Covid-19

Queridinhos dos solteiros: imóveis até 100 mil

O crescimento na busca por apartamentos até 100 mil é uma realidade no Brasil. Culpa disso é o aumento no número de pessoas solteiras no país em busca da casa própria. É que, após meses de confinamento por causa da pandemia da Covid-19, ser solteiro parece que virou tendência.

Entre maio e junho de 2020, houve um aumento de 18,7% no número de pessoas que moram sozinhas no Brasil. E tem mais: em dez anos, o grupo de “lobos solitários” cresceu de 10,4 para 14,6%.

Quem são eles?  Viúvos, divorciados, estudantes e pessoas que se dedicam integralmente à vida profissional.  E não só virou tendência ser solteiro, como também sair da casa dos pais e ir morar sozinho.

Quando questionados sobre os motivos de quererem morar a sós, disseram que buscam independência (25%), liberdade (23%) e uma privacidade maior (50%). Os dados foram divulgados pelo IBGE.

Por serem solteiros e terem que viver apenas com uma renda, muitos buscam apartamentos até 100 mil por serem mais acessíveis. Além de que imóveis à venda nessa faixa de preço costumam ser mais compactos e, portanto, mais adequados a pessoas que vivem sós.

Onde os solteiros estão comprando imóveis?

Uma pesquisa de 2017 da Ipsos apontou Salvador (60%), Belo Horizonte e Brasília (ambas com 56%) como as cidades onde havia maior concentração de solteiros.

Nessas cidades, tem sido observado um aumento na procura por apartamentos de até 100 mil reais por parte de jovens solteiros nos últimos tempos.

No entanto, 2020 foi mesmo São Paulo que chamou a atenção. Foi observado nesse ano um grande fenômeno causado pelos solteiros no mercado imobiliário paulista. Houve uma grande expansão de apartamentos studio até 100 mil e de outros tipos de unidades compactas mais baratas na capital paulistana.

Em 2020, moradias com menos de 30 m² de área útil foram responsáveis por 24% do total de lançamentos residenciais (14,4 mil).

Já apês com metragens de 31 a 45 m² representaram 53% do total de lançamentos imobiliários na área da habitação (60 mil). As informações foram divulgadas pelo Sindicato de Habitação de São Paulo (Secovi-SP).

E só mostram uma tendência que tem se tornado cada vez maior em metrópoles como Rio de Janeiro, Curitiba e Belo Horizonte. A falta de espaço nas grandes cidades e o preço do metro quadrado aumentando por causa da inflação é o que influência a escolha dos solteiros que moram nesses locais.

Em cidades de médio ou pequeno porte, a busca por moradia por parte dos solteiros não segue este mesmo padrão. A principal justificativa para isso é que, em municípios menores, não há muita oferta de imóveis compactos, específicos para solteiros. Nesses lugares, a maioria das habitações é maior e destinada a famílias, também pela cultura dessas áreas ser mais interiorana.

Qual o perfil dos solteiros que buscam imóveis à venda?

Os solteiros que estão em busca de apartamentos baratos de até 100 mil reais costumam ser jovens e sem filhos.

Muitos também são divorciados, viúvos e a maioria valoriza a vida social e não fica tanto tempo em casa, preferindo um imóvel mais barato e compacto.

Afinal, ainda que vivam em um kitnet alugado, é só irem para o lounge do condomínio e já poderão conversar e interagir com outras pessoas conhecidas.

O que os solteiros buscam em casas?

Ao buscarem por imóveis à venda ou por kitnets para alugar, os solteiros costumam ter algumas exigências na ponta da língua.

Primeiro que este público gosta muito de uma boa localização. E, para morarem no centro ou em algum lugar bem localizado, são capazes até de abrirem mão de espaço em apartamentos até 100 mil se for necessário.

Essa busca por uma boa localização reflete dois aspectos que os solteiros procuram em um imóvel: praticidade e mobilidade. A praticidade surge quando eles encontram no bairro onde moram amenidades como farmácia, supermercado, áreas de lazer e de entretenimento, por exemplo. A mobilidade vem de poderem morar a poucos metros do ponto de ônibus ou da estação de metrô e de trem mais próximas.

Outra coisa que os solteiros buscam são moradias até 100 mil no qual possam conhecer pessoas novas.

É por isso que apartamentos à venda de 100 mil costumam ser uma escolha mais óbvia quando há no condomínio áreas comuns onde eles possam socializar com seus vizinhos.

Salões de jogos, espaço gourmet, área para reuniões, salões de festas e lavanderia coletiva são alguns dos atrativos que enchem os olhos dos solteiros. Piscinas amplas, academias privativas e áreas com churrasqueira também são muito benquistas por pessoas que buscam imóveis para viverem sozinhas.

Vale a pena vender imóveis para solteiros?

De acordo com o último Censo do IBGE, havia em 2010 cerca de 90 milhões de pessoas solteiras no Brasil. Em 2017, uma pesquisa da Ipsos revelou que mais da metade (54%) dos brasileiros se declararam solteiros.

Já outro estudo do Euromonitor. intitulado “10 Principais Tendências Globais de Consumo”, mostrou que a quantidade de moradias de um morador único deve crescer. Espera-se que, até 2030, haja um aumento de 120 milhões de habitações de uma pessoa só no mundo todo.  Isso corresponde a um acréscimo de 30% em relação ao ano de 2018.

Prova de que o chamado “mercado imobiliário single” chegou para ficar e, se você tiver um apartamento de até 100 mil para vender, é bom não perder tempo.

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