Minha Casa Minha Vida subsidiado exclusivamente pelo FGTS
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CONSTRUTORAS
A contenção de gastos do Governo Federal, que tem causado frequentes atrasos no Minha Casa Minha Vida, foi motivo para o governo decidir que as faixas 1,5 e 2 do programa serão 100% subsidiadas pelo FGTS. Antes, o subsídio era dividido entre 10% de recursos da União e 90% do FGTS. A medida vale até dezembro deste ano, mas existe a possibilidade de se estender para 2020. Espera-se que, com a mudança, mais de R$ 26 bilhões do FGTS sejam injetados na construção.
O Ministério do Desenvolvimento Regional também pretende reduzir o acesso à faixa 1 do MCMV para famílias mais pobres. A proposta é diminuir o teto da renda familiar, que atualmente é de R$ 1.800, para algo em torno de R$ 1.200 a R$ 1.400. Na faixa 1, não há cobrança de juros e até 90% do valor do imóvel é subsidiado pelo governo.
Com a notícia de que o FGTS será usado como única fonte de subsídio para as faixas 1,5 e 2 do MCMV, valorizaram em mais de 5% as ações de algumas construtoras, como a MRV, Direcional e Tenda, que cresceram 5,95%, 5,29% e 3,24%, respectivamente.
Mas, no mesmo dia, surgiu outra notícia que mexeu com o setor: o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que, em caso de atraso de obras, a construtora deve indenizar os compradores, por meio do pagamento de aluguel pelo período em que a obra atrasar. A decisão vale para imóveis do MCMV comprados na planta. Há uma série de processos judiciais paralisados até que o STJ julgasse esse recurso repetitivo.
E ainda falando sobre MCMV e FGTS, o Ministério da Economia pretende abrir para outras instituições financeiras a gestão do FGTS. Para o Estadão, o diretor do departamento do FGTS, do Ministério da Economia, disse que “não dá para um país do tamanho do Brasil contar com um banco só”. A ideia é aprovar a mudança até dezembro, para que ela passe a valer já no ano que vem.
Um projeto, em tramitação na Câmara dos Deputados, pretende utilizar o Fundo Garantidor da Habitação Popular (FGHab) para subsidiar a renegociação de contratos do MCMV. A proposta foi aprovada pela Comissão de Desenvolvimento Urbano da Câmara e segue em análise das comissões de Finanças e Tributação e da Constituição e Justiça.
A construtora e incorporadora Melnick Even, líder em alto padrão no RS, criou uma nova empresa para lançar imóveis do MCMV. O projeto, localizado em Canoas, tem 600 unidades e espaços com piscina, churrasqueira e quadra poliesportiva. “Era o último segmento em que a empresa não atuava. Temos uma marca forte associada ao alto padrão, mas já havíamos nos aproximado de faixas de menor preço com os projetos Supreme e Vida Vida. Agora temos um portfólio completo”, afirmou Juliano Melnick, diretor da Melnick Even, para o Gaúcha ZH.
A MRV já vinha de uma forte oscilação na Bolsa. Isso porque, no último dia 3, anunciou que estuda investir na AHS Residential, empresa que atua no segmento de imóveis multifamiliares nos Estados Unidos, fundada pelo presidente do Conselho de Administração da MRV, Rubens Menin. Segundo fontes ouvidas pelo Estadão/Broadcast, a negociação está avançada e deve girar em torno de US$ 235 milhões. No dia seguinte, a MRV caiu 6,44% na Bovespa, uma perda estimada em R$ 542 milhões.
“Não vamos perder o foco”. Disse o presidente da MRV, Rafael Menin, para o Valor Econômico, após a queda do valor de mercado. Segundo ele, o envio de funcionários para a AHS não prejudicará a operação da empresa no Brasil. “Devemos mandar 100 pessoas para lá, mas isso não é um problema porque estamos sempre formando mão de obra”.
Em junho, o mercado imobiliário teve 22,6% mais lançamentos de imóveis novos se comparado ao mesmo período do ano passado. Foram 16.298 unidades. Segundo pesquisa feita pela Abrainc, em parceria com a Fipe, este foi o segundo maior volume de lançamentos desde 2014.
Neste ano, cresceu em 250% o número de empreendimentos de alto padrão em Curitiba, segundo dados da Ademi-PR com a Brain Inteligência Corporativa.
A Gaúcha ZH entrevistou o fundador da Cyrela, Elie Horn, que afirmou que o mercado imobiliário está vivendo um novo boom. “Minha sugestão é para lançar (empreendimentos) agora e aproveitar este momento”, disse. Confira a entrevista completa aqui.
IMOBILIÁRIAS
A Bold Finance, startup de Minas Gerais, antecipa até 12 meses de aluguel para proprietários de imóveis alugados. A taxa cobrada varia conforme o contrato de locação.
Dados do Secovi-SP mostram que, em julho, a venda de imóveis residenciais novos em São Paulo cresceu 113% (em relação a julho de 2018). “Neste ano, sim, é que está havendo um crescimento acima das expectativas”, afirma o economista-chefe do Secovi, Celso Petrucci (Terra).
O Housi, da Vitacon, fez uma parceria com o aplicativo Rappi. Quem fechar plano mensal de moradia, através da Housi, poderá receber até 20% do valor de volta, para gastar no aplicativo de delivery. A promoção vale até 9 de outubro, para imóveis de São Paulo.
Também em São Paulo, em julho, 9,18% dos imóveis vendidos foram por meio de consórcios imobiliários, um registro histórico, dado que em muitos meses, a participação dos consórcios pouco passava de 1%.
TENDÊNCIAS
Entre 2017 e 2018, quase metade das empresas de construção civil entrevistadas pela JBKnowledge investiram menos de 1% de sua receita em tecnologia. Apesar do conservadorismo e demora para aderir a novas tecnologias, há enorme potencial no mercado. No ano passado, foram mais de US$ 7,3 bilhões investidos em construtechs.
Inclusive, na última edição, falamos sobre a InstaCasa. Neste meio tempo, a startup que trabalha com projetos de casas para loteadoras recebeu a primeira rodada de investimento, na ordem de R$ 700 mil.
Um corretor independente americano lançou o próprio serviço de iBuyer (inglês) em San Diego, Estados Unidos. Jason Cassity tem seu próprio time e atua dentro da Compass, plataforma imobiliária digital para corretores autônomos.
Uma empresa de móveis robotizados para pequenas residências, a Ori (inglês), garantiu uma belíssima tríplice de investimento: smart city, decoração e hotelaria. A Alphabet, holding do Google, investiu através de sua companhia de smart cities. A startup também recebeu investimentos da Ingka Group, responsável por muitas lojas da Ikea, e da Geolo Capital, especializada em investimentos hoteleiros.
Quando falamos de móveis robotizados, pode usar sua imaginação: são camas que levantam com o aperto de um botão, armários que trocam de lugar com facilidade e mobílias inteligentes para ambientes pequenos. O próximo passo da Ori é se aproximar do mercado imobiliário, para prover o serviço de robotização nos imóveis desde o processo de construção (inglês).
Garagem americana. O conceito consiste em uma garagem coletiva, em um prédio, mas que é fechada por um portão individual e o espaço pode ser utilizado pelos moradores da forma que preferirem – para guardar carros, acessórios esportivos ou até uma salinha de yoga.
Em agosto, a The We Company anunciou seus planos para um IPO, que deveria acontecer (inglês) em setembro. O mês chegou e o grupo continua adiando a abertura de ações. Isso porque quando uma empresa anuncia seu IPO, passa a ser analisada microscopicamente – como seu conselho de diretores, que era formado unicamente por homens e foi criticado. A questão foi resolvida com a entrada de Frances Frei, professora da Harvard Business School, para o conselho (inglês).
Agora, a The We Company lida com questões de imagem. Denomina-se uma empresa de tecnologia (o que agrega mais valor de mercado), enquanto seus investidores a encaram como uma startup do imobiliário. Sua avaliação original era de US$ 47 bilhões, mas a empresa considera vender suas ações por menos da metade (inglês): US$ 20 bilhões. Na última sexta, a companhia restringiu poderes do seu presidente e o IPO foi oficialmente adiado (inglês).
Por sinal, a The We Company adquiriu a Spacious (inglês), concorrente que transforma restaurantes desocupados durante o dia em espaços de coworking.
MUNDO
Na europa, a Casafari recebeu 5 milhões de euros em uma rodada de investimento liderada pelos fundos de investimento Lakestar e Round Hill Capital. A proptech é chamada de “google do imobiliário” por reunir informações sobre imóveis para corretores e imobiliárias e atua em Portugal e Espanha.
Portugal é o sétimo na lista de países do euro onde os preços das casas mais subiram nos últimos nove anos. De 2010 a 2019, o aumento foi de 16,6%.
Ainda no antigo continente, na Holanda, construções originalmente feitas para serem igrejas estão com novas funções. Com menos religiosos no país, a média de 2018 foi uma igreja fechada por semana. Estes espaços estão sendo ocupados de diversas formas: cafés, livrarias, museus, bares e até residências.
A Venezuela é o país latino com os imóveis com preços mais baixos. Nos últimos 20 anos, a queda nos valores foi de 75%, segundo a Câmara Imobiliária Venezuelana.
Como precaução a uma possível bolha, os Estados Unidos está considerando privatizar gigantes imobiliárias que haviam sido estatizadas em 2008. As opções e reformas financeiras estão sendo apresentadas para o governo Trump.
ESTAMOS DE OLHO
O investimento da Vista no Fantástiko já está gerando novos produtos. A Vista anunciou o Vista Site, uma ferramenta de geração automatizada de sites imobiliários customizados e otimizados em SEO.
Circula pelo whatsapp uma apresentação, que seria o business overview da QuintoAndar. Ela traz metas agressivas de crescimento pela companhia nos próximos anos. Fruto de uma estratégia ou de um vazamento não autorizado, fato é que essa apresentação surge no momento em que a QuintoAndar alcança o status de unicórnio. A este respeito, vale a leitura desta entrevista com André Maciel, do Softbank, conglomerado japonês que liderou a última rodada de investimentos, na qual a QuintoAndar captou US$ 250 milhões. A QuintoAndar não confirma a autenticidade da apresentação.
Nos últimos 25 anos, as áreas construídas e regularizadas de São Paulo aumentaram 60%. Há duas tendências principais na cidade: de subir e se espalhar. No Centro, há a verticalização. Na periferia, o ritmo de construção de residências não acompanha a infraestrutura. Esta reportagem da Folha de S. Paulo conta um pouco sobre o bairro Cidade Tiradentes, que, proporcionalmente, teve a maior expansão de área construída, em 1.617%.
A Artemisia, ONG que fomenta negócios de impacto social, publicou o estudo “Tese de impacto social em habitação”. Longo e denso, mapeia desafios de habitação no Brasil e oportunidades de investimento a partir delas. 0De forma resumida, as oportunidades de investimento envolvem: novas soluções financeiras para regularização fundiária; aluguel acessível; reformas habitacionais e assistência técnica; gestão de condomínio; acesso a serviços básicos (água, esgoto, energia e coleta de lixo); qualificação de espaços públicos; capacitação para profissionais da construção civil; e inovação na construção civil. O estudo completo, com as companhias listadas para serem investidas, pode ser acessado aqui.
Uma antiga cidade romana no Reino Unido, Chester, pode servir de exemplo para outras cidades antigas tornarem-se acessíveis. Com construções antigas e muitas, mas muitas escadarias, cidades centenárias podem ser inabitáveis para moradores com dificuldades de transporte, como idosos. Chester conta com um comitê específico de acessibilidade urbana, que adaptou a cidade com pisos táteis, corrimãos, rampas de acesso, guinchos e bancos. Com mais de 3 mil anos de história, Jerusalém também inaugurou um projeto de urbanização tornando o Centro Velho de Jerusalém totalmente acessível. Para tal, ruas foram pavimentadas, niveladas, e foi lançado um aplicativo que mostra a rota mais acessível para pedestres. Os investimentos em acessibilidade somam cerca de US$ 5,5 milhões.
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