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Onde os milionários investem suas fortunas? Imóveis seguem como destaque

Mesmo com a variedade e a sofisticação de novas formas de investimento –  criptomoedas, gestoras  de venture capital, robôs investidores, entre outros -, é no bom e velho imóvel que os mega milionários continuam destinando a maior parte de seu capital.

É o que aponta a versão de 2023 do “Relatório de Riqueza”, publicado anualmente pela consultora de propriedades britânica Knight Frank, fundada em 1896. O relatório, que está na 17a. edição, detalha as finanças de indivíduos com patrimônio líquido ultraelevado (conhecidos pela sigla UHNWIs).

A Knight Frank pesquisou mais de 500 fontes, entre banqueiros privados, consultores de patrimônio e escritórios familiares, para mapear onde os ultrarricos de todo o mundo depositam seu dinheiro. 

Conforme o relatório publicado neste mês de março, dois terços da fortuna dos UHNWIs são investidos em imóveis, divididos entre propriedades comerciais (34% do total, entre posse direta ou indireta, através de fundos de investimento ou fundos imobiliários) e residenciais (32%, entre primárias ou secundárias)

A segunda classe de ativos mais procurada pelos milionários são as ações (26%), seguidas pelos títulos públicos ou privados (17%) e pelo private equity (capital de risco), com 9%.

O apetite por imóveis, por sinal, cresceu muito entre 2022 e 2023. Em média, cada milionário possui hoje 3,7 imóveis, contra 2,9 apenas um ano antes.

Segundo a Knight Frank, o relatório de 2023 mostra que os imóveis residenciais têm sido a primeira escolha entre os super-ricos para investir seu dinheiro com segurança, mais até do que o ouro, tradicional ativo “defensivo” em períodos de incerteza econômica.

Parte da explicação está na pandemia de covid-19, que acelerou o desejo de mobilidade pelo mundo.

“Os 13% de UHNWIs que planejam adquirir um segundo passaporte ou cidadania são a ponta do iceberg”, constatou o relatório. “O boom dos chamados nômades digitais está apenas começando”.

No geral, prejuízo de trilhões

Nos resultados gerais, a Knight Frank identificou um ano complicado para os indivíduos de patrimônio ultraelevado. Os UHNWIs perderam em conjunto 10% de sua fortuna coletiva diante da elevação dos juros dos bancos centrais ao redor do mundo e do fim das políticas de injeção de dinheiro na economia dos países. Em termos absolutos, a perda chegou a impressionantes US$ 10,1 trilhões.

Porém, segundo a consultoria inglesa,  as oportunidades devem voltar a aparecer diante da recuperação econômica global esperada para o final deste ano, uma vez que a curva de juros das principais economias possivelmente esteja perto do topo, e o sentimento negativo do mercado pode mudar rapidamente diante do afrouxamento das taxas que dispararam para conter a inflação mundial.