Inovação

Psicodata: dados e psicologia do consumidor

O data driven é um neologismo relativamente novo no mundo da gestão e que prega a importância das empresas desenvolverem uma cultura de decisões baseadas em dados. Ele brotou em virtude do surgimento da cloud computing, do barateamento do armazenamento de dados e da cultura do API´s que integram tudo a tudo sem a implicação de grandes custos e longuíssimos prazos de implementação. Com data driven, surge o psicodata.

A grande maioria das organizações tem uma compreensão muito boa sobre números, mas tem pouco letramento em relação a dados. Existe uma diferença abissal entre estes dois conceitos. Números quase todos os gestores possuem uma boa compreensão: uma planilha de Excel com várias linhas e colunas na qual o nosso cérebro é capaz de fazer boas abstrações, sinapses e traçar cenários análogos. Dados implicam uma significativa quantidade de informações que acontecem instantaneamente e relatam mudanças em tempo real dos vários padrões de comportamentos que o consumidor está emulando na jornada de descoberta, investigação e compra. Neste cenário o cérebro humano não reúne condições de processar acompanhar a intensidade e velocidade com que os de padrões mudam 

O Datafeeling é um sistema de gestão baseado em experiências, crenças pessoais e, acima de tudo, sentimentos subjetivos que vem deixando de fazer sentido quando falamos em decisões organizacionais, especialmente aquelas pautadas em compras que envolvem consumidores finais. Tem sido recorrente o uso das estratégias de Big Data vs. Big Idea para se chegar a bons insights e conclusões que nos levam a mais assertividade na elaboração de campanhas de comunicação, desenvolvimento de produtos e, sobretudo, correção de rumos em virtude da facilidade de coletar e processar dados em grandes quantidades em real time 

Se temos dados, vamos olhar para os dados. Se tudo que temos é opinião, ficamos a minha… Finalmente estão se extinguindo os “palpiteiros” de plantão. Ao longo da minha longeva carreira profissional fiz muitas apresentações de campanhas de comunicação. Eu entrava com um cavalo alazão e saia com um dromedário, tamanha eram as mudanças e alterações que eram sugeridas por palpiteiros desprovidos de dados. No entanto, eu reconheço que a ausência de dados não me permitia contra-argumentar e prevalecia a experiência do interlocutor e o cargo hierárquico. Justo! Se não temos dados, ficamos com a minha opinião. 

Podemos afirmar convictamente hoje que dados são tudo e tudo são dados. O profissional que atua nas áreas de marketing e comunicação é hoje um psicodata que se ancora em dados para entender a psicologia de comportamento do consumidor. O fácil acesso a dados nos permite rastrear as pegadas digitais deixado pelo consumidor na sua jornada de compra e entender as suas minúcias e preferências e ajustarmos com acuracidade as estratégias de atração. No entanto, não podemos nos intoxicar puramente por dados e não colocar uma visão humanizado sobre os fatos. Nem sempre dois mais dois é igual a quatro, dois mais dois pode ser dois patinhos na lagoa ou, também, vinte e dois. 

Assim pensa um PSICODATA. Viva os dados e viva a psicologia.

Sobre Romeo Deon Busarello

Romeo Deon Busarello é advisor, investidor, mentor, professor e executivo do mercado imobiliário e um dos palestrantes master do ICXP.