RuaDois, a solução certa no momento certo para o mercado imobiliário
Resumo
Em entrevista ao Imobi, o CEO da RuaDois Paulo Fernandes conta a empresa triplicou clientes e faturamento na pandemia. Confira no Imobi.
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Antes mesmo de a pandemia de Covid-19 chegar ao Brasil, a RuaDois já oferecia soluções prontas para facilitar a digitalização dos processos pelas imobiliárias. Quando a transformação digital foi imperativa, devido às medidas de isolamento social, clientes da RuaDois tiveram impacto mínimo, pois já estavam preparados para oferecer uma jornada de locação 100% digital. E aqueles que tiveram de acelerar a digitalização também encontraram na startup uma saída. Durante a pandemia, a RuaDois viu sua carteira de clientes e o faturamento triplicar.
Para Paulo Fernandes, CEO da RuaDois, a transformação digital no mercado imobiliário vinha passando por uma evolução gradual. Ele acredita que a grande mudança causada pela pandemia foi a velocidade de tomada de decisão e de adoção a tecnologias que já existiam, após fases de negação e desespero, das imobiliárias, em relação à transformação digital. Agora, com a pandemia, o mercado imobiliário avança para a terceira fase, de consciência. Na entrevista a seguir, conheça a trajetória de Paulo Fernandes e da RuaDois.
IMOBI: Como a RuaDois fez para identificar as principais dores das imobiliárias?
Paulo Fernandes: Eu nasci no mercado imobiliário. Desde pequeno, respiro o negócio imobiliário. Com 8 anos, me tornei sócio da Beiramar, uma das principais empresas imobiliárias do Distrito Federal. Quando fui para a operação de fato, comecei a olhar muito para locações, pois iniciei fundando a corretora de seguros do grupo Beiramar. Logo depois, indo para a diretoria de operações, fui responsável por reestruturar a empresa para um novo porte, passando pela crise de 2008, até concluirmos a nossa sucessão, em 2015, quando meu irmão se tornou CEO da Beiramar e eu fiquei como COO.
Em 2016, entendemos que eu precisava olhar melhor para os nossos negócios, que estavam muito mais numa curva de risco do que de valor. A gente precisava impulsionar esses negócios de forma que gerassem mais valor a cada dia, não que estivessem mais em risco a cada dia.
IMOBI: Que tipo de riscos vocês observaram na operação de locação?
Paulo Fernandes: O negócio não tinha uma eficiência operacional adequada, porque a experiência do locatário era muito frustrante e tinha um custo muito alto para adquirir imóveis. Então, a gente entendeu que precisava dar alguns passos para essa mudança. E esses passos acabaram se tornando uma metodologia para operar uma empresa que é física e também é digital. Um ano depois, o volume de locações da Beiramar cresceu 45% com 27% a menos de pessoas. Além disso, dobramos a margem líquida da empresa, o que foi excelente.
IMOBI: E o que fez vocês passarem a oferecer essa metodologia desenvolvida internamente para o mercado?
Paulo Fernandes: A nossa percepção foi de que não fazia mais sentido olhar só para uma empresa porque, para competir com o mesmo nível de tecnologia, com a mesma inteligência operacional das startups, o que precisávamos fazer — e este se tornou um propósito pessoal para mim — era deixar esse olhar voltado a uma única empresa e encarar um desafio maior, um desafio de ajudar as empresas do mercado a se transformarem.
Com isso, para a RuaDois, escolhemos três principais problemas para resolver: a eficiência da operação, porque a gente sabe que os processos manuais resultam em uma conversão muito baixa de leads. A experiência do locatário,porque entendemos que o excesso de burocracia e deslocamentos desnecessários geram uma experiência muito frustrante para ele. E o estoque de imóveis, já que a imobiliária precisa investir para atrair locatários e proprietários – e o custo para crescer acaba sendo muito alto.
IMOBI: Como a sua experiência na Beiramar contribuiu para o desenvolvimento e o sucesso da RuaDois?
Paulo Fernandes: A principal contribuição foi mesmo ter vivenciado as dores que existem no dia a dia da imobiliária. O nosso negócio é do mercado imobiliário para o mercado imobiliário, não da área de tecnologia para o mercado imobiliário, como acontece com outras empresas. Por isso, estamos comprometidos e temos como propósito empoderar as imobiliárias para competirem nesse novo cenário digital.
Essa minha experiência também resultou em muita resiliência para fazer a RuaDois acontecer. Afinal, tem uma série de erros que aconteceram e que foram cometidos por mim nos últimos 14 anos, que se tornaram aprendizados para o negócio em que estou hoje. Isso me permite olhar para a operação dos nossos clientes já com essa bagagem, identificando situações, falhas e comportamentos das imobiliárias. A gente costuma dizer que inovação não pode ser algo para gerar valor a longo prazo, precisa gerar resultado imediato. Acho que esse é o grande aprendizado.
IMOBI: Além do histórico na imobiliária, quais são os diferenciais da RuaDois em relação a outras soluções do mercado?
Paulo Fernandes: Para a imobiliária, nosso diferencial é que, enquanto a maior parte dos softwares imobiliários ou das startups do mercado imobiliário entregam apenas uma etapa da locação, a RuaDois digitaliza a jornada completa. A gente oferece o serviço e o software para várias etapas. Além disso, somos a única empresa que adiciona centenas de imóveis à carteira de locação da imobiliária, por assinatura.
No caso dos fundos de investimento e incorporadoras, como desenvolver o próprio sistema é muito caro e as plataformas digitais impõem suas regras a essa operação, os proprietários acabam não sendo protagonistas dessa experiência que eles entregam. Então, oferecemos como alternativa uma plataforma de locações por assinatura com regras flexíveis por um custo baixo. Com isso, a RuaDois viabiliza a distribuição desses imóveis por meio de imobiliárias locais parceiras.
Por último – e importantíssimo – , temos os locatários. Como ainda é muito burocrático alugar um imóvel nas imobiliárias tradicionais e, nas digitais, eles não têm apoio humano, uma imobiliária plugada à RuaDois traz o melhor dessas opções: experiência 100% digital com a consultoria de especialistas, que tem conhecimento em microrregiões. A RuaDois dá a flexibilidade para o locatário escolher como quer ser atendido em cada etapa da jornada.
IMOBI: A demanda por transformação digital rápida das imobiliárias, por conta da pandemia, se refletiu de que forma nos negócios da RuaDois?
Paulo Fernandes: A gente triplicou a carteira de clientes desde o início da pandemia e triplicou o faturamento também. Quando tudo isso começou, a gente estava com um produto pronto, com alta qualidade e já operando em diversas empresas. Então, quem já era nosso cliente teve vantagem porque manteve a operação ativa sem dificuldades. Para eles, foi relativamente simples entrar em lockdown, porque podiam levar a operação pra casa, não precisava estar na loja. Do outro lado, para as empresas que precisavam de uma solução, estávamos com tudo pronto. Antes, só as grandes imobiliárias conseguiam fazer a transformação digital, porque conseguiam ter investimento para isso. A pandemia acelerou essa transformação para as pequenas imobiliárias também.
IMOBI: O que mais mudou no mercado com a pandemia? A RuaDois teve de fazer alguma mudança para se adequar a novas necessidades deste período?
Paulo Fernandes: A grande mudança foi a velocidade de tomada de decisão e de adoção a tecnologias que já existiam. Do ponto de vista humanitário, a pandemia é uma catástrofe. Mas ela foi o grande impulso a todos que trabalham no mercado imobiliário, de colaboradores a empresários, para implementar tecnologia em seus processos.
Eu costumo dividir esse processo em três fases. A primeira foi em 2016, quando surgiram as primeiras imobiliárias digitais, e muitos empresários do nosso mercado pensaram: “Isso é bobagem, não vai mudar nosso mercado, não é um problema”.
Quando 2017 chegou, veio o desespero: “Meu Deus, isso vai mudar, não tem mais o que fazer, a mudança é grande, eu não sei o que eu tenho que fazer… Será que eu encerro a minha empresa? Será que eu vendo? Será que eu construo uma digital também…?”.
Por último, tivemos uma fase do “É possível mudar aos poucos”, que é quando começou a fase de consciência. Era nessa fase que a gente estava quando a pandemia começou. Era um momento de consciência de que a gente precisa fazer a mudança, mas sem pressa. A pandemia, por sua vez, fez com que a gente saísse da fase de consciência para uma fase de consciência com urgência, que é de pensar “Eu estou consciente do que eu tenho que fazer, mas preciso fazer de forma mais acelerada”.
Vimos algumas empresas fazerem de forma rápida e desestruturada quando a quarentena começou, e agora estão chegando até nós dizendo “Poxa, me ajuda a estruturar isso aqui porque eu tive que fazer a toque de caixa”.
IMOBI: O negócio da RuaDois é B2B2C, ou seja, as imobiliárias contratam as soluções RuaDois para atender o seu cliente final. Como lidar com públicos tão distintos na hora de desenvolver o produto?
Fernandes: Nossa interação com o locatário se dá no momento da visita e toda a nossa operação é voltada a fazer com que uma visita se torne uma proposta. A gente tem profissionais treinados pela RuaDois para apresentar esses imóveis, eles são especializados em microrregiões da cidade. O treinamento desses profissionais é para que, durante aquela visita, durante aquele encontro dele com o locatário, eles proporcionem uma boa experiência, para descartar as objeções que possam impedir uma proposta para aquele imóvel.
Já do lado da imobiliária, a gente tem dois times diferentes. Um é o time de atendimento e o outro é o time de sucesso do cliente. O time de atendimento está à disposição todos os dias para tirar dúvidas, alguma necessidade imediata, alguma coisa que sai do padrão. O time de sucesso do cliente analisa métodos para recomendar a evolução da empresa no cenário digital. Então, vai recomendando, de uma forma mais eficiente, o uso dos produtos e de pontos do método do RuaDois a serem implementados.
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