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Construção civil consolida trajetória de crescimento no primeiro semestre

O Brasil registra resiliência e avanços importantes na cadeia da construção civil. O total de empregos gerados na incorporação e construção mostram que a capacidade operacional está em crescimento. Em maio, foram 27.958 novas vagas com carteira assinada criadas no segmento, o que corresponde a 18% do saldo registrado no país (cerca de 155 mil vagas).

O segmento é a segunda atividade econômica a gerar mais empregos no país neste período, de acordo com as informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego na quinta-feira (29).

Este levantamento vai ao encontro do que apontou a mais recente Sondagem da Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O índice ficou em 50,7 pontos em maio, resultado melhor do que o registrado no mês de maio de 2022 (48,9 pontos) e no período diretamente anterior (abril de 2023, com 50 pontos).

Setor reforça resiliência

A Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) comemorou os números positivos da construção. “De janeiro a maio de 2023, o setor foi responsável por 17% de todos os empregos gerados no país (148.630), o que aponta a força da incorporação imobiliária e toda a cadeia da indústria da construção civil para a atividade econômica do Brasil”, afirma a associação por meio de nota.

O órgão também reforçou o protagonismo do mercado imobiliário na formação do Produto Interno Bruto (PIB) e no crescimento econômico brasileiro. “O resultado do Caged mostra mais uma vez a força e a relevância do setor de construção civil para o país, independentemente dos desafios macroeconômicos”, pontua Luiz França, presidente da Abrainc.

Oscilações são consideradas naturais pelas entidades da construção civil 

Segundo a CNI, o resultado acima de 50 pontos na Sondagem da Indústria da Construção indica uma linha de crescimento para o emprego e esta alta chama atenção no comparativo com a média histórica. “Maio é um mês de queda no emprego, com média de 45,1 pontos”, ressalta a CNI. 

A pesquisa da entidade também indica alta de 0,3 ponto em junho no Índice de Confiança do Empresário, chegando a 52,2 pontos, número que indica ligeira disseminação de otimismo. 

Por outro lado, houve recuos no índice de expectativa de compra de insumos e matérias-primas (queda de 2,1 pontos, para um total de 52,9 pontos) e no índice de expectativa do número de empregados (queda de 1,7 ponto, total 53 pontos).

Construção civil no segundo semestre de 2023: o que esperar?

O setor cresceu 10% em 2021 e 6,9% em 2022, segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Para 2023, a expansão prevista inicialmente era de 2,5%. Ou seja, mesmo perdendo a aceleração, a expectativa é de expansão.

Contudo, alguns fatores tornaram as projeções mais moderadas. A previsão atualizada é de fechar 2023 com um crescimento de 2%. Segundo a CBIC, esta revisão acontece por conta de alguns fatores, especialmente a manutenção da taxa básica de juros em 13,75% ao ano.

O mercado aguardava uma redução da taxa ainda no primeiro semestre, o que acabou não acontecendo. Na reunião mais recente do Comitê de Política Monetária (Copom), a opção foi pela manutenção do índice.

A ansiedade fica para o próximo encontro do comitê, que acontecerá nos dias 1º e 2 de agosto. O mercado aguarda com expectativas positivas, já que a ata do último encontro indicou abertura para a queda dos juros.

Caso isso se confirme, dois fatores de grande peso estarão em campo para alavancar a construção no segundo semestre. O primeiro deles é o novo Minha Casa Minha Vida, que está mais atrativo e abrange um público maior. Com a eventual queda da taxa básica de juros, a contratação de financiamentos seria estimulada, o que pode provocar uma nova revisão na projeção do setor construtivo para 2023 – desta vez, positiva.