Para o mercado imobiliário, queda dos juros será fator decisivo em 2024
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Empreendedores do mercado imobiliário acreditam que a tendência de queda na taxa de juros será o aspecto que mais impactará o desenvolvimento do setor em 2024. E, entre os que projetam mudanças nas tendências conjunturais do mercado para este ano, 80% preveem uma curva ascendente, enquanto apenas 6% acreditam num declínio.
As constatações são da pesquisa “O que o empreendedor imobiliário espera do mercado em 2024?”, realizada entre o final de novembro de 2023 e o início de janeiro de 2024, e divulgada esta semana.
No levantamento, feito pelo Grupo Prospecta – empresa especializada em estudos de viabilidade para o mercado imobiliário – em parceria com o Sienge, solução do Grupo Softplan especialista em gestão integrada de obras, foram entrevistados 250 profissionais do ramo. Destes, 82% atuam nos mercados de construção, incorporação, loteamentos e desenvolvimento urbano ou intermediação imobiliária.
Os demais representam as categorias de arquitetos, proprietários de terreno, fornecedores de materiais e profissionais do mercado financeiro.
Perspectivas do mercado imobiliário para 2024
A pesquisa questionou como os entrevistados classificariam em nível de importância os aspectos que mais impactam o desenvolvimento do mercado imobiliário no momento atual: O item mais citado como de “alta importância” foi “Juros com tendência de queda”, apontado por 84% dos profissionais. Na sequência aparecem “Disponibilidade de crédito bancário” (76%), “Informações detalhadas do mercado” (75%), “Índice de inflação” (75%), Estratégia e Tática de Vendas (72%) e Estabilidade política (71%).
A pesquisa constatou ainda que 62% dos profissionais entendem que a curva da conjuntura econômica do mercado imobiliário sofrerá alterações em 2024. Destes, 43% projetam que passaremos por uma retomada com crescimento elevado, e 37%, que a fase mudará para uma retomada lenta. Outros 14% creem em estabilização e 6% veem perspectiva de declínio ou recessão.
Há também uma grande intenção de investir no segmento: 89% pretendem empreender ou realizar novos investimentos em 2024, sendo que 49% planejam empreender na área de residência vertical, 10% em loteamento e 8% no nicho de casas e residencial horizontal.
Outra conclusão do levantamento é que 52% dos profissionais do setor imobiliário entendem que o programa Minha Casa Minha Vida – retomado em 2023 – será o nicho de mercado mais potencializado do ano. Em seguida estão as residências verticais (18%), os loteamentos (7%), a compra da 2ª residência (6%) e o desenvolvimento de comunidades planejadas (5%).
“Para 2024, o Ministério das Cidades prevê a contratação de 187 mil novas moradias em 560 municípios por meio do MCMV. Isso amplia as expectativas do setor por um ano com o mercado mais aquecido, com mais compradores e maior acesso a financiamentos e subsídios do governo”, avalia Cristiano Gregorius, diretor executivo do Sienge.
Investimentos por região
Em 2023, Sudeste (39%) e Sul (26%) foram as principais regiões de investimento do setor imobiliário, segundo a pesquisa. Em seguida, destacam-se Nordeste (20%), Centro-Oeste (13%) e Norte (2%). De acordo com as entrevistas, São Paulo (19%), Santa Catarina (11%) e Minas Gerais (9%) estão entre os estados com maior frequência de atuação das empresas do segmento.
Dificuldades e desafios do setor
O estudo também se aprofundou entre as maiores dificuldades encontradas no dia a dia do mercado imobiliário. Segundo os profissionais consultados, elas são: burocracia na aprovação dos projetos e licenças (12%), dificuldade de acesso ao crédito (12%) e a área de funding (12%), que fica responsável pela captação de recursos financeiros para determinado investimento. Já em relação ao ano de 2023, a burocracia, a instabilidade política e as vendas foram os maiores desafios encontrados pelo setor.
“Observamos que a demora e a complexidade dos trâmites que envolvem a venda de imóveis, a aprovação dos projetos e a área financeira são grandes dores dessa indústria, que cada vez mais encontra na tecnologia e na digitalização as soluções necessárias para uma atuação mais eficiente e estratégica”, conclui Gregorius.
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