Compactação dos imóveis alavanca mercado de armazenamento de objetos
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O mercado de self storage, também conhecido como autoarmazenagem ou apenas “guarda-objetos”, está em crescimento nas grandes cidades brasileiras. Novas empresas estão apostando no setor de armazenamento enquanto a área útil dos imóveis vem caindo.
Segundo uma pesquisa realizada pelo Secovi-SP, entre 2016 e 2022, os apartamentos lançados em São Paulo ficaram menores em aproximadamente 20 metros quadrados. Isso está ligado ao fenômeno dos microapartamentos, que cresceram em 40 vezes no volume de lançamentos nos últimos cinco anos.
Numa retrospectiva de longo prazo, também nota-se a ascensão dos apartamentos de apenas um quarto. Em 2003, eles representavam 8% das unidades na capital paulista. Em 2021, o total era de 31%.
Com lares cada vez menores, surgiu a brecha da oferta de serviços de armazenagem. Este mercado cresceu 16% no último ano em oferta e 14% em ocupação, segundo dados da Associação Brasileira de Selfstorage (ASBRASS).
Mercado de autoarmazenagem vive franca ascensão
O mercado de selfstorage permite a locação de boxes a partir de 1 metro quadrado que podem funcionar como uma extensão de casa ou da empresa, ou seja, ocupa um espaço diretamente relacionado à locação residencial e comercial.
Em geral, estes locais são procurados para o armazenamento de objetos de decoração, escritório, móveis e arquivos pessoais. Para empresas de pequeno e médio porte, os boxes funcionam como solução para armazenar e gerir estoques.
A oferta de espaço para armazenamentos acontece em bairros estratégicos, de olho nas opções de mobilidade urbana e no fácil acesso, para que os clientes tenham acesso facilitado aos seus itens pessoais.
A projeção é que este segmento cresça ainda mais em importância e valor de mercado no mundo. Segundo dados da consultoria Mordor Intelligence, o mercado de armazenamento valia 48 bilhões de dólares em 2020, mas deve alcançar os 64 bilhões de dólares em 2026.
No mercado brasileiro, empresas de armazenamento de objetos estão em expansão
Cerca de 29% das empresas de self storage atuam em São Paulo, sendo que o estado concentra mais de 41% do total de operações.
“O que percebemos é que, com a diminuição dos espaços residenciais, principalmente na cidade de São Paulo, aumentou-se a demanda por locação de espaços para funcionarem como extensão do lar. Nas nossas unidades, que se concentram majoritariamente na capital, o aumento de espaço locado no período foi ainda maior que do mercado, em 23%. E no início deste ano, vimos o volume de buscas por nossas soluções crescer 65%”, explica Thiago Cordeiro, diretor da ASBRASS e CEO e fundador da GoodStorage, empresa do segmento que conta com 25 unidades de guarda-objetos em São Paulo.
No último ano, a GoodStorage lançou aproximadamente 40 mil metros quadrados na capital paulista e pretende fechar 2023 com novas cinco unidades, que somam 30 mil metros quadrados.
“Veterana” do armazenamento de objetos destaca força do comércio eletrônico
Com 25 unidades em 10 cidades do país, o Guarde Aqui está no mercado desde 2006 e acompanhou de perto a evolução do segmento de armazenagem. Contabilizando somente o ano de 2022, a geração de caixa da empresa cresceu 35%.
Além dos apartamentos menores, o fortalecimento do e-commerce está entre os principais fatores para o aumento da procura pelo serviço, segundo Mariane Wiederkehr, CEO do Guarde Aqui.
“As pessoas buscam serviços que possam se complementar a esta nova dinâmica de vida. Nesse contexto, as soluções modernas de locação de espaços que sirvam de extensão da casa e da empresa, fugindo de formatos tradicionais de aluguel, estão crescendo e se consolidando no Brasil. Cada vez mais o público busca saber como funciona o self storage, o que se pode armazenar, os modelos de contrato e a infraestrutura”, comenta.
Boa parte do estoque da empresa é utilizada para os chamados dark stores, espaços fechados para o público onde são realizados todo o processo de armazenagem, separação, embalagem e despacho dos produtos vendidos no e-commerce. Nos Guarde Aqui, estes espaços são usados por pequenos e grandes varejistas, que contam com infraestrutura de trabalho, como impressoras, mesas e cadeiras.
Para a logística das empresas maiores, os locais funcionam são direcionados para o “last mile”, ou seja, ponto de apoio para a última etapa de estocagem dos produtos antes da entrega ao cliente final.
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