R$ 2 milhões). O Brasil é o segundo país que mais acessou os vistos, só perdendo para a China. O movimento de estrangeiros fez o preço dos imóveis em Lisboa aumentar em 66% desde o primeiro semestre de 2016.
Para atender aos pedidos desses brasileiros, construtoras e incorporadoras portuguesas tiveram que sambar. São demandas específicas, como dependências de empregadas, suítes em todos os quartos, instalação de bidês e tanques nas lavanderias, característicos da cultura brasileira.
Enquanto isso, por aqui, cresce o mercado de revenda de móveis de luxo, movimentado pelo êxodo de brasileiros para o exterior. A BossaNossaCasa, por exemplo, é uma espécie de “OLX do altíssimo padrão”, que faz a intermediação de venda destas peças. O item mais caro negociado pela plataforma foi uma das peças de mobiliário desenhadas por Oscar Niemeyer, no valor de R$ 50 mil.
Estamos de Olho (em 2020)
O World Property Journal traz uma análise da consultoria imobiliária Knight Frank sobre 45 cidades de alto padrão em 2020. A capital com maior potencial de aumento no valor dos imóveis é Paris, liderando com 7%. É seguida por Berlim e Miami, que devem ver os valores aumentar em 5%. (inglês)
O Inman traz uma lista de tendências de tecnologia no imobiliário. Há o “fechamento com um clique”, com plataformas investindo para simplificar e desburocratizar o processo de compra; a globalização do iBuyer; o “efeito WeWork”, que fará os investidores mais atentos e com expectativas de lucro mais realistas; o investimento em tecnologia por grandes players tradicionais; e o alto investimento em sustentabilidade e energias renováveis. (inglês)
O Techcrunch também listou previsões tecnológicas para a nova década: deve-se focar e valorizar cada vez mais o lado humano de compradores e vendedores; os corretores poderão se equipar com novas ferramentas; o que nos leva à próxima tendência: o uso cada vez mais expressivo de dados para a tomada de decisões estratégicas; e as novas relações com nosso ambiente de trabalho e onde moramos, que envolvem mais flexibilidade, com crescimento dos “co” – coliving, coworking, cohousing. (inglês)
Já o Interesting Engineering fez um levantamento de tecnologias para a construção civil. Em primeiro lugar, o aumento do uso de realidades virtuais, realidades aumentadas e realidades mistas. É seguido pelo uso da impressão 3D. Robôs vêm em terceiro lugar, e sustentabilidade em quarto. Construções pré-fabricadas e modulares estão na 5ª posição da lista, seguidas pelo uso de exoesqueletos. Por fim, é apontada a ascensão da tecnologia BIM. (inglês)
Uma breve errata: na última edição, afirmamos que a You, Inc é avaliada em R$ 2 milhões, mas é, na verdade, avaliada em R$ 2 bilhões.
Leitores, chegamos ao fim da última edição do Imobi Report de 2019. Nossa pesquisa de avaliação está aberta logo ali embaixo, para receber feedbacks, sugestões, comentários e ideias de pauta. Toda sugestão é bem-vinda. Também é possível entrar em contato pelo e-mail: news@imobireport.com.br.
Agradecemos por compartilhar desta jornada conosco e nos encontramos novamente no próximo ano, no dia 7 de janeiro! Boas Festas e até 2020 😀
Tudo certo! Continue acompanhando os nossos conteúdos.
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