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[223] Contagem regressiva para o Minha Casa Minha Vida

Entram em vigor esta semana as novas regras para o Minha Casa Minha Vida. A Caixa Econômica anunciou que as novas condições já estarão valendo a partir de sexta-feira (7) em todas as agências e correspondentes bancários. 

As novidades que mais chamam atenção são o aumento do teto de valor do imóvel, que subiu para R$ 350 mil; a redução de juros de financiamento para famílias com renda de até R$ 2 mil mensais; e o aumento do valor do subsídio para a compra de imóveis. A nova faixa 1 tem limite de R$ 2.640 de renda familiar mensal, enquanto a faixa 3 vai até os R$ 8 mil.

Outras novidades estão no radar e podem pintar mais adiante, como a ampliação do teto do valor do imóvel para atender a uma faixa que hoje está em um limbo de mercado. Também circulam ideias como a entrada de bancos privados no circuito de financiamentos e a inclusão de eletrodomésticos no pacote de crédito. Já a instalação de painéis de energia solar nos imóveis do MCMV encontrou resistência e pode ser reformulada.

O mercado, é claro, ajusta o leme para aproveitar ao máximo o impulso do programa habitacional. Segundo o Valor Econômico, a MRV contratou bancos para coordenarem uma oferta subsequente de ações. O objetivo da construtora é obter recursos no mercado para expandir seus investimentos em imóveis populares.

Ao mesmo tempo, a construção civil anseia por recuperação e tem perspectiva de crescimento ainda em 2023. O setor registrou 28 mil novos empregos gerados em maio e tem expectativas positivas diante das novidades do MCMV e da possível queda da taxa de juros já a partir do mês que vem.

Vendas e Locação

O trabalho remoto perdeu o fôlego no Brasil? Levantamento da plataforma de empregos Infojobs aponta que 95% das vagas anunciadas são para jornada presencial, o que vai ao encontro do aumento da ocupação de escritórios e redução da oferta de imóveis. Em muitos casos, os valores de locação já voltaram ao nível pré-pandemia.

Já o setor financeiro reduziu sua ocupação em escritórios no País. O encolhimento é de 6%, segundo levantamento realizado da SiiLA, multinacional especializada no imobiliário comercial. Os destaques foram Caixa e Itaú, que reduziram em mais de 25% a presença em imóveis corporativos.

O mercado imobiliário marca presença no ranking das marcas mais valiosas do Brasil. Na quinta colocação da lista está o QuintoAndar, com marca avaliada em R$ 1,878 bilhão. Esta é a vigésima edição do ranking das marcas divulgado pelo WPP, um dos maiores grupos de comunicação do mundo.

IGP-M continua em trajetória de queda e registra menor valor da série histórica, contabilizada desde 1990. A “inflação do aluguel” caiu 1,93% em junho e agora apresenta retração de 6,86% no acumulado de 12 meses.

Os imóveis podem ficar até 17% mais caros por conta da reforma tributária, de acordo com o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic), José Carlos Martins. Ele destaca a elevação do custo dos terrenos e da mão de obra como principais fatores de impacto para o setor.

O avanço do mercado imobiliário transforma a paisagem em Fortaleza (CE). Prédios cada vez mais altos tomam conta da cidade e 45 “superprédios” já estão com construção autorizada, com foco nos bairros nobres. O valor de algumas unidades ultrapassa os R$ 20 milhões.

Em busca de elevar a rentabilidade, um dos maiores desafios da locação de imóveis, o mercado está atento e moldando novos formatos, como o short stay. Uma referência neste tema é o Charlie, startup focada em aluguel flexível que mira clientes não atendidos pela locação tradicional. No podcast Modo Avião desta semana, Allan Sztokfisz, CEO do Charlie, revela em conversa com Rodrigo Werneck, CEO e estrategista-chefe da CUPOLA, as estratégias de rentabilização e as oportunidades que têm chamado a atenção de investidores, incorporadoras, corretores e locatários. 

Para surfar na onda do quiet luxury, o Imobi Vendas da semana detalha como esses clientes se comportam no mercado imobiliário e como os profissionais do segmento podem identificá-los. Já o Imobi Aluguel mostra o case de uma imobiliária de cidade de médio porte que arregaçou as mangas e ergueu um prédio para explorar o aluguel comercial num sistema inédito no País. Assine as séries do Imobi Premium e aprofunde os conhecimentos em seu segmento dentro do imobiliário.

Construção e Incorporação

Enquanto o Banco Central mantém a Selic inalterada, o mercado imobiliário desenvolve iniciativas para reduzir o estoque de imóveis. As ofertas vão de cashback a carro como parte do pagamento. O atual patamar da taxa básica é considerado o principal obstáculo nas vendas pelo setor, porque desencoraja os possíveis compradores e também os investidores.

Programa de crédito imobiliário para informais no forno. O governo federal pretende iniciar em setembro o uso de R$ 800 milhões em recursos do Fundo Garantidor da Habitação Popular para financiar parte da compra de imóveis por trabalhadores informais. A expectativa é de que os recursos ajudem a financiar a compra de 150 mil a 200 mil imóveis. 

A Lei de Zoneamento, que começa a ser votada em agosto, mal chegou e já está causando embates. As mudanças no Plano Diretor só passarão a valer na prática após revisão e aprovação da Lei de Zoneamento, que trata sobre o uso e ocupação do solo. Dessa forma, a nova lei adaptará todas as modificações previstas no Plano Diretor a cada lote e quadra da cidade. 

Quanto tempo vai levar para o Plano Diretor transformar os bairros de São Paulo? Além da revisão da Lei de Zoneamento, as dinâmicas do mercado imobiliário e aspectos da economia em geral também influenciam nessa transformação urbana. Por isso, a expectativa é de que um novo cenário seja mais perceptível apenas em cerca de quatro anos. Outra mudança questionada é se os imóveis vão ficar mais caros com as mudanças. 

Techs

A Softplan anunciou a compra da Refera, plataforma especializada em manutenções residenciais. A aquisição revela um plano ousado da empresa de tecnologia, que se aproxima para valer do universo das imobiliárias. A Refera tem em sua carteira dezenas de clientes, incluindo grandes imobiliárias, atendendo a cerca de 300 mil imóveis em todo o Brasil.

Duas startups do ecossistema Santander miram no consumidor que quer comprar imóvel mas não tem capital suficiente. A Loop, plataforma especializada em avaliar e leiloar veículos financiados retomados por inadimplência, entra com a experiência em precificar carros usados para clientes que queiram usar o seu automóvel como entrada na aquisição de imóveis à venda na plataforma da Apê11.

De nada adianta uma ótima ideia de negócio com um ponto comercial ruim. Pensando nisso, a startup Sua Quadra tenta facilitar a conexão entre imóveis e os empreendedores em busca de endereços comerciais para aluguel. Com a premissa, ela levantou uma rodada de capital semente de R$ 21 milhões. A proptech reúne cerca de 2 mil imóveis localizados no centro expandido da capital paulista.

  • União de forças entre startups foi o destaque de junho no imobiliário.
  • Conceito de moradia inteligente chega a imóveis do MCMV. 

Mundo

Trabalho remoto esvazia prédios de escritórios e provoca crise imobiliária nos EUA. No início deste mês, a Trepp, que fornece dados sobre o mercado imobiliário, informou que cerca de US$ 270 bilhões em empréstimos comerciais devem vencer em 2023 – e alertou para a possibilidade de calotes. A taxa de inadimplência de escritórios disparou em maio, sinalizando um “ponto de inflexão”. 

A MRV concluiu a venda do empreendimento Pine Ridge localizado na Flórida, nos Estados Unidos, pelo VGV de US$ 77 milhões, informou a construtora. A operação representou um lucro bruto de US$ 17,1 milhões, com margem bruta de 22%. 

O governo francês planeja retirar os sem-teto de Paris antes dos Jogos Olímpicos de 2024, provocando críticas de prefeitos de cidades e vilas regionais que devem abrigá-los. Desde março o governo pede às autoridades da França que criem “instalações regionais temporárias de acomodação” que possam lidar com o fluxo dos sem-teto da capital.

Estamos de Olho

Foi lançado na última semana o novo livro do advogado Jaques Bushatsky, especialista em direito imobiliário e colunista do Imobi Report. “Locação: Quando um imprevisto acontece e outras situações do aluguel de imóveis“ é uma coletânea com 18 artigos publicados no Imobi ao longo de 1 ano e meio, que abordam temas atuais e são apresentados em linguagem acessível, com a exatidão legal mas sem excesso de “juridiquês”. 

Mais imóveis disponíveis do que famílias vivendo nas ruas. Este é o cenário apontado em SP pelo censo do IBGE, que mostrou que o número de imóveis vagos na capital paulista dobrou em 12 anos. A Prefeitura estima carência de 400 mil moradias na cidade, enquanto o total de unidades vagas é de 588 mil – quase 12% dos imóveis particulares da cidade. 

As novas diretrizes do Plano Diretor de SP e a massificação de construções em cidades com o RJ de apartamentos entre 15 e 30 m2 abrem perspectivas positivas para um setor que costuma passar despercebido: o de tintas, que está intrinsecamente ligado à indústria da construção civil. A previsão de crescimento do volume de tintas para este ano é otimista, e deve ficar em torno de 2% em relação ao mesmo período do ano passado. 

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