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Terceira residência no mercado imobiliário: entenda essa nova onda de negócios

Especialmente nos segmentos de alto padrão e luxo, o conceito de segunda residência já é amplamente conhecido. Um fenômeno recente que já surge como aposta para 2024 é o avanço das terceiras residências, que possuem algumas diferenças.

Ao contrário da segunda moradia, que costuma ser um refúgio recorrente dos clientes, a terceira residência são imóveis de investimento, com aposta na locação e presença menos frequente dos proprietários. A localização é variada, mas focada no lazer e contato com a natureza, em condomínios, praia e campo.

Outra diferença importante é a distância em relação à moradia principal. Enquanto a segunda residência costuma estar ao alcance de uma viagem curta, num raio inferior a 200 quilômetros, a terceira residência pode estar em outras regiões do País ou, conforme o caso, no exterior.

O interesse pela aquisição de moradias com este perfil está diretamente ligado ao avanço do mercado de imóveis de luxo no Brasil, bem como a intenção deste perfil de público em seguir fechando negócios em diferentes segmentos, de olho em oportunidades de investimento.

Ascensão do mercado de luxo chama a atenção – e deve continuar

De acordo com um estudo da Bain & Company, consultoria global de investimentos, o mercado de luxo brasileiro movimentou R$ 74 bilhões em 2022, e pode atingir R$ 130 bilhões até 2030. O levantamento aponta também que a pandemia impulsionou o consumo de luxo, fazendo com que este mercado cresça, em média, 18% ao ano desde 2018.

Diante disso, o mercado imobiliário de luxo no Brasil tem potencial para manter e até ampliar os índices de crescimento nos próximos anos. 

A categoria de imóveis de luxo da pesquisa, que inclui apenas vendas primárias de incorporações no País com valores acima de R$ 3 milhões, cresceu 339% em relação a 2020 e foi o segmento que registrou a maior expansão entre 2020 e 2022.

Este avanço, segundo a consultoria, se deve principalmente ao aumento do preço devido ao tamanho e à funcionalidade dos imóveis, somada com a manutenção ou crescimento de receitas das famílias de alta renda. 

Terceira residência e mercado de alto padrão devem avançar já em 2024, segundo referência do segmento

“O clientes olham para o mercado também com viés de investimento, buscando essa diversificação de portfólio e testando esse limite dos novos preços de mercado”, avalia Marcello Romero, CEO da Bossa Nova Sotheby’s, em relação ao ciclo de 2024 para o imobiliário de alto padrão e luxo.

No comparativo com o ano anterior, o executivo projeta crescimento nas negociações, já que boa parte do ciclo de 2023 consistiu no compasso de espera dos clientes ao longo do primeiro semestre. Agora, o clima é de maior confiança para o encaminhamento de negócios.

De acordo com Romero, as terceiras residências vivem boa fase e devem avançar ainda mais, com destaque para Rio de Janeiro e os estados do Nordeste, em especial o sul da Bahia. 

Além de um refúgio de lazer e qualidade de vida, os imóveis deste perfil são vistos como um investimento para obter rentabilidade no longo prazo. 

Segundo a Bossa Nova Sotheby’s, a boa aceitação da terceira residência junto aos clientes de alta renda converge com a alta procura desse público por imóveis de locação, movimento que foi notado em 2023 com o aumento da demanda e dos valores de aluguel.